Bastaram 90 mil reais para o produtor Robert Stingwood garantir os direitos de um filme que faturaria 286 milhões de dólares e se tornaria um dos maiores sucessos do seu tempo. Por esse valor, ele comprou um artigo de 13 páginas escrito pelo inglês Nik  Cohn e que seria a base do roteiro de “Saturday Night Fever” (ou, aqui no Brasil, “Os Embalos de Sábado à Noite”). A estreia nos Estados Unidos aconteceu em 16 de dezembro de 1977. Para celebrar os 40 anos de estreia,  o Blog do Curioso preparou uma lista com 10 curiosidades sobre o filme estrelado por John Travolta.
1. A clássica cena inicial onde Tony Manero aparece caminhando pelas ruas do Brooklyn foi gravada ao longo de vários dias. Muitas das tomadas não foram feitas com John Travolta, mas sim com um dublê. Durante as gravações, a namorada de John Travolta, Diana Hydley, faleceu e ele ficou afastado da produção do filme por algum tempo.
2. A mãe de John Travolta fez uma participação especial logo no início do filme. Ela é a senhora de preto, cabelos brancos e óculos escuros que conversa com Tony Manero na loja de tintas. “Ela só falou duas frases, mas foi mais paparicada que o Jack Nicholson”, lembrou o diretor John Badham. “Mandamos até uma limusine para buscá-la em casa. Não poderíamos fazer diferente com a mãe de John Travolta, que era muito simpática”.
Mãe de John Travolta fez participação no filme
3. Badham conta que o filme provocou muitas reações negativas entre o público mais conservador de Hollywood. Até mesmo os executivos da Paramount ficaram horrorizados com o linguajar e com algumas cenas do filme: “Fui demitido no dia da estreia porque um executivo ficou com medo do que eu faria no filme seguinte”, disse ele.
4. John Badham, por sinal, foi um diretor substituto. Inicialmente, o filme seria dirigido por John Avildsen, que vinha do sucesso absoluto “Rocky – Um Lutador”: “Um dia me disseram: ‘John, tenho boas e más notícias: você foi indicado ao Oscar por Rocky e está fora dessa nova produção’”, contou Avildsen a um especial do VH1. “Ele queria que meu personagem se transformasse naquele vizinho que ajuda todo mundo. Não foi isso que eu escolhi fazer. Não estava satisfeito com os rumos do filme”, explicou John Travolta também nesse especial.
5. Flo Manero, a mãe de Tony, interpretada por Julie Bovasso, deveria ter apenas uma fala no filme: “Basta!”, durante a discussão entre os dois filhos. No entanto, a própria atriz ofereceu uma porção de sugestões de interação com a personagem principal para que Flo tivesse mais espaço. Muitas delas foram aceitas pela produção.

Dublê substituiu John Travolta durante período de luto
6. O orçamento para a produção do filme era tão pequeno que não havia dinheiro nem mesmo para os figurinos. Muitas das roupas foram compradas em lojas do Brooklyn ou emprestadas dos frequentadores da discoteca 2001 Odissey – os uniformes dos seguranças, por exemplo, eram os mesmos.
7. O diretor John Badham sabia que não conseguiria emplacar o filme na televisão com tantos palavrões no roteiro. Por isso, pediu para que as cenas com palavrões fossem gravadas duas vezes, para que na segunda os termos fossem substituídos por outros menos grosseiros e assim se criasse uma “versão para a TV”. Os atores protestavam dizendo que não podiam mudar o jeito de agir ou falar só para agradar a televisão. O argumento definitivo para que mudassem de ideia foi mostrar o dinheiro que todos poderiam ganhar se as redes de TV exibissem a produção. “Muitas acabaram ficando melhores que as originais porque os atores gravavam mais relaxados. O relaxamento é fundamental para uma boa cena”, afirmou Badham.
8. Para conseguir cumprir o roteiro foram feitos alguns improvisos. Sem conseguir um hospital de verdade para gravar, os produtores montaram um dentro do estúdio. Tony é levado para lá depois de uma briga na garagem de uma casa. A única extravagância foi a pista de dança colorida da 2001 Odissey, na qual foram gastos cerca de 15 mil dólares.

Piso da discoteca de “Os embalos de sábado a noite” foi criado pelo diretor do filme e custou 15 mil dólares
9. Os produtores tiveram problemas com a máfia local ao longo das gravações. Os mafiosos procuraram os diretores para oferecer segurança durante as filmagens. Eles recusaram, alegando que já tinham os seus particulares. Na noite seguinte surgiu uma fogueira em frente à discoteca. “Então os mafiosos voltaram dizendo ‘soubemos que alguém fez um churrasco aqui ontem’.  Eles exigiram  3 500 dólares. Era o preço exato, para que você nem pudesse reclamar”, explicou Badham em entrevista que aparece nos extras do DVD do filme.
10. Uma das grandes dificuldades de gravar o filme no Brooklyn foi conter a multidão de fãs de John Travolta que se aglomeravam no local das filmagens e muitas vezes impediam o bom andamento dos trabalhos. Muitas vezes eram milhares os fãs que gritavam por Travolta, que já era um astro da TV americana. Invasões no set também eram comuns.
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