VIDEOS E FILMES ONLINE

VIDEOS E FILMES ONLINE

CRÍTICA | GUNDAM HATHAWAY: UM PRESENTE PARA OS FÃS AO REDOR DO MUNDO

 A mais nova animação de ‘Gundam’ pode surpreender também quem ainda não embarcou na franquia!

/

A adição ao catálogo do serviço de streaming foi considerada um marco, já que assim como o último filme de Rurouni KenshinHathaway ainda está em cartaz nos cinemas japoneses.

O longa, que estava previsto para estrear em maio de 2020, foi adiado três vezes por conta da pandemia e entrou em cartaz no dia 11 de junho de 2021. Mesmo com o Japão no meio de medidas de estado de emergência, Hathaway se tornou o maior sucesso de bilheteria de um filme de Gundam.

Dentre as estratégias de marketing tomadas para atrair os japoneses ao cinema, estava a venda exclusiva do Blu-ray do próprio filme, que obviamente cairia fácil na internet. Numa (ótima) sacada para evitar a pirataria, a Sunrise fechou acordo com a Netflix e lançou Hathaway o mais rápido possível para o resto do mundo.

Muito aguardada pelos fãs mais antigos de Gundam, a obra, parte da Universal Century (ou Século Universal, principal linha do tempo da história de Gundam), só existia até então em formato de livros escritos pelo próprio Yoshiyuki Tomino, criador da trilogia clássica.



Divulgação: Kadokawa.

Sua história é totalmente ligada ao filme Char Contra-Ataca (1988), o que levou a um verdadeiro frenesi dos fãs no anúncio da animação, feita durante a exibição de Gundam Narrative nos cinemas em 2018. O filme –confirmado como trilogia, ainda sem data para as duas próximas partes – faz parte do projeto “UC NexT 0100”, que pretende animar e contar histórias que acontecem na Universal Century após os 100 anos (pós-Gundam Unicorn).

Hathaway’s Flash se passa em UC 0105 e conta a história de Hathaway Noa, filho de Bright e Mirai, personagens presentes na primeira trilogia de Gundam e que lutaram a Guerra de Um Ano pelo lado da Federação Terrestre em UC 0079. Hathaway, um adolescente nos eventos de Char Contra-Ataca, é agora um adulto ainda perseguido pelos traumas daquela época.

Sabendo dos frequentes abusos e dos preconceitos que os humanos nascidos no espaço estão sofrendo por parte da Federação Terrestre, ele se junta a um grupo terrorista para se vingar, contrariando os princípios de sua família. No meio de um ataque, Hathaway conhece a misteriosa Gigi Andalucia e o capitão Kenneth Sleg, da Federação. O encontro pode ser um grande problema para os planos de Hathaway e sua organização.

Reprodução: Sunrise.

Essa primeira parte da adaptação dos livros de Tomino foi dirigida por Shuukou Murase (diretor de animação de Gundam F91 e character designer de Gundam Wing), com roteiros de Yasuyuki Mutou (de Gundam Unicorn). A música está a cargo de Hiroyuki Sawano (de Gundam Unicorn e Attack on Titan) e o tema principal é da banda Alexandros.

Acima de tudo, o que chamou muito a atenção foi a animação. Tudo parece muito fluido, bem movimentado, desde as frenéticas batalhas entre os Mobile Suits até o cabelo da Gigi (que pareceu se tratar de uma animação caríssima). Assistindo ao filme é possível entender um pouco (mas ainda assim, não se compadecer) do desespero da produção em colocar logo tudo no cinema em meio a uma pandemia.

As cenas na praia das Filipinas, local que existe de verdade, são de tirar o fôlego só pela movimentação da areia e do mar. A direção também acertou muito no ritmo do filme, criando a sensação de que será possível prender a atenção mesmo de quem nunca viu nada de Gundam anteriormente.


Reprodução: Sunrise.

A batalha no meio da cidade, com a população desesperada, lembrou muito as cenas iniciais do filme Gundam F91. Os mechas principais Penélope e Xi Gundam, apesar de majestosamente presentes, deram muito do seu lugar e protagonismo para os personagens que os pilotam e todo seu ciclo de convivência. A essência de Gundam se faz presente inteira no filme quando mostra que os robôs são apenas as armas usadas, enquanto quem realmente comete as ações e sofrem com suas consequências são os humanos.

A versão que chegou na Netflix Brasil acompanha uma dublagem dedicada, conservando em muito os nomes dos personagens e dos Gundams, e usando diálogos de fácil entendimento, deixando tudo mais leve e fluido. As vozes também foram muito bem escolhidas, ressaltando muito a personalidade de cada um dos protagonistas.

Quanto aos termos (que anteriormente já eram um problema nos filmes e séries da franquia Gundam da Netflix), a dublagem acertou em manter “Mobile Suit” no lugar de “Armadura de Vôo”, apesar da pronúncia não estar 100% correta. Já o termo “Newtype”, usado para descrever os humanos que evoluíram ao nascerem no espaço, foi trocado para “Novo Tipo”, causando certa estranheza. Apesar disso, nada da experiência do filme parece ser alterada, já que a dublagem supera em muito a expectativa inicial.


Reprodução: Sunrise.

A estratégia da Netflix foi excelente ao colocar no catálogo brasileiro a trilogia inicial de Gundam e o filme Char Contra-Ataca alguns dias antes da estreia de Hathaway, porque assistir a este filme com toda essa bagagem enriquece muito a experiência.

Mas como dito anteriormente, o longa realmente surpreende por não entregar apenas aos que já entendem de Gundam um bom filme, se tornando até talvez uma “porta de entrada emergencial”, que faria com que quem fosse novo na franquia quisesse buscar saber do que aconteceu antes.

Até pouco tempo, nunca pensaríamos que um filme destes poderia estrear com tanto cuidado e tão rapidamente no BrasilHathaway é além de tudo, a confirmação de que as portas nunca estiveram tão abertas para nós e acolher este presente é algo fundamental. Em meio a tantos pesares que passamos diariamente, é realmente bom saber que 2021 está sendo um ótimo ano para ser fã de mecha!


Gundam Hathaway está disponível exclusivamente na Netflix, com opção de áudio dublado em português ou no idioma original com legendas.


O texto presente nessa resenha é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.

Nenhum comentário:

Postar um comentário