* ATENÇÃO! Este post pode conter spoiler!*
Salve Roleplayers!
Venho falar aqui da última parte da fantástica trilogia escrita por Tolkien e também mostrar algumas coisas colocadas nas entrelinhas da história.
Em “O retorno do rei”, Frodo e Sam estão no ápice de sua jornada, chegando aos portões de Mordor e guiados por Golum, caminham por uma trilha desoladora e com perigos além do que eles imaginam. Aragorn, Legolas, Gimli, Merry e Pippin tentam encontrar uma forma de proteger Minas Tirith, a cidade dos Reis, que por um acaso do destino, descobrem ser o novo alvo das forças de Sauron. Arwen, convencida a deixar a Terra média, tem um vislumbre de seu futuro e vê seu filho, decide então ficar. Não tendo outro jeito, Elrond, que lutou ao lado de Isildur na guerra da última aliança como forma de ajuda manda reforjar a espada que outrora fora quebrada. Surge assim Andúril, chama do ocidente, feita dos pedaços de Narsil, a espada quebrada que arrancara o Um Anel do dedo de Sauron. Uma esperança cresce em meio a sociedade do anel quando Aragorn recebe a espada e quando Gandaf, agora O Branco, fica sabendo que Frodo e Sam passaram por Ithilien há dois dias.
Quanto mais perto de Mordor (ou de Sauron) o Um anel chega, mais forte sua vontade fica. Frodo e Golum que estão intimamente ligados ao anel cada vez mais fraquejam diante de seus desejos de ficarem com ele e Sam começa a crescer como personagem na história querendo sempre o melhor para seu amigo, colocando-o sempre à frente de sí mesmo.
Nessa última parte da trilogia, fica evidente o quanto Tolkien coloca elementos que aparentemente viveu nas guerras em que participou e os princípios de amizade e amor como fundamentais nos seres. Na grande guerra que bate às portas de Minas Tirith a vitória não seria conquistada não fosse o retorno do rei, Aragorn, descendente de Isildur, que por anos viveu como um guardião andarilho pois acreditava que a maldição que levara Isildur a não destruir o anel também corria em suas veias. Sua volta fez com que os homens se unissem novamente sobre um só estandarte e lutassem bravamente por seus reinos e pela Terra Média. Assim como no segundo livro, os hobbits também fazem a diferença mostrando que os pequenos (e eu não falo só de tamanho aqui) podem fazer grandes mudanças.
O Um anel foi desejado por muitos desde sua aparição e varios sucumbiram ao seu poder mas de formas diferentes. Golum pela cobiça, Boromir pelo anseio de poder e alguns até quase sucumbiram como Galadriel também pelo poder, Faramir pelo reconhecimento do pai que nunca teve (e inveja do irmão por isso?). Cada um pelo seu próprio anseio particular e com Frodo não foi diferente, Carregar o anel foi um fardo destinado a ele e o peso dessa responsabilidade fez com que, cada vez mais, ele fosse ficando desconfiado, arrogante, desesperado até quase não ter mais consciência de si próprio.
Tolkien, magnificamente colocou o inimigo como algo que temos dentro de nós mesmos, numa história onde é preciso sair de casa e conhecer o mundo, de certo modo, se conhecer mais profundamente colocando-se em prova e confiando naqueles que nos acompanham. Conseguimos ver claramente através de Frodo, a dificuldade em fazer o que se deve fazer quando tudo o que ele quer está ao alcance de seu dedo e podemos perceber a diferença que faz a amizade, confiança e o amor (apesar das tantas brincadeiras com a relação Frodo x Sam), um amor pelo próximo, um amor de irmão, um amor fraternal que engloba o mundo em si e quem coexiste nele, esse sentimento que Tolkien nos mostra em atitudes espalhadas pelos personagens principais como o próprio Sam que deixa seu medo de lado ao salvá-lo e carregá-lo pela Montanha da Perdição, como Pippin e Merry que mesmo com tudo perdido, pedem à Barbárvore para marchar para o sul ao invés de levá-los ao caminho de casa, como Aragorn que deixa suas questões de descendência de lado e assume o trono para liderar os povos da Terra Média aos portões de Mordor.
Basta entendermos que cada atitude tomada “por Frodo” na verdade é uma atitude tomada por todos, colocada e personificada em Frodo que mesmo sendo pequenino, de uma cultura quase não notada na Terra Média (os hobbits) foi o único que teve coragem de carregar o fardo com o peso do destino de todos.
Não percam tempo! leiam, releiam a obra de Tolkien! É e sempre será uma ótima leitura
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