Na jornada para consolidar-se como plataforma de entretenimento do presente e do futuro, a Netflix busca no passado sua mais nova aposta. Perdidos no Espaço, seriado com três temporadas produzido entre 1965 e 1968 e até hoje reprisado, volta ao ar nesta sexta-feira (13) no serviço de streaming, repaginado na medida para cair nas graças de fãs saudosos e atrair novos seguidores.
Criado por Irwin Allen, produtor e roteirista responsável por sucessos da TV (Túnel do Tempo, Viagem ao Fundo do Mar, Terra de Gigantes) e do cinema (O Destino do Poseidon, Inferno da Torre), Perdidos no Espaço entrou em cena no clima da corrida espacial e da Guerra Fria entre americanos e soviéticos.
Apresentava no então longínquo ano de 1997, com a Terra superpovoada, a Família Robinson – o casal John e Maureen e os filhos Judy, Penny e Will –, selecionada para começar a colonização do planeta Alfa Centauro. Com eles na espaçonave Júpiter 2, seguem o piloto Don e o robô inteligente B9. Mas a missão é sabotada por um espião inimigo, Dr. Smith, que fica preso a bordo, lançando todos numa jornada sem rumo pelos confins das galáxias.
A premissa está mantida nesse novo Perdidos no Espaço, que segue em 10 episódios o tom de ficção científica mais denso que marcou a primeira temporada da série original, exibida em preto e branco. Nas temporadas seguintes, em cores, foi adotado o tom do humor galhofeiro, destacado nas rusgas do ardiloso e covarde Dr. Smith com o Robô. A antológica dublagem brasileira sublinhou a graça e a afetação de Smith, na voz de Borges de Barros.
Ambientado 30 anos no futuro, o Perdidos no Espaço 2018 tem nesses dois personagens as principais alterações. Smith agora é uma mulher misteriosa, que se apropriou da identidade do verdadeiro doutor para garantir a fuga para Alfa Centauro, necessidade imposta pela iminente colisão de um asteroide com a Terra. Os Robinson não são os únicos selecionados para a colonização. Outras famílias são abrigadas com suas naves em uma base espacial na escala para Alfa Centauro. Mas o ataque de uma criatura alienígena lança todos à deriva. Os sobreviventes caem em planeta desconhecido. Ali vai parar também o novo robô – supermáquina inteligente formada por um tipo de metal orgânico e polimorfo –, ligado aos aliens hostis, que se conecta ao esperto Will e dele se torna protetor.
Os primeiros cinco episódios disponibilizados pela Netflix à imprensa mostram a adequação dos personagens aos novos tempos. A voz forte da família é a de Maureen, engenheira aeroespacial que tem relação fria com John, militar bronco que até então pouco conviveu com os filhos – Judy é filha do primeiro casamento de Maureen.
A convivência forçada de diferentes núcleos será marcada por terapia familiar, disputas de liderança, esperança de resgate, enfrentamento de perigos e, claro, intrigas e armações a cargo da dissimulada Smith. Costurando presente e passado, a narrativa mostra os passos dos personagens centrais até chegaram a essa dramática luta – construção distinta dos capítulos independentes da série sessentista.
O elenco tem estofo, e os efeitos especiais são de primeira – na equipe estão profissionais que trabalharam em produções como Perdido em Marte, de Ridley Scott, cineasta lembrado, aliás, com citação a seu clássico Alien.
E o coração saudosista acelera quando retumba a releitura da trilha sonora assinada por John Williams, uma das mais conhecidas do compositor de partituras do quilate de Tubarão, Guerra nas Estrelas, Super-Homem, E.T. – O Extraterreste e Indiana Jones.
Perdidos no Espaço
Série em 10 episódios
Estreia sexta-feira (13) na Netflix.
Estreia sexta-feira (13) na Netflix.
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