Tyrant (Foto: Divulgação)
Graças a algum charme secreto — às vezes bem secreto — nos vemos prisioneiros de programas sofríveis. É algo que pode ser chamado de efeito-“The following”, numa referência à produção estrelada por Kevin Bacon que conseguiu chegar à terceira temporada apesar de uma trama cheia de furos. Quem acompanha “Tyrant” sabe do que estou falando. Exibida aqui na Fox, a série conta a saga da família real de um país fictício da região do Golfo, Abuddin. Ela é ruim, mas irresistível.
Os Al-Fayeed são inspirados naqueles regentes que eram donos de seus pedaços e levaram uma rasteira com a Primavera Árabe. Os roteiristas dão um show de falta de sutileza. Como o título indica, há um tirano no comando. Na primeira temporada, ele é o patriarca. Quando ele morre, o posto passa para um dos filhos, Jamal (Ashraf Barhom). O personagem é alusivo a figuras como os herdeiros de Saddam Hussein, cheio de hábitos sórdidos e capaz de atos cruéis. À medida em que a história avança, Bassam (Adam Rayner), o “irmão bom”, vai mostrando que também não é santo. E assim, entre os clichês e a obviedade, “Tyrant” se desenrola. Isso sem falar no elenco, um dos mais inexpressivos já reunido numa mesma série.
Para não ser injusta, é preciso dizer que, na segunda temporada, houve um bom momento. Foi quando o enredo ficou mais inspirado na realidade e Abuddin entrou em conflito com o “Califado” francamente inspirado no Estado Islâmico. Logo depois, tudo voltou a desandar.
Apesar de tudo isso, quem chegou até aqui assistindo lamentou o anúncio do FX, nos últimos dias, de que a saga dos Al-Fayeed chegou ao fim. O último episódio foi ao ar os Estados Unidos anteontem.
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