Muitos fãs se surpreenderam com os filmes do Senhor dos Anéis em suas versões estendidads de quase uma hora a mais cada filme. O que muitos ainda não sabem é que Peter Jackson ainda não colocou boa parte de cenas que ele filmou. Essas são as chamadas cenas deletadas. Muitas delas não podem ser reaproveitadas nos filmes por uma questão de exclusão, mas algumas podem perfeitamente serem incluídas.
O Senhor dos Anéis | Planeta Disney!
O Senhor dos Anéis | Planeta Disney!
Há especulações de que será lançado as versões em Blue Ray no formato 3d dos filmes do senhor dos anéis, junto com o box de versão estendida do primeiro filme do Hobbit. Espera-se que alguma dessas cenas sejam incluídas nos filmes.
A segunda parte dos videos você pode conferir aqui também, veja:
Sendo incluídas ou não em futuros lançamentos dos filmes, fato é que todo fã gostaria de poder ver uma cena a mais de seus personagens preferidos. Como por exemplo o final de Legolas e Gimli…. ou ainda cenas de Galadriel e Arwen, ou batalhas em Lothlórien etc. Aguardemos!
Cenas deletadas do Senhor dos Anéis
100 anos de Terra-média – por John Garth
100 anos de Terra-média – por John Garth
John Garth, é autor do livro “Tolkien and the Great War” (considerada uma das melhores biografias do Tolkien com versão em mandarim e Italiano e terá lançamento em versões Francês, Alemã e Espanhol). John Garth é vencedor do Mythopoeic Society em 2004. Colaborador do Tolkien Studies e possuí diversos textos sobre Tolkien em periódicos e em seu site: http://www.johngarth.co.uk e blog:http://johngarth.wordpress.com/
A Terra média de Tolkien começou em 1914. Isso pode ser uma surpresa, considerando que O Senhor dos Anéis foi publicado em 1954-5 e até O Hobbit não existia antes de 1937. Mas o fato é que antes e durante esses dois livros já existia uma base sólida de trabalho criativo: o vastamente ambicioso círculo de histórias que se tornaria O Silmarillion, bem como os anais, descrições cosmológicas, poesia, ilustrações, mapas e, claro, muitas línguas inventadas e sistemas de escritas.
O primeiro fragmento identificável da Terra média emergiu em 24 de Setembro de 1914, quando Tolkien (imagino que em Junho) era um convidado de sua tia na fazenda de Nottinghamshire. A guerra havia começado na Europa, o mundo todo parecia estar agitado, e Tolkien deu o primeiro passo no caminho que ele seguiria para o resto de sua vida. Mas vamos chegar a isso no devido tempo.
Hoje, em 26 de Janeiro de 2014, no 100º (centésimo) aniversário da primeira leitura pública conhecida da prosa épica de Tolkien. Não é o que você poderia esperar: não há ataques de cavalaria aqui, nem monstros mitológicos, nem lutas de espadas. Esses são minutos oficiais de uma reunião universitária – uma sessão da Stapeldon Society, o corpo discente que frequenta a Exeter College, Oxford.
É difícil imaginar um tópico menos propenso para agitar a imaginação, e de outro modo teria, sem dúvida, sido levemente divertido na melhor das hipóteses ou na pior uma utilidade ofuscada. Contudo, Tolkien foi o encarregado de escrever tudo.
Ele tinha sido o secretário da Stapeldon para o ato, e este era seu dever naquela função. Além do mais, foi nessa reunião que ele foi eleito presidente para o mandato seguinte. Então, pode-se imaginar a cena em 26 de Janeiro de 1914, Tolkien com seus 22 anos naquela cadeira pela primeira vez, e seu sucessor como secretário – seu amigo Colin Cullis – lendo em voz alta e vívida a ata da qual retiramos estes trechos:
Na 791ª reunião da Stapeldon Society realizada no dia primeiro de dezembro de 1913 uma das grandes batalhas do mundo entre democracia e autocracia foi travada e vencida, e como é habitual em tais conflitos as armas da democracia foram o vandalismo e tumulto …Muito antes dos policiais sequer passarem a cortina os sons ameaçadores de uma casa gigantesca sedenta de sangue podiam ser ouvidos. Mesmo no átrio um murmúrio estrondoso maçante como a baía do Bloodhound em “Red Axe” chegou aos ouvidos das botas, que prontamente incharam a multidão, entrando quando a porta rangia pela abertura das janelas…[O presidente que se afasta, RH Gordon, tinha trazido uma garrafa de porto, e outros estudantes seguiram o exemplo, então a reunião declinou em insobriedade. A decisão presidencial questionável levou a uma erupção generalizada de descontentamento.]A Câmara – especialmente tipificada pelo Sr. H.S. Price – estava passada em seu rosto e com as veias de raiva pulsando em suas cabeças – protestaram contra esta decisão com um extraordinário alvoroço, os quais nunca haviam sido ouvidos nesta sala antes. Homem após homem se levantava para falar corados com o vinho da ira, e homem após homem foram anulados, esmagados e triturados no esquecimento com a magia da Regra 9 seção (b); até que a Câmara começou a ressentir-se da regra 9 (b) como inimiga pessoal, e se insurgiram com um antagonismo incontrolável em cada menção a ela.A única forma, em que os membros nos cantos ulteriores poderiam falar sobre o andamento dos negócios, foi pelas mudanças de cor no rosto presidencial, que variou de um rico violeta para um creme sem graça…Quando o Sr. Trevor Oliphant surgiu com o rosto branco de amarga determinação, exigiu que a Câmara voltasse ao Negócio Privado para a discussão da questão constitucional arquivada, todos os limites, toda a ordem, e tudo o mais foi esquecido, em um longo motim de algazarra estridente. Dos gritos roucos garrafas brandiam sendo jogadas pela arquibancada, floresceram vestes descontroladamente, copos quebrados, e as luzes apagadas, a Câmara declarou a sua determinação em cumprir sua vontade e revogar a Constituição. No meio deste tumulto um Red Devil de Fu-ji-ya [a marca do jogo] saltou no peito do Sr. Palmer e acertou o secretário [o próprio Tolkien] bem no nariz.Por precisamente uma hora marcada a Câmara batalhou contra o barulho e manifestações dos desejos. Estava a tal ponto de se dissolver e tornar-se outra sociedade, alguém foi vociferando para a Regra 40, outro para a Regra 10, outro para nenhuma Regra a todos, ou pela a cabeça do Presidente, ou suas vestes inferiores.*
Imitação épica ao invés de precisamente épico, sim. Mas aqui vislumbramos Tolkien, 100 anos atrás, engatando-se para o trabalho que faria da Terra-média um nome familiar no mundo inteiro.
Você poderá ler mais sobre o Tolkien universitário e as origens da Terra-média em meu próximo livro a ser publicado pela Exeter College.
* As Citações da minuta da Stapeldon Society foram reproduzidas com permissão do Reitor e Professores da Exeter College.
© John Garth e Exeter College.
Artigo publicado originalmente 26 de Janeiro de 2013 em (http://johngarth.wordpress.com/2014/01/25/100-years-of-middle-earth/). A publicação e tradução foi autorizada pelo reitor da Exeter College e pelo autor do artigo John Garth.
100 anos de Terra-média - por John Garth - Tolkien Brasil
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