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DC Comics acelera produção de filmes para​ evitar buraco em 2018.

DC Comics acelera produção de filmes para​ evitar buraco em 2018. Saiba quais

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Harley Quinn de Margot Robbie terá um filme solo.
Ontem o HQRock divulgou que Aquaman foi adiado de outubro para dezembro de 2018. Mas tem um outro problema muito maior para os filmes da DC Comics e Warner Bros.: naquele ano, o estúdio só terá este único lançamento dentro da franquia da DC, enquanto em 2016 e 2017 foram e serão dois filmes em cada (Batman vs. Superman – A Origem da Justiça, Esquadrão Suicida, Mulher-Maravilha e Liga da Justiça, respectivamente). Segundo Justin Kroll, repórter da Variety, a Warner quer mudar isso imediatamente e acelerar a produção de algum filme para lançar no meio de 2018.
Aparentemente, o estúdio contava como certa a probabilidade de lançar The Batman em 2018, mas as notícias recentes (veja aqui) tornaram isso impossível. Então, o jeito é acelerar os vários projetos que estão em pré-produção para um lançamento naquele ano. E eles têm que correr, pois tendo em vista os efeitos especiais, é preciso que este novo filme comece suas filmagens este ano (por volta pelo menos de agosto) para conseguir um lançamento no meio de 2018. Quais os candidatos?
Segundo Koll: Gotham City Sirens, The Flash, Green Lantern Corps, Suicide Squad 2 e até Dark Universe (o longevo projeto iniciado por Guillermo Del Toro para adaptar a Liga da Justiça Sombria, grupo de personagens místicos da DC encabeçado por John Constantine e o Monstro do Pântano).
De todos esses, aquele que tem as condições mais favoráveis a um lançamento em 2018 seria Gotham City’s Sirens (As Serias de Gotham), porque já tem diretor e roteirista, na figura de David Ayer (de Esquadrão Suicida), bem como uma protagonista clara, a Arlequina vivida por Margot Robbie. Claro, tudo depende de Ayer terminar seu roteiro e ficar pronto para filmar, assim como Robbie estar com a agenda livre para embarcar na aventura.
Se não for o caso, as coisas ficam um pouco mais difíceis para a Warner. The Flash tem elenco e parte do roteiro, mas não tem diretor. Que saibamos, Tropa dos Lanternas Verdes não tem nada. Esquadrão Suicida 2 também é apenas uma ideia e o estúdio ainda está desenvolvendo o primeiro roteiro para ir atrás de um diretor, embora queira Mel Gibson para comandar o projeto. Uma última oportunidade, talvez, fosse pegar o roteiro pronto de Guillermo Del Toro e filmar Dark Universe,  que já tem confirmado o diretor Doug Liman, partindo do zero com os atores, pois selecionaria apenas aqueles que pudessem filmar no apertado prazo que têm disponíveis.
Devemos saber mais sobre isso em breve.
Qual é a sua aposta? Qual desses será o escolhido?
[Atualizado: Segundo o site Meet the Movie Press, o roteirista David S. Goyer (de O Homem de Aço) está não apenas escrevendo o roteiro de Tropa dos Lanternas Verdes, como também está cotado para dirigir o filme. Ele já tem experiências na cadeira de diretor, com Blade – Trinity e episódios de séries de TV, como Flashfoward e Da Vince’s Demons. 
O mesmo site também diz que a busca por um diretor para Esquadrão Suicida 2 tem um plano B caso Mel Gibson não aceite a oferta: seria Jaume-Collet Serra, que dirigiu vários dos filmes de ação de Liam Neeson. Fim da Atualização].

Esquadrão Suicida 2 pode ter ganho seu roteirista

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Esquadrão Suicida: ousado e divertido.
Segundo o The Hollywood ReporterEsquadrão Suicida 2 já tem seu roteiristaAdam Cozad, responsável por A Lenda de Tarzan e Jack Ryan, está negociando para assumir a escrita da sequência.
Não há ainda um diretor contratado para o filme – David Ayer que comandou o primeiro vai realizar o spin-off Gotham City Syrens (Sereias de Gotham), com Arlequina, Mulher-Gato e Hera Venenosa – mas a DC Comics e a Warner estão em conversações com alguns nomes. Um deles é Mel Gibson (saiba mais aqui). 
Também não há nenhum indicativo da trama da sequência, mas é bem provável que os membros principais do time, como Pistoleiro, Arlequina e talvez até o Coringa retornem. Outra possibilidade, é o caminho contrário, mantendo apenas os membros secundários, como Capitão Bumerangue e Crocodilo e agregando novos nomes vindos das HQs, já que a Arlequina e o Pistoleiro (que terá um filme solo) já têm presença garantida em outras produções.
Mel Gibson pode dirigir Esquadrão Suicida 2.
Mel Gibson pode dirigir Esquadrão Suicida 2.
Uma revelação surpreendente veio ontem à noite: começou a correr o rumor de que Mel Gibson estava em negociações iniciais para dirigir Esquadrão Suicida 2. A notícia é surpreendente, pois Gibson já falou mal dos filmes de super-heróis no passado e disse recentemente que Batman vs Superman era “um monte de merda”. Porém, o próprio ator/diretor confirmou o rumor numa participação numa exibição de seu novo filme, Hawksaw Ridge, que concorre a seis Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor. Ao ser perguntado sobre o boato, Gibson disse que é verdade, mas as conversas apenas começaram.
Por outro lado, Justin Kroll, da Variety, foi atrás de suas fontes e garantiu no Twitter: se Mel Gibson quiser, o trabalho é dele.
O repórter acrescenta que entre os motivos do interesse de Gibson, muito menos o Universo DC e mais a oportunidade de trabalhar com Will Smith, que será, novamente, o protagonista do longa no papel do Pistoleiro.
Por fim, também diz que, caso o diretor não aceite o trabalho, os outros nomes na lista são: Jonathan Levine (The Night Before), Ruben Fleischer (Zombieland) e Daniel Espinosa (Life).
O diretor do primeiro Esquadrão Suicida, David Ayer, segue no comando do spin-off (derivado) Gotham’s Sirens (Sereias de Gotham), que terá as vilãs Arlequina, Mulher-Gato e Hera Venenosa.
Mel Gibson tem 61 anos e é estadunidense, embora naturalizado australiano. Famoso por papeis como ator na trilogia original de Mad Max e também na série Máquina Mortífera, vem nos últimos anos se dedicando mais à direção de filmes, alguns controversos, como Coração Valente, A Última Paixão de Cristo e Os Maias.

Diretor de Esquadrão Suicida fala sobre arrependimento quanto ao Coringa

Coringa deveria ser o vilão?
Coringa deveria ser o vilão?
O diretor de Esquadrão Suicida, David Ayer, falou abertamente no Twitter sobre o filme, sua recepção e seu arrependimento sobre o Coringa.
Em resposta ao elogio de um fã, Ayer publicou um longo texto no qual revela seu arrependimento sobre não ter feito o Coringa como o vilão principal do filme e de não tê-lo feito mais realista e menos fantasioso. Veja o texto na íntegra:
Muito obrigado. Sei que é um filme controverso. Realmente tentei fazer algo diferente com um visual e uma voz próprios.
Eu me inspirei na insanidade dos quadrinhos originais. Fazer um filme é uma jornada, não uma linha reta. Eu aprendi muito. As pessoas querem o que querem, e todo mundo tem uma visão pessoal de como cada personagem deve ser, andar e falar. Se decides fazer um filme com apelo ao grande público sempre corre o risco de ficar “água com açúcar”. Eu sei que o filme tem suas falhas. Diaboso mundo inteiro sabe! Nada machuca mais do que pegar o jornal e ver que anos de seu sangue, lágrimas e suor foram estraçalhados. O jogo de ódio é forte lá fora.
O filme teve um grande sucesso comercial. E o mundo passou a conhecer alguns personagens bem legais do Universo DC. E esse sucesso foi graças à imaginação e ao poder da DC e de seus personagens. Eu faria várias coisas diferentes? Sim, com certeza.
Eu queria ter uma máquina do tempo. Eu faria o Coringa ser o vilão principal e ter construído uma história mais concreta. Eu peguei o lado bom e ruim e aprendi com isso. Eu amo fazer filmes e amo a DC. Eu sou um cara apenas com colegial e pintei casas para sobreviver. Tenho sorte por ter esse emprego. Tenho que dar aos personagens as histórias e tramas que eles merecem na próxima vez. De verdade.
Depois, o diretor ainda pôs fim a uma lenda que cerca o filme:
E não, não há uma edição secreta do filme com um monte de cenas do Coringa.
É um desabafo interessante e David Ayer está interessado e cotado tanto para Esquadrão Suicida 2 quanto Sereias de Gotham, que unirá Arlequina com Mulher-Gato, Hera Venenosa e outras.

Esquadrão Suicida: Warner confirma sequência e filmes derivados de Pistoleiro e Arlequina, com Mulher-Gato e Hera Venenosa

Pistoleiro e Arlequina terão filmes próprios.
Pistoleiro e Arlequina terão filmes próprios.
Ontem à noite a DC Comics surpreendeu todo mundo anunciando não um mas três filmes dentro do universo de Esquadrão Suicida, o grupo de vilões reunidos pelo Governo dos EUA para missões impossíveis em troca de redução de pena. Além de Esquadrão Suicida 2, o estúdio confirmou Pistoleiro, um filme solo do personagem vivido por Will Smith, e GothamCity Sirens, que vai reunir o grupo formado por Arlequina, Mulher-Gato e Hera Venenosa. As informações foram divulgadas pelo site The Hollywood Reporter.
Destes, já estava praticamente confirmado o spin-off da Arlequina, personagem interpretada por Margot Robbie, que roubou a cena em Esquadrão Suicida. A surpresa é tratar-se de Gotham City Sirens e não Birds of Prey ou Aves de Rapina, que é um grupo de heroínas eventualmente composto também por vilãs como a Arlequina.
O anúncio diz que Gotham City Sirens ou As Sereias de Gotham City trará não apenas a Arlequina, mas também Mulher-Gato e Hera Venenosa, portanto, um trio de vilãs, com as duas primeiras sendo extremamente populares. O melhor de tudo é que o site não exclui a possibilidade das Aves de Rapina também aparecem, pelo menos numa versão compacta, com Batgirl e outras. Quem irá dirigir o filme será o mesmo David Ayer de Esquadrão Suicida, mas ele não irá escrever o roteiro, que caberá a Geneva Robertson-Dworet, do novo Tomb Rider e de Sherlock Holmes 3.
Com esta informação, fica claro que Ayer não dirigirá Esquadrão Suicida 2, que provavelmente, trará uma formação bem diferente do grupo.
Por fim, o Pistoleiro de Will Smith também ganhará um filme solo. Com isso, aqueles velhos rumores de que ele iria participar do filme futuro do Batman não deverá acontecer.
***
O Pistoleiro foi criado por Bob Kane, David Vern Reed e Lew Schwartz em Batman 59, de 1950. Inicialmente, era apenas um assassino de aluguel comum, mas Steve Englehart e Marshall Rogers o transformaram em um vilão uniformizado num arco de histórias de 1976. Nos anos 1980, o personagem se tornou um dos principais membros do Esquadrão Suicida e um personagem de maior relevância dentro do Universo DC.
A Arlequina ou Harley Quinn foi criada pelo escritor Paul Dini e o cartunista Bruce Timm, em 1992, exclusivamente para o desenho animado Batman – A Série Animada, aparecendo em Joker’s Favor, o 22º episódio da primeira temporada. De sucesso imediato, a personagem foi mais tarde transposta para os quadrinhos na graphic novel Batman: Harley Quinn, escrita por Dini e desenhada por Yvel Guichet, em 1999, no meio do arco Terra de Ninguém. Sua popularidade a levou a ganhar uma revista própria, que teve 38 edições, entre 2001 e 2004.
Chegou a existir um time com o nome de Esquadrão Suicida na DC Comics em 1959, contudo, a encarnação mais famosa da equipe foi criada pelo roteirista John Ostrander (com desenhos de John Byrne) para a edição 03 da minissérie Legends, em 1987. Em seguida, o grupo ganhou até revista própria, sendo desde então, uma parte importante do Universo DC. Em live action, o grupo já apareceu nas séries de TV Smallville e Arrow.
Harley Quinn  de Margot Robbie terá um filme solo.
Harley Quinn de Margot Robbie terá um filme solo.
Esquadrão Suicida, filme que adapta as aventuras do grupo de vilões forçados a trabalhar para o Governo dos EUA em troca da redução de pena, publicado nas revistas da DC Comics e levado aos cinemas pela Warner Bros. dentro do mesmo universo ficcional de Batman e Superman, não causou a sensação (em público e crítica) que se esperava dele, mas pelo menos uma unanimidade foi construída: o carisma da personagem Arlequina, a melhor coisa do filme. Como já anunciamos antes, a vilã ganhará um filme spin-off (derivado) dedicado a ela. E este novo longametragem parece já ter uma roteirista.
Deadline Hollywood anunciou e The Wrap confirmou que a escritora Christina Hodson (da série de TV Black List e também do filme derivado dos Transformers em produção) está trabalhando no roteiro de um filme da DC Comics e tudo aponta que será o da Arlequina, que tem a atriz Margot Robbie como produtora e deve trazer também a equipe Aves de Rapida, que mescla heroínas e vilãs dos quadrinhos.
Para reforçar a notícia, o Comic Book Movie anunciou hoje que Esquadrão Suicida encerrou sua carreira nos cinemas da América do Norte e o longa dos vilões acumulou US$ 745 milhões no mundo, o que é expressivo para um conjunto de personagens desconhecidos do grande público. Uma sequência deve ser anunciada em breve, também.
Birds of Prey, ou Aves de Rapina, no Brasil, é a equipe feminina que foi liderada por Barbara Gordon (a Batgirl, mas na época, confinada a uma cadeira de rodas, atuava como Oráculo, uma hacker que ajudava os heróis da DC), e teve nomes como Canário Negro, Caçadora, Mulher-Gato e até vilãs, como a própria Arlequina ou Hera Venenosa.
A Arlequina ou Harley Quinn foi criada pelo escritor Paul Dini e o cartunista Bruce Timm, em 1992, exclusivamente para o desenho animado Batman – A Série Animada, aparecendo em Joker’s Favor, o 22º episódio da primeira temporada. De sucesso imediato, a personagem foi mais tarde transposta para os quadrinhos na graphic novel Batman: Harley Quinn, escrita por Dini e desenhada por Yvel Guichet, em 1999, no meio do arco Terra de Ninguém. Sua popularidade a levou a ganhar uma revista própria, que teve 38 edições, entre 2001 e 2004.

Arlequina: a melhor coisa do filme terá projeto próprio.
Arlequina: a melhor coisa do filme terá projeto próprio.
A notícia já tinha sido aventada há algum tempo (veja aqui), mas agora é confirmado: segundo o site The Hollywood Reporter, está em desenvolvimento um spin-off (derivado) focado na Arlequina, a personagem que é o maior destaque de Esquadrão Suicida, filme que adapta as aventuras do grupo de vilões forçados a trabalhar para o Governo dos EUA em troca da redução de pena, publicado nas revistas da DC Comics e levado aos cinemas pela Warner Bros. dentro do mesmo universo ficcional de Batman e Superman. Claro, todo o projeto é centrado na atriz Margot Robbie, que será Produtora Executiva e realmente rouba a cena no filme, e acabou de assinar contrato para desenvolver dois projetos com o estúdio (o outro é a adaptação do livro The Queen of the Air, da escritora Dean N. Jensen), enquanto lança atualmente Terminal.
Esquadrão Suicida acabou de atingir a marca de US$ 700 milhões de bilheteria mundial, o que é um número bastante expressivo, encostando, por exemplo, no filme sensação do ano que foi Deadpool da Fox/Marvel (mas este era Censura 18 anos). Apesar da recepção mista do filme – crítica e público se dividiram entre gostar ou odiar – a obra do diretor David Ayer tem seus méritos – leia a Resenha Crítica do HQRock clicando aqui – e ninguém tem dúvidas de que Margot Robbie é a melhor coisa no filme, interpretando uma personagem dotada de humor e muito carisma, além de ser doida de pedra. Apesar de assassina, o filme mostra algumas nuances mais complexas da Arlequina que podem explicar como ela se aliaria a um grupo de heroínas em prol de algo.
Caçadora, Canário Negro e Batgirl: As Aves de Rapina.
Caçadora, Canário Negro e Batgirl: As Aves de Rapina.
Conforme já havia sido dito, o filme da Arlequina irá reunir outras heroínas da DC Comics, o que aponta diretamente para Birds of Prey, ou Aves de Rapina, no Brasil, a equipe feminina que foi liderada por Barbara Gordon (a Batgirl, mas na época, confinada a uma cadeira de rodas, atuava como Oráculo, uma harker que ajudava os heróis da DC), e teve nomes como Canário Negro, Caçadora, Mulher-Gato e até vilãs, como a própria Arlequina ou Hera Venenosa.
Pensando em um filme, que deve ser chamado mesmo de Aves de Rapina, podemos contar com personagens como como Arlequina, Batgirl, Mulher-Gato e Canário Negro quase com certeza. Outras como Katana (que também está em Esquadrão Suicida), Zatanna e Caçadora serão bastante prováveis também.
As Aves de Rapina foram criadas por Chuck Dixon, Gary Frank e Jordan B. Gorfinkel, na edição especial Black Canary/Oracle: Birds of Prey, de 1996, depois ganhando uma série mensal comandada por Dixon, que era o principal responsável pelas revistas do universo particular do Batman. O apogeu criativo e de sucesso da revista Birds of Prey foi nas mãos da escritora Gail Simone, que ficou entre os números 56 a 108, de 2003 a 2007. A revista foi cancelada no número 127, em 2009,mas foi imediatamente substituída por uma nova numeração (que durou outras 15 edições) e também prosseguiu dentro da empreitada Os Novos 52, a partir de 2011. Entre os desenhistas da série, se destacaram Greg Land, Rick Leonardi, Butch Guice, Amanda Conner, Nicola Scott e os brasileiros Ed Benes e Joe Bennett.
O Esquadrão Suicida.
O Esquadrão Suicida.
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Suicide Squado filme, é escrito e dirigido por David Ayer e o elenco traz: Jared Leto (Coringa), Will Smith (Floyd Lawson/Pistoleiro), Viola Davis (Amanda Waller), Margot Robbie (Harleen Quinzel/ Arlequina), Joel Kinnaman (Rick Flagg Jr.), Jai Courtney (George “Digger” Harkness/Bumerangue), Cara Delevingne (June Moon/Magia),   Jay Hernandez (Chato Santana/ El Diablo), Adam Beach (Christopher Weiss/ Slipknot), Karen Fukuhara (Tatsu Yamashiro/ Katana), Adewale Akinnuoye-Agbaje (Waylon Jones/ Crocodilo), Ed Harris (Rick Flagg Sr.),  Jim Parrak (capanga), Common (papel não-revelado), Ike Barinholtz (Dr. Hugo Strange), com participação especial de Ben Aflleck (Batman) e talvez de Jesse Eisenberg (Lex Luthor). As gravações ocorreram em Toronto, no Canadá. A estreia será em 05 de agosto de 2016.
Chegou a existir um time com o nome de Esquadrão Suicida na DC Comics em 1959, contudo, a encarnação mais famosa da equipe foi criada pelo roteirista John Ostrander (com desenhos de John Byrne) para a edição 03 da minissérie Legends, em 1987. Em seguida, o grupo ganhou até revista própria, sendo desde então, uma parte importante do Universo DC. Em live action, o grupo já apareceu nas séries de TV Smallville e Arrow.
A Arlequina ou Harley Quinn foi criada pelo escritor Paul Dini e o cartunista Bruce Timm, em1992, exclusivamente para o desenho animado Batman – A Série Animada.  aparecendo em Joker’s Favor, o 22º episódio da primeira temporada. De sucesso imediato, a personagem foi mais tarde transposta para os quadrinhos na graphic novel Batman: Harley Quinn, escrita por Dini e desenhada por Yvel Guichet, em 1999, no meio do arco Terra de Ninguém. Sua popularidade a levou a ganhar uma revista própria, que teve 38 edições, entre 2001 e 2004.
Arlequina e Batman na imagem promocional da minissérie.
Arlequina e Batman na imagem promocional da minissérie.
Com o que está ocorrendo no cinema, isso já era esperado. O The Wall Street Journal noticiou esses dias que a editora DC Comics irá lançar em breve uma história em quadrinhos com o encontro entre a Liga da Justiça e o Esquadrão Suicida, unindo a equipe dos maiores super-heróis da casa à equipe de vilões recrutada pelo Governo dos EUA para realizar trabalhos sujos (e impossíveis) em troca de reduções de pena.
Segundo o jornal, o projeto é orientado pelo escritor Geoff Johns, atualmente o diretor da DC Films, braço cinematográfico da empresa, mas será escrito por Joshua Williamson e desenhado por Jason Fabok; e lançado como uma minissérie em seis partes, duas lançadas em dezembro e outras quatro em janeiro próximos.
Na trama, Batman decide que não há a necessidade da existência de uma equipe como a Força-Tarefa X (o nome real do Esquadrão Suicida) quando se tem a Liga da Justiça para realizar esse tipo de ação. Na imagem de divulgação, curiosamente, temos o homem-morcego ao lado da Arlequina, com ele usando a mira ocular do Pistoleiro e a espada de Katana e ela segurando o Laço da Verdade da Mulher-Maravilha. 
A Liga da Justiça foi criada por Gardner Fox e Mike Sekowski, em 1960, reunindo heróis previamente criados. Formado pelos maiores heróis da DC Comics – Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Lanterna Verde, Flash, Arqueiro Verde, Aquaman etc. – a equipe sempre teve destaque em sua cronologia. Desde o reboot cronológico e editorial da DC em 2011, a revista Justice League é uma das de maior sucesso do mercado de quadrinhos atuais.
Chegou a existir um time com o nome de Esquadrão Suicida na DC Comics em 1959, contudo, a encarnação mais famosa da equipe foi criada pelo roteirista John Ostrander (com desenhos de John Byrne) para a edição 03 da minissérie Legends, em 1987. Em seguida, o grupo ganhou até revista própria, sendo desde então, uma parte importante do Universo DC. Em live action, o grupo já apareceu nas séries de TV Smallville e Arrow.
Esquadrão Suicida: ousado e divertido.
Esquadrão Suicida: ousado e divertido.
Um misto de curiosidade e perplexidade atinge o público em meio à estreia de Esquadrão Suicida, filme que adaptará as aventuras do grupo de vilões forçados a trabalhar para o Governo dos EUA em troca da redução de pena, publicado nas revistas da DC Comics e levado aos cinemas pela Warner Bros. dentro do mesmo universo ficcional de Batman e Superman. O que esperar de um filme desses? Leia a Resenha Crítica do HQRock! Desde que foi anunciado, Esquadrão Suicida é uma grande ousadia: um filme estrelado por vilões. Sem mocinhos. E não só isso: em seu corpo de membros, um único personagem é mais ou menos conhecido do grande público (embora amado pelos fãs de quadrinhos): a Arlequina. Para balancear, outro personagem do filme é um dos vilões mais icônicos de nossos tempos: o Coringa! Que resultado tem isso?
Esquadrão Suicida é um filme divertido e engraçado (no bom sentido), mas também carece de qualquer tipo de profundidade ou relevância. Então, se você busca diversão, terá. Se quer refletir sobre a natureza humana, o que nos faz malvados ou se há algum tipo de redenção… Bem, o longametragem só arranha a superfície. Todavia, a seu favor, não parece ser o tipo de filme em que a ausência de “conteúdo” atrapalha seu desfrute.
Pistoleiro e Arlequina: protagonistas.
Pistoleiro e Arlequina: protagonistas.
Nisso é diferente – para o melhor – do que Vingadores – Era de Ultron, por exemplo (leia nossa Resenha sobre este aqui). Ali, a ausência de uma “história” prejudicava a qualidade do filme. Talvez por sua natureza, novidade ou conjunto de personagens, isso não acontece com Esquadrão Suicida: o filme é diversão e aventura do início ao fim e pronto! Isso basta.
Entre seus pontos positivos, o filme consegue fazer com que o espectador se importe com os personagens e seja mesmo cativado por alguns deles. A história usa o típico artifício cinematográfico de “vamos ler os arquivos deles” para informar logo quem é quem dentre aquele mar de personagens, produzindo uma série de informações econômicas que dão um panorama do time antes dele ser formado. Aos mais importantes, é dada a oportunidade de estrelar um curto flashback, mostrando, geralmente, como esse criminoso foi capturado.
Rick Flag, o mocinho.
Rick Flag, o mocinho.
E é aí – e isso não é spoiler, pois está nos trailers – em que entram nossos heróis queridos: o Flash faz uma aparição rápida (desculpe o trocadilho) e o Batman tem um pouco mais de tempo de tela e algumas falas.
Depois, a trama vai aprofundar alguns deles e veremos mais detalhes sobre quem são e porque agem daquele jeito. Com isso, não há tempo de respirar e mergulhamos logo na ação, sem muitas delongas.
Ah, sim, abramos um parêntese para a trama (sem spoilers!): Amanda Waller (nunca sabemos exatamente qual é o seu cargo, mas parece ser a Secretária de Estado Maior, aquele que foi de Hillary Clinton há pouco tempo) consegue convencer o Conselho de Segurança a implantar um velho projeto chamado Força-Tarefa X, formado por grande criminosos para combater ameaças que as forças humanas comuns podem não conseguir dar conta. Num mundo povoado de metahumanos, pensa Amanda, vamos jogá-los uns contra os outros. Nesses criminosos são injetados miniexplosivos em seus pescoços, que explodirão caso desobedeçam qualquer ordem ou tentem fugir. Amanda controla esses explosivos, assim como o coronel Rick Flag, que será o líder de campo da equipe. Os criminosos escolhidos:
A Força-Tarefa X:
A Força-Tarefa X: Bumerangue, Arlequina, Pistoleiro, Katana. Rick Flag, Crocodilo e El Diablo.
  • Floyd Lawson, o Pistoleiro (Deadshot): o mais letal dos assassinos de aluguel do mundo. Nunca erra um tiro.
  • Harley Quinn, a Arlequina: nome verdadeiro, Dra. Harley Quinzel, ex-psiquiatra do Asilo de Arkham, que se apaixonou pelo Coringa e foi convertida em uma criminosa insana, assassina e extremamente perigosa.
  • George Harkness, o Capitão Bumerangue: ladrão australiano que usa bumerangues como arma e é um troglodita.
  • Chato Santana, El Diablo: capaz de gerar flamas e fogo.
  • Waylon Jones, o Crocodilo: criminoso que sofreu uma mutação e parece um crocodilo falante.
  • June Moon, a Magia: uma arqueóloga que foi possuída por uma velha deusa-bruxa extremamente poderosa.
  • Christopher Weiss, Slipknot: mestre em escaladas.
A trupe é liderada por Rick Flag, mas também conta com a ajuda de Katana, uma heroína japonesa que usa espadas como arma.
Os membros do Esquadrão Suicida não são, claro, tratados de modos iguais. Alguns são mera decoração (Slipknot, Bumerangue, Katana), outros crescem um pouco na trama (Crocodilo), e outros são vistos em maior profundidade.
O Pistoleiro em ação: eixo central do filme.
O Pistoleiro em ação: eixo central do filme.
Dentre os últimos, claro, o Pistoleiro de Will Smith tem bastante espaço, fazendo um assassino de aluguel que gosta do que faz, e não tem peso na consciência, mas tem algo que o prende à realidade na figura de sua filha. Isso é o mote para seu arco, que envolve ponderar sobre se vale à pena se submeter às condições da Força-Tarefa X. Smith é um bom ator e tem carisma, de modo que seu personagem funciona bem e é o grande eixo central do filme inteiro.
Arlequina: a melhor coisa do filme!
Arlequina: a melhor coisa do filme!
Mas quem vai cativar mesmo a audiência é, sem sombra de dúvidas, a Arlequina. Representada com naturalidade por Margot Robbie, a atriz dá um show, como uma criminosa totalmente maluca e engraçada, ao mesmo tempo em que é uma assassina mortal. Seu humor corta o filme inteiro, sendo sempre aquele alívio de tensão, mas sempre nas horas certas, sempre funcionando. Parece um daqueles papeis de “virada de carreira” e será muito justo. É a melhor coisa do filme.
Sua origem é mostrada ao longo do filme, em recortes de flashback, e várias vezes entramos em sua cabeça para ver “seu mundo”, enquanto sua paixão pelo Coringa é algo fascinante de ver.
Surpreendendo as expectativas, o personagem El Diablo também tem um bom peso na trama, especialmente no terço final, e se sai muito bem.
Amanda Waller (ao centro): pior do que os vilões?
Amanda Waller (ao centro): pior do que os vilões?
A dinâmica entre os personagens explora a temática da “honra entre ladrões” e isso é bem interessante, embora só se desenvolva efetivamente na parte final do longa. Se há algum tipo de mensagem no filme, seria esta e é importante: até que ponto as ações “legítimas”, legais, operadas pelas instâncias de poder (no caso, especialmente, de Amanda Waller) são realmente diferentes daquelas perpetradas por criminosos que agem “contra o sistema“, como Pistoleiro e Arlequina? É torno disso que gira, por exemplo, o arco dramático de Rick Flag, que é um “pau mandado” de Waller e se põe com um ar de superioridade perante os “vilões malditos” que lidera, mas vai precisar relativizar sua postura ao longo da trama.
A assustadora Magia.
A assustadora Magia.
Entre os problemas de Esquadrão Suicida, estão a velocidade e o desenvolvimento. A edição do filme é rápida demais, o que deixa várias cenas meio confusas. As origens dos personagens dão uma ideia de quem são, mas também ocorrem velozmente, deixando passar várias coisas. O tom escuro nos cenários e roupas enquanto vários personagens se movimentam ao mesmo tempo em cenas de ação deixam tudo um pouco difícil de acompanhar. Embora não exista uma “trama” propriamente para acompanhar, algumas cenas (principalmente de ação) ficam sem resolução clara aos olhos do espectador.
Quanto ao desenvolvimento, embora o filme se beneficie da velocidade para mascarar a ausência de “peso”, por outro lado, os motivos que fazem a trama andar são os pontos mais fracos de tudo. A ameaça contra a qual o Esquadrão Suicida se lança é algo que só funciona se não pensarmos nela. O lance de magia muitas vezes é uma “saída rápida” para resolver determinados problemas de roteiro ou desenvolvimento, mas não ficamos satisfeitos com isso. Talvez um outro tipo de ameaça funcionasse melhor para a história e os personagens.
O Coringa : desperdício?
O Coringa : desperdício?
Por fim, também ligado ao desenvolvimento está o tratamento de um personagem em específico: o Coringa. O palhaço do crime faz a trama andar em vários momentos – seja na origem e nas memórias da Arlequina, que a fazem se formar como personagem propriamente dito; seja em sua busca de resgatá-la das mãos do Governo – porém, jamais tem um momento seu. Assim, o Coringa é uma mera escada para a trama e não é aprofundado em nenhum momento.
Muito embora do ponto de vista social seja interessante ver o Coringa só servindo (num filme) como escada para a Arlequina, dando mais destaque à personagem feminina do que à masculina; por outro lado, ter um personagem icônico como ele – o maior vilão da história do cinema, tendo apenas, talvez, Darth Vader como equivalente – e um ator do quilate de Jared Leto interpretando-o, é até certo ponto de vista, um desperdício não lhe dar mais espaço, mais tempo de tela, mais história. Talvez, seja apenas uma espiada pela fechadura para vermos o Coringa com mais fôlego nos filmes solo do Batman? Tomara que sim. Se não for, que pena…
Pistoleiro e Arlequina: saldo positivo.
Pistoleiro e Arlequina: saldo positivo.
Mas para finalizar com um tom positivo, Esquadrão Suicida é um bom filme, é bastante divertido e entrega personagens muito interessantes – com total destaque à Arlequina – fazendo um longametragem que, em sua estrutura e trama, realmente, parece demais com uma história em quadrinhos.
Se seu tom escuro, sombrio, de humor negro, personagens disfuncionais (e desconhecidos em sua maioria) irá cativar o grande público, ainda é um mistério. Mas veremos nas próximas semanas.
E dois recados: 1) o filme não tem uma cena pós-créditos, mas tem uma daquelas cenas “no meio dos créditos”, que aponta para o futuro do Universo DC e vale à pena; 2) um dos prédios com importância na trama se chama algo como The John Ostrander Financial Building, que traz o nome do criador do Esquadrão Suicida nas HQs.
***
Em Esquadrão Suicida, após os eventos de Superman – O Homem de Aço e Batman vs. Superman – A Origem da Justiça, o Governo dos EUA decide criar a Força-Tarefa X, uma operação secreta que envolve colocar supercriminosos em missões suicidas, em troca de diminuições de penas, contra ameaças impossíveis de combater. A ideia é da durona Amanda Waller, que põe como líder de campo o coronel Rick Flag, que seleciona um time com alguns dos mais habilidosos criminosos: Pistoleiro, Arlequina, Capitão Bumerangue, El Diablo, Crocodilo, Slipknot, e a heroína Katana. Aparentemente, a primeira missão do Esquadrão Suicida será deter a ameaça da arqueóloga June Moon, que foi possuída por uma força mística maligna, conhecida apenas como Magia. Enquanto isso, o Coringa elabora um plano de retomar o controle sobre Arlequina, sua ex-amante. Batman e Flash fazem participações especiais.
Suicide Squado filme, é escrito e dirigido por David Ayer e o elenco traz: Will Smith (Floyd Lawson/Pistoleiro), Margot Robbie (Harleen Quinzel/ Arlequina), Jared Leto (Coringa), Viola Davis (Amanda Waller), Joel Kinnaman (coronel Rick Flag), Cara Delevingne (June Moon/Magia),  Jai Courtney (George “Digger” Harkness/Bumerangue), Jay Hernandez (Chato Santana/ El Diablo), Karen Fukuhara (Tatsu Yamashiro/ Katana), Adewale Akinnuoye-Agbaje (Waylon Jones/ Crocodilo), Scott Eastwood (Tenente GQ Edwards), Adam Beach (Christopher Weiss/ Slipknot), Jim Parrak (Frost), Common (Monster T), Ike Barinholtz (Griggs), com participação especial de Ben Aflleck (Batman/ Bruce Wayne) e Ezra Miller (The Flash). As gravações ocorreram em Toronto, no Canadá. A estreia no Brasil foi em 03 de agosto de 2016, dois dias antes dos EUA.
Chegou a existir um time com o nome de Esquadrão Suicida na DC Comics em 1959, contudo, a encarnação mais famosa da equipe foi criada pelo roteirista John Ostrander (com desenhos de John Byrne) para a edição 03 da minissérie Legends, em 1987. Em seguida, o grupo ganhou até revista própria, sendo desde então, uma parte importante do Universo DC. Em live action, o grupo já apareceu nas séries de TV Smallville e Arrow.

O Coringa de Jared Leto: o maior vilão em todas as mídias?
O Coringa de Jared Leto: o maior vilão em todas as mídias?
Ninguém tem dúvidas: o Coringa será uma das grandes atrações de Esquadrão Suicida, filme que adaptará as aventuras do grupo de vilões forçados a trabalhar para o Governo dos EUA em troca da redução de pena, publicado nas revistas da DC Comics e levado aos cinemas pela Warner Bros. dentro do mesmo universo ficcional de Batman e Superman, que estreia em breve. E aproveitando o lançamento do filme, o HQRock produz um Dossiê Especial sobre o vilão predileto de muita gente.
Então, vista seu sobretudo roxo, esconda uma pistola automática, arme-se com um charuto-bomba e uma flor que burrifica ácida, abra um grande sorriso e… venha conhecer a mente mais insana dos quadrinhos e um dos personagens mais famosos do mundo!
A carta do curinga criada por Jerry Robinson.
A carta do curinga criada por Jerry Robinson.
Coringa ou Curinga?
O personagem é intrigante até no seu nome. No original em inglês, The Joker significa “piadista, gozador, enganador”, mas também a famosa carta de baralho que “vale tudo” em determinados jogos. Entretanto, no Brasil, o nome da carta é curinga – isso mesmo, com “u”! A palavra coringa com “o” existe, mas significa “garoto mirrado ou feio“. Por algum motivo qualquer, em terras tupiniquins, o nome que pegou foi Coringa e não Curinga, que seria o certo.
Isso não quer dizer que a terminologia ainda não cause algumas confusões de vez em quando. Pouca gente lembra, mas quando Batman – O Filme saiu nos cinemas brasileiros, em 1989, o vilão aparecia nas legendas como Curinga, algo que só foi corrigido bem mais tarde, nas versões homevideo.
Origem Controversa
Bob Kane, o manda-chuva.
Bob Kane, o manda-chuva.
Como quase tudo relacionado a grandes personagens do entretenimento, há muitas controversas sobre a criação do Coringa nos quadrinhos. Bob Kane, Bill Finger e Jerry Robinson disputaram os méritos da criação do vilão – e todos já estão mortos. Na verdade, o papel de Finger é mais consensual, como o cara que escreveu a primeira história (que ajuda a definir a personalidade do vilão), mas Kane e Robinson garantiam que cada qual trouxe a ideia original.
Jerry Robinson nos anos 1940 e o Coringa desenhado por ele.
Jerry Robinson nos anos 1940 e o Coringa desenhado por ele.
Para aqueles não muito versados no mundo do homem-morcego, é preciso explicar algumas coisas antes. O cartunista Bob Kane foi a força motriz por trás da criação do Batman. Em 1939, aos 24 anos de idade, ele já era um cartunista ligeiramente bem-sucedido, fazendo HQs de detetive para a editora National Periodicals, que mais tarde seria conhecida como DC Comics. Quando o Superman foi um estouro de sucesso no ano anterior, na revista Action Comics, os editores da National convidaram Kane a criar um personagem similar, para incrementar as vendas da revista Detective Comics, que como o nome dizia, trazia histórias de detetive.
A primeira imagem do Batman, na capa de "Detective Comics 27", de 1939.
A primeira imagem do Batman, na capa de “Detective Comics 27”, de 1939.
Kane teve a ideia de um homem-morcego e levou ao seu principal colaborador: o escritor Bill Finger. Juntos deram os toques finais no personagem, que estreou com sucesso em Detective Comics 27, de 1939. As altas vendas criaram grande demanda de material e Kane não era um artista muito rápido e nem muito bom: seu traço era duro, rígido, sem vigor, e tendia à repetição. Então, com a grana entrando, ele fez o que todos os grandes artistas da época faziam: montou um estúdio, no qual contratava “por fora” outros artistas e terceirizava o serviço, embora só ele mesmo ganhasse os créditos. (Nem o nome de Finger, como escritor, aparecia, apenas o de Kane).
O primeiro assistente de Kane foi justamente Jerry Robinson, um desenhista de traço bem mais refinado, inteligente e com veia política, que tinha apenas 19 anos.
Conrad Veidt em O Homem que Ri.
Conrad Veidt em O Homem que Ri.
E aí as coisas embaralham. Kane afirma que assistiu ao filme O Homem Que Ri, estrelado por Conrad Veidt e teve a ideia de criar um vilão a partir daquele visual, com Finger contribuindo com a ideia do vínculo às cartas de baralho. Por sua vez, Jerry Robinson era um grande amante do carteado e vinha realmente de uma família de campeões em jogos de carta. Ele afirma que mostrou uma carta com um curinga a Kane com a proposta visual de um novo vilão.
(Esta não é a única disputa Kane-Robinson. O último também alega ter criado o visual do Robin, o parceiro mirim do Batman, que estreou em Detective Comics 38, de 1940).
Capa de Batman 01, de 1940: primeiras aparições do Coringa e da Mulher-Gato.
Capa de Batman 01, de 1940: primeiras aparições do Coringa e da Mulher-Gato.
Polêmicas à parte, o fato é que o trio criou a primeira história em que o vilão aparece: Kane lançou a ideia e fez os esboços e parte da arte, Finger escreveu o roteiro e Robinson completou a arte, refinou os esboços e realizou a arte-final. Àquela altura, a National já tinha decidido premiar o Batman com uma segunda revista: chamada apenas Batman, seria um volume especial, publicado trimestralmente (uma edição para cada estação do ano), com um número maior de páginas e mais histórias. O editor Whitney Ellsworth gostou o suficiente da história do Coringa para que ela se tornasse a primeira da revista Batman 01,publicada na primavera de 1940. Porém, Finger criou uma história em que – à moda da época – o vilão morria ao fim da história, e vendo o potencial disposto ali, Ellsworth obrigou o trio a refazer a última página e garantir que o vilão permanecesse vivo para voltar nas edições seguintes.
O Homem Que Ri
Primeira página da história com a primeia aparição do Coringa em "Batman 01". Texto de Finger, arte de Kane e Robinson.
Primeira página da história com a primeia aparição do Coringa em “Batman 01”. Texto de Finger, arte de Kane e Robinson.
A primeira história do Coringa, publicada em Batman 01, de 1940, é um clássico absoluto da Era de Ouro dos quadrinhos. Na trama, o vilão se apresenta à imprensa – via rádio! – afirmando que irá matar pessoas ilustres da cidade – o nome Gotham City iria demorar um ano para surgir ainda – e mesmo dizendo a hora e o local onde os crimes aconteceriam, ainda assim, conseguia realizá-los. A principal marca do vilão já estava ali presente: suas vítimas eram assassinadas com um gás do riso terrível, que deixava emoldurado em suas vítimas um sorriso macabro. O vilão também já é o que conhecemos: com sua pele branca, os cabelos verdes e um sorriso enorme em lábios muito vermelhos, embora a razão desse visual não fosse explicada (e nem seria até 11 anos depois!).
O Coringa em Batman 01, de 1940.
O Coringa em Batman 01, de 1940.
Como era típico das histórias iniciais do Batman, é uma trama sombria, violenta e com algo de complexo, muito longe de qualquer inclinação infantil, jovial ou humorística que as HQs pudessem ter no futuro (ou hoje!). A polícia de um lado e Batman e Robin de outro correm feito baratas tontas em busca de ficar um passo à frente do criminoso. O palhaço do crime chega a sequestrar Robin e está prestes a matá-lo quando o homem-morcego interrompe, para ser derrubado por um gás paralisante. Na última investida, o Batman consegue derrubar o vilão com um soco e ele cai de um edifício, mas o herói o segura com o braço.
Aparentemente, a editoria da National Comics (ou o próprio Ellsworth) gostou tanto do personagem que encomendou logo outra história. Talvez Kane, Finger e Robinson a tenham produzido para uma edição de Detective Comics ou para o número seguinte de Batman, mas a editora não quis esperar: O Retorno do Coringa já foi publicada na própria Batman 01,como a quarta história da revista.
O Coringa termina sua primeira história atrás das grades.
O Coringa termina sua primeira história atrás das grades.
Na trama, novamente violenta, o Coringa foge da prisão explodindo sua cela – com um explosivo escondido em um dente falso! – e retoma seu plano original. Novamente, anunciando roubos pelo rádio e cometendo os crimes mesmo com a polícia esperando. Um aspecto curioso da trama é sua violência: o Coringa mata mais de dez policiais a sangue-frio ao longo da curta história, além de jogar Robin de cima de um edifício (e o menino prodígio não morre por se segurar em um mastro de bandeira).
A história também mostra Batman sendo nocauteado pelo Coringa, mas o criminoso precisa fugir logo em seguida, pois a polícia chega. Um dos policiais decide desmascarar o cavaleiro das trevas, que ainda jaz no chão, mas o herói desperta, luta com os tiras e sai fugindo com tiros atrás de si. Esta cena é importante para ilustrar como, nesta época, o homem-morcego era um fora da lei, perseguido pela polícia.
Lua entre Batman e Coringa na faca!
Lua entre Batman e Coringa na faca!
No fim, há uma luta de faca entre Batman e o Coringa e o herói consegue fazer o vilão esfaquear a si mesmo. A dupla dinâmica foge da cena do crime achando que o Coringa está morto, mas o último quadro mostra o médico na ambulância dizendo que o criminoso estava vivo e ia sobreviver. O Coringa retornaria em breve!
É recomendável que o leitor procure por essa história, já republicada diversas vezes e possível de encontrar nas livrarias brasileiras. Mas também há uma versão moderna da primeira parte: ela ganhou uma “refilmagem” nas mãos do escritor Ed Brubaker, com desenhos de Doug Mahnke, em 2005, na graphic novel O Homem que Ri, adaptando a trama original com muita fidelidade, mas adequando-a à cronologia do Batman pós-Crise nas Infinitas Terras.
A Mulher-Gato é surpreendida pelo Coringa em Batman 02, de 1940.
A Mulher-Gato é surpreendida pelo Coringa em Batman 02, de 1940.
O Coringa retornaria logo em Batman 02, publicada três meses depois, no verão de 1940. A história se chamava The Joker vs. The Cat, trazendo o primeiro encontro entre o palhaço e a Mulher-Gato, ainda uma criminosa não-uniformizada, que também tinha estreado no número 1. Na trama, vemos o Coringa se refugiando em um castelo atrás de antiguidades, Batman e ele em uma luta de espadas e a Mulher-Gato se aliando à dupla dinâmica para derrotar o vilão.
O Coringa não esteve em Batman 03, publicada no outono daquele ano, mas fez sua estreia em Detective Comics, na edição 45, ainda antes do fim do ano de 1940. Na história, ainda nas mãos de Kane, Finger e Robinson, mas adicionando um novo artista como assistente, George Roussos, o Coringa está à solta de novo e agora se disfarça de um vendedor de discos que usa a combinação agulha e vinil para emitir o gás do riso letal que deforma o rosto das vítimas. Nessa trama, o vilão ainda é um típico ladrão de joias e antiguidades como nas aparições anteriores e termina em um navio em alto mar atrás de um artefato. Batman vai em seu encalço e o palhaço do crime termina despencando da embarcação e desaparecendo em alto mar. Estaria morto?
Claro que não!
Os Primeiros Anos de um Assassino
A famosa capa de Detective Comics 69, por Jerry Robinson.
A famosa capa de Detective Comics 69, por Jerry Robinson.
sucesso do Coringa com o público (e o corpo editorial da National) foi imediato e, logo, o vilão virou um tipo de atração fixa da revista Batman. Assim, a cada três meses, os leitores liam novos contos macabros do vilão combatendo o Batman e o Robin. Isso não quer dizer que o palhaço do crime não aparecesse também na revista mensal Detective Comics.
Seu próximo retorno já se deu em Batman 05, de 1941, na história O Mistério da Carta Faltante, ainda por Kane, Finger e Robinson, com este último já executando praticamente a arte inteira, com Kane apenas “dirigindo” os trabalhos. Num típico roteiro ardiloso de Finger, o Coringa é encontrado nadando na baía (de Gotham?) – o que serve também para explicar como pôde ter sobrevivido à história anterior – por uma quadrilha que rouba diamantes. Imediatamente, o vilão se alia à trupe e partem em busca de seu alvo. O conto traz a líder da quadrilha numa figura feminina fatal chamada Queenie, que se enamora de Bruce Wayne e, depois, percebe que ele é o Batman por causa de um pequeno corte no queixo causado pelo barbear. No fim, ela trai seus comparsas para salvar o homem-morcego, sendo baleada e pedindo um beijo antes de morrer.
Página de abertura de Batman 05.
Página de abertura de Batman 05.
Outro conto sensacional de Kane, Finger e Robinson veio pouco depois em Detective Comics 64, de 1942, onde o Coringa, subitamente, se apresenta à polícia para se entregar. Preso, confessa todos os seus crimes e vai à julgamento, sendo condenado à pena de morte. Ele é executado na cadeira elétrica, mas seu corpo é roubado por seus capangas, que usam um soro especial que traz o palhaço do crime de volta à vida. Pouco depois, o Coringa aparece na cidade e Batman e Robin tentam prendê-lo, mas o vilão faz um apelo na delegacia: um homem não pode ser condenado duas vezes por um mesmo crime. Ele já havia pagado sua sentença, por isso estava livre. Os heróis passam a vigiar o criminoso no hotel onde está hospedado, mas ele nem sai de lá: sem Batman e Robin perceberem, usa o letreiro para comunicar-se à distância com sua gangue.
A partir de então, o vilão passou a aparecer com frequência ainda maior na revista mensal, como em Detective Comics 67, de 1942, que traz uma bela capa ilustrada por Jerry Robinson.
Coringa, Pinguim e humor em Batman 25.
Coringa, Pinguim e humor em Batman 25.
É também daquele ano a primeira vez que o vilão ganhou uma abordagem cômica – fazendo jus ao seu nome – quando numa história de Batman 13, de 1943, Batman vence o Coringa ao lhe pagar com um cheque endereçado ao portador, que o criminoso não tem como tirar. Também é o caso de Batman 25, de 1944, escrita por Don Cameron e com arte de Jack Burnley e Jerry Robinson, no qual o Coringa une as forças com o Pinguim numa trama tipicamente infantil e leve, nada parecida com os contos de pouco tempo antes. Outro exemplo é Batman 32, de 1945, escrita por Cameron e com arte de Dick Sprang, ainda mais cômica, inclusive com o típico final fanfarrão, no qual o Batman acerta um tambor na cabeça no Coringa, que sai correndo com o instrumento enfiado na cabeça, às cegas, e bate em um poste.
Esse tipo de trama vinha por meio de pressão editorial da editora DC Comics, que queria que as histórias do cavaleiro das trevas fossem acessíveis às crianças – o Robin foi criado por isso – mas Kane e Finger insistiam em criar contos macabros e violentos. Contudo, era a DC quem pagava e a dupla tinha de ceder.
A arte de Dick Sprang para Batman 33.
A arte de Dick Sprang para Batman 33.
Outro detalhe sobre sobre esse período de 1943-1945 é que a edição marca o momento em que Bob Kane se afasta definitivamente da arte nas revistas do homem-morcego, para se dedicar às tiras diárias de jornal do personagem. Na época, as tiras tinham mais prestígio do que as revistas e fazê-las era a grande ambição de Kane. Assim, embora continuasse coordenando à distância a produção das revistas, deixou mais espaço para seus colaboradores, bem como para a interferência editorial.
Assim, enquanto nomes como Jerry Robinson e Sheldon Moldoff cuidavam de Detective Comics, a arte em Batman passou a nomes como Jack Burnley e World Finest passou a ser principalmente de Dick Sprang, com seu traço mais quadrado e cartunesco. Os editores gostaram muito do seu estilo e o tornaram o padrão em relação ao Batman, com os outros autores sendo incentivados a copiá-lo, como é claramente o caso de Moldoff. Aparentemente, Robinson ficou menos confortável com a situação, deixando a equipe criativa do personagem em 1945 e investindo em uma carreira como caricaturista político que lhe renderia fama e fortuna.
A Primeira Origem
Capuz Vermelho: história de Bill Finger.
Capuz Vermelho: história de Bill Finger e arte de Sheldon Moldoff.
Ao passar a década de 1940, as tramas envolvendo o Coringa  eram cada vez menos sombrias e mais humorísticas. Mas não somente com ele, mas com todo o universo do Batman. De certo modo, é um marco final desse período a célebre história Quem é o Capuz Vermelho?, publicada em Detective Comics 168, de 1951, com texto de Bill Finger e desenhos de Sheldon Moldoff. Para muitos este é o melhor conto do Batman na Era de Ouro. Pode parecer incrível aos dias de hoje, mas somente 11 anos após a criação do Coringa é que o vilão ganha uma origem!
A origem contada pela primeira vez.
A origem contada pela primeira vez.
Na trama, Batman vai dar um curso de Criminologia na Universidade de Gotham – é… eram os anos 1950 – e dá como desafio aos seus alunos desvendarem o caso do Capuz Vermelho, um criminoso que cometeu crimes dez anos antes e que nunca foi pego. Claro, a história afirmava que o homem-morcego estava há uma década em ação, correspondendo mais ou menos ao seu tempo de publicação. Então, o Capuz Vermelho volta a agir e Batman, Robin e seus alunos se unem para pegá-lo. No fim, uma surpresa: o Capuz Vermelho era ninguém menos do que o Coringa. Dez anos antes, ele era um criminoso comum, mas ao tentar escapar de Batman num assalto à Fábrica de Baralhos Monarca, caiu num tonel de produtos químicos que deixou sua pele branca, os cabelos verdes e os lábios vermelhos.
Um Comediante
Um Coringa mais comediante, em Batman 57.
Um Coringa mais comediante, em Batman 57.
No início dos anos 1950, dois movimentos paralelos afetaram a indústria de quadrinhos de modo muito forte. Em primeiro lugar, os super-heróis saíram de moda. De sucesso assustador à época do pré-Guerra e durante o conflito, o gênero simplesmente se esvaiu no pós-guerra, levando a maioria absoluta dos personagens a desaparecerem das bancas, como foi o caso dos companheiros de editora do homem-morcego: Flash, Lanterna Verde, Sr. Destino, Gavião Negro… todos desapareceram. Superman e Batman resistiram, mas suas vendas estavam cada vez mais se distanciando dos tempos de glória.
O outro movimento foi a perseguição de parte da mídia contra as HQs. O símbolo desse movimento foi o psiquiatra Fredric Wertham, que publicou o livro A Sedução do Inocente, no qual acusa os quadrinhos de corromperem a juventude norteamericana. Embora o alvo maior do cientista fossem as loucas histórias absurdamente violentas da EC Comics, em gêneros como terror e policial, sobrou bastante espaço para os super-heróis, com Batman acusado de homossexual e pedófilo (por causa do Robin), Mulher-Maravilha de lésbica e outras coisas. Como resultado da polêmica, que virou até tema de uma Comissão Especial no Congresso dos EUA (e observação atenta do Senador Joseph McCarthy, que perseguia comunistas em todo canto), as próprias editoras de quadrinhos se uniram e criaram o Comic Code of Authority, que era, na prática, um sistema de autocensura, que proibia as histórias de terem violência, sexo, mortes explícitas e coisas do tipo. Elas tinham que ser leves, inofensivas.
Para um personagem dado a histórias violentas e sombria, a fundação do CCA em 1954 foi um duro golpe. E o Batman sentiu de imediato. O resultado foi o Coringa se tornar um vilão cômico, que fazia trapalhadas. Um pastelão. Nada mais do assassino assustador de antes.
Coringa e Lex Luthor
Coringa e Lex Luthor unem as forças: histórias infantis.
Coringa e Lex Luthor unem as forças: histórias infantis.
Infelizmente, o Coringa se tornar um personagem inócuo ocorreu exatamente no momento em que, pela primeira vez desde que foram criados, Batman e Superman passaram a ter histórias em conjunto. Embora tenham surgido com apenas um ano de diferença e dentro da mesma editora, nunca haviam cruzado o caminho um do outro em uma história. O mais bizarro é que, em 1941, a DC Comics criou uma revista chamada World’s Finest que reunia contos inéditos de seus principais personagens. E como não podia deixar de ser, o cavaleiro das trevas e o homem de aço apareciam em praticamente todas as capas, mas nunca se encontravam no interior. Isso só mudou em 1952, quando a revista Superman 76 trouxe os dois interagindo pela primeira vez. Ainda assim, demorou outros dois anos para que a dupla de heróis passasse a ter aventuras conjuntas, a partir de World’s Finest 71, de 1954, em histórias em boa parte produzidas por Ed Hamilton (um dos principais escritores do Superman) e Dick Sprang (um dos principais desenhistas do Batman).
Uma vez que os heróis estavam juntos, não demorou muito e seus vilões também: Coringa e Lex Luthor unem as forças pela primeira vez em World’s Finest 88, de 1957, nas mãos da dupla Hamilton e Sprang. A história em si não é grande coisa: Luthor cria robôs de aparência humana superfortes e quer usá-los para roubar coisas, no que é ajudado pelo Coringa. Batman e Superman unem as forças para derrotá-los e levá-los à cadeia.
A partir de então, esse tipo de história era cada vez mais comum, embora com uma abordagem quase infantil.
Decadência
Infantino mudou o visual do Batman em 1964, criando a elipse amarela.
Infantino mudou o visual do Batman em 1964, criando a elipse amarela.
O Coringa infantil e trapalhão existiu por mais de 20 anos, mas isso só serviu para diminuir sua importância e desgastar sua imagem. Proibidos de fazer uma abordagem ao Batman como nos velhos tempos, Bob Kane e Bill Finger faziam o possível, mas terminavam envolvendo o homem-morcego em tramas sem pé nem cabeça, com temáticas que descaracterizavam o personagem: ficção científica, viagens no tempo, humor etc. Isso durou quase 10 anos.
No fim do ano de 1963, encerrou-se o contrato do Estúdio de Bob Kane com a DC Comics. Até ali, tinham sido 24 anos de histórias e, na iminência da editora não renovar o contrato, Kane decidiu se aposentar das histórias em quadrinhos e foi trabalhar com desenhos animados, onde fez algum sucesso. Bill Finger e os outros nomes do estúdio – Sheldon Moldoff, por exemplo – continuaram a trabalhar com a DC e o Batman, mas agora, diretamente. E outros também se aposentaram, como foi o caso de Dick Sprang.
As revistas do Batman passaram ao comando de Julius Schwartz, o editor-sensação que criou a Era de Prata dos Quadrinhos, ao impulsionar as vendas com novas versões de velhos heróis do passado, como Flash e Lanterna Verde, além de grandes renovações em outros, como a Mulher-Maravilha. Ao assumir o comando do cavaleiro das trevas, Schwartz colocou o escritor John Broome (criador do Lanterna Verde Hal Jordan e um dos principais escritores do Flash) como o principal roteirista, enquanto Carmine Infantino (o desenhista do Flash) se tornou o artista-chefe, responsável por uma ligeira modernização do visual do cruzado embuçado: abandonando a arte caricatural herdada de Kane e o estilo quadrado de Sprang para uma abordagem mais curvilínea e bonita, com um Batman mais delgado e ágil, com uma elipse amarela em torno do símbolo do morcego. O Coringa também foi ligeiramente repaginado, com um visual menos cartunesco.
Porém, Schwartz detestava o Coringa (e tinha motivos para isso, lendo as aventuras dos últimos dez anos), portanto, sua regra era: usar o vilão o mínimo possível. Portanto, entre 1964 e 1969, o palhaço do crime apareceu em somente um punhado de revistas. E mesmo com o sucesso da série de TV do Batman, ainda assim, o vilão não deu muito as caras e, após aparecer em Detective Comics 388, de 1969, passaria incríveis quatro anos sem ser publicado.
Estreia em Carne e Osso
O Coringa vivido por Cesar Romero, em 1966.
O Coringa vivido por Cesar Romero, em 1966.
No início de 1966 ia ao ar o primeiro episódio da série de TVBatman, levada ao ar pela CBS, estrelada por Adam West e Burt Ward, como o homem-morcego e Robin, respectivamente. Nada de cavaleiro das trevas: o tom da série era humorístico ao extremo, chegando praticamente ao pastelão, carregado de nonsense e, para compensar, um visual psicodélico que explodia em cores berrantes. O Coringa fez sua estreia em live action no programa, interpretado pelo ator Cesar Romero.
Romero era descendente de italianos e já era um ator “de segundo escalão” consagrado, com uma extensa carreira, na qual se destacavam os papeis de latin lover. O curioso é que Romero tinha como marca registrada um bigode e não permitiu de modo algum que ele fosse raspado para interpretar o vilão, então, era aplicada mais maquiagem para disfarçar. Embora estranho ao perfil que o palhaço do crime tem hoje, a interpretação de Cesar Romero fez jus ao tom da série, com um Coringa galhofeiro, mas que inaugurou a típica risada histérica que lhe é marca característica.
Robin e Batman na TV.
Robin e Batman na TV.
O Coringa também esteve no filme Batman, o homem-morcego, que estreou em 1966, como uma forma de divulgar a série para outros países do mundo, numa trama em que alia suas forças ao Pinguim, ao Charada e à Mulher-Gato.
Os vilões no filme da série.
Os vilões no filme da série.
Contudo, embora a série tenha feito um sucesso insano no início, rapidamente também esgotou sua fórmula e a audiência baixou. O programa foi cancelado na Terceira Temporada, em 1968.
Naquele ano, também estreou o desenho animado The Adventures of Batman, parte de um programa de TV chamado The Superman/Batman Hour (que tinha também um programa do homem de aço, cada um com 30 minutos) e o Coringa ganhou sua primeira versão em cartoon. Embora tivesse mais ou menos os trejeitos da série com atores, o visual do vilão era calcado na arte de Carmine Infantino.
A Volta do Assassino
O Coringa em sua última aparição antes do embargo.
O Coringa em sua última aparição antes do embargo.
O sucesso efêmero da série de TV do Batman causou um grande custo ao personagem. A visão abobalhada do herói e seu universo manchou sua imagem e sua reputação. Para piorar, a DC Comics se empolgou no início e decidiu levar o tom humorístico para as HQs, exatamente dois anos depois da editora ter percebido que essa rota não tinha dado certo e cancelar o contrato com o estúdio de Bob Kane, dando a Carmine Infantino e John Broome a missão de fazer histórias mais sérias e contundentes. A volta repentina do humor só levou a piorar mais ainda as vendas das revistas.
O Coringa de Cesar Romero virou um pouco o símbolo desse Batman barrigudo e engraçado, de modo que, como o editor Julius Schwartz já não gostava do personagem, tratou de limá-lo completamente da linha editorial. O Coringa apareceu em Justice League 77 e 78. de 1968, por Dennis O’Neil e Dick Dillin, como um oponente do grupo, em seguida, fez aquela já citada participação em Detective Comics 388, de 1969, e simplesmente sumiu do mapa e passou quatro anos sem aparecer.
Enquanto isso, foi realizada uma profunda mudança no universo do cavaleiro das trevas. Ao longo dos anos 1960, foi emergindo uma nova geração de escritores e desenhistas, que iria resultar no fim da Era de Prata e dar início à Era de Bronze dos quadrinhos. Na concorrente Marvel Comics, por exemplo, os clássicos Stan Lee, Jack Kirby, Steve Ditko, Don Heck, foram dando lugar a garotos como Roy Thomas, Gerry Conway, Jim Steranko etc.
A DC Comics foi mais resistente no início. Trabalhava ainda na lógica antiga, com uma padronização mais forte de texto e arte e, por isso, tinha um visual mais “conservador” e menos arrebatador do que a concorrência. Mas contra números não há argumentos: naquela década a Marvel saltou de uma empresa minúscula para a campeã de vendas do mercado de HQs, deixando a poderosa DC para trás. Então, mudanças ocorreram.
Também é importante ressaltar que, em 1968, a DC Comics foi adquirida pelo conglomerado Warner Bros., e este império da mídia obviamente queria uma empresa mais lucrativa e ágil.
O Batman na arte de Neal Adams: de volta ao tom sombrio.
O Batman na arte de Neal Adams: de volta ao tom sombrio.
Assim, por volta de 1968, mudanças começaram a ser sentidas. Julius Shwartz começou a dar mais espaço a escritores mais jovens, como Dennis O’Neil – que tinha apenas 28 anos – e abriu as portas para toda uma nova geração de desenhistas: Neal Adams, Irv Novick, Jim Aparo etc. Com isso, a velha guarda foi sendo deixada de lado e as revistas da DC começaram a ter uma outra cara.
Dennis O’Neil foi o maior artífice da mudança, porque seus textos começaram a dar um ar mais adulto e sério à DC. Ele começou a transformação na revista da Mulher-Maravilha, que se desligou de suas raízes da mitologia grega e – como era típico da década de 1960 – se envolveu com misticismo oriental, artes marciais e aventuras de espionagem à lá 007. Em seguida, ele assumiu a revista da Liga da Justiça, tornando suas aventuras mais ameaçadoras. Em 1970, foi a vez do Superman, que sofreu uma pequena reformulação. E, em seguida, o Batman.
Batman, Coringa e um tubarão em "Batman 251" por O'Neil e Adams.
Batman, Coringa e um tubarão em “Batman 251” por O’Neil e Adams.
Na verdade, já em 1968, as coisas começaram a mudar para o Batman. A dupla Bob Haney e Neal Adams assumiu a revista The Brave and the Bold, dedicada a mostrar encontro entre heróis da DC, mas que desde o ano anterior, graças ao sucesso da série de TV, tinha o homem-morcego como convidado fixo. As histórias tinham um tom mais sério e relevante. Logo, esse clima começou a ser transportado para as revistas oficiais do cavaleiro das trevas: Detective Comics e Batman. Então, em 1970, Adams se mudou para essas duas revistas e, ao lado de Dennis O’Neil deram início a uma fase absolutamente genial do personagem, levando-o de volta às suas origens sombrias, de um herói noturno.
Mesmo assim, ainda demorou até 1973 para o Coringa retornar às HQs, atingindo o recorde de quatro anos longe das bancas. O palhaço do crime voltou na histórica edição A Vingança Quíntupla do Coringa, publicada em Batman 251, com uma trama simples de O’Neil e Adams: o vilão foge da cadeia e vai se vingar de seus ex-comparsas que o traíram. O destaque é o retrato psicótico, sem remorso e alucinado do vilão que dá o primeiro passo para a criação do personagem tal qual o conhecemos nos dias de hoje.
O Coringa por Englehart e Rogers.
O Coringa por Englehart e Rogers.
O segundo passo foi dado em Detective Comics 471 e 476, de 1977 a 1978, com a história Peixes Sorridentes, em que Steve Englehart e Marshall Rogers mostram um Coringa ainda mais alucinado, insano e psicótico. Na trama, inacreditável, o vilão envenena todos os peixes da baía de Gotham com seu sorriso característico, apenas para depois cobrar pelos direitos autorais de sua imagem! Por mais que esse plot tivesse algo de humor negro, o retrato do Coringa é sensacional. O visual do vilão, usando sobretudo e chapéu, também seria algo readotado definitivamente nesta história.
Aventuras Solo
Capa de The Joker 01, de 1975, por José Garcia Lopez.
Capa de The Joker 01, de 1975, por José Garcia Lopez.
Ainda antes da aventura de Englehart e Rogers, o Coringa foi o primeiro vilão da DC Comics a ganhar uma revista solo. The Joker foi publicada entre 1975 e 1976 e teve apenas 09 edições, indo muito mal nas vendas. Na época, a franquia do homem-morcego ganhou uma expansão – além de Detective Comics, Batman, World Finest e The Brave and the Bold, publicadas mensalmente (e sua participação em Justice League of America), havia a Batman Family, com aventuras de Robin, Batgirl e outros personagens relacionados – e o vilão foi contemplado com um título seu. Porém, o cavaleiro das trevas não aparece nas aventuras, mostrando-se o Coringa contra outros vilões da DC e a coisa não funcionou, mesmo com textos de Dennis O’Neil e a arte fantástica de José Garcia Lopez.
O Terror dos Anos 1980
Aquelas duas histórias de O’Neil-Adams e Englehart-Rogers foram o ponta-pé inicial de uma fase em que o Coringa se tornou o mais terrível vilão das HQs efetivamente. Na década de 1980, uma nova leva de escritores explorou de modo sistemático até onde iria a loucura do palhaço do crime. A primeira dessas histórias foi Batman: o Cavaleiro das Trevas, a lendária minissérie escrita e desenhada por Frank Miller e publicada em quatro partes em 1986. A complexa trama mostra o Batman aposentado há uma década e com mais de 50 anos de idade, obrigando-se a voltar à ativa como resposta de uma onda insana de violência em Gotham City. Perseguido pelas autoridades e ainda mais violento do que nunca, Batman precisa enfrentar uma série de adversidades: sua idade, adversários bem mais jovens, uma onda de caos e até o Superman! O conflito entre o homem-morcego e o homem de aço nesta história, inclusive, é a base do filme Batman vs. Superman – A Origem da Justiça.
Batman versus Coringa em O Cavaleiro das Trevas. Arte de Frank Miller.
Batman versus Coringa em O Cavaleiro das Trevas. Arte de Frank Miller.
Em meio à toda essa trama, há um subplot com o Coringa: o vilão é mostrado internado em um asilo e em estado catatônico, pois não tem razão de viver sem a presença do Batman. Mas no momento em que o cruzado embuçado volta à ação, ele volta a si e arma um plano incrível de provar que está curado e querer se reintegrar à sociedade, ao mesmo tempo em que procura matar todos na cidade. A luta entre os dois é uma das mais violentas das HQs.
Além de gerar A Origem da Justiça, existe uma adaptação bem mais fiel dessa história como um desenho animado em longametragem em duas partes, lançado em homevideo pela DC Comics e a Warner Bros. Animation.
Detalhe da capa de "A Piada Mortal": origem do Coringa.
Detalhe da capa de “A Piada Mortal”: origem do Coringa. Arte de Brian Bolland.
Pouco depois, foi publicada a graphic novel Batman: A Piada Mortal, em 1987, com textos de Alan Moore e desenhos de Brian Bolland. Na história, o Coringa arma um plano cruel, em que dá um tiro em Barbara Gordon, a filha do Comissário Gordon, e a deixa paralítica. Além disso, ele abusa fisicamente dela, tirando fotos, sequestrando seu pai e mostrando a ele as imagens e gravações sonoras das torturas. A ideia é mostrar que qualquer cidadão “normal” pode enlouquecer depois de um dia ruim.
Barbara Gordon é baleada pelo Coringa. Arte de Brian Bolland.
Barbara Gordon é baleada pelo Coringa. Arte de Brian Bolland.
A história é notável, também, por trazer a origem moderna do Coringa. As lembranças são contadas do ponto de vista do vilão e retomam a ideia de que ele foi o Capuz Vermelho antes de se tornar o Coringa, mas agora com mais detalhes: ele era um comediante de stand-up fracassado com uma esposa grávida, se esforçando para ganhar a vida, e é convencido por uma quadrilha criminosa a usar a identidade de Capuz Vermelho (que na verdade pertencia a outra pessoa, desconhecida) para ganhar uma grana fácil. O comediante cede e tudo dá errado: Batman aparece e ele cai no tanque de produtos químicos que o deixa com a aparência modificada; sua esposa é assassinada (ou sofreu um acidente?). Porém, o texto de Moore aprofunda vários detalhes, deixando-os confusos: o próprio vilão não parece ter certeza do que aconteceu e várias cenas têm mais de uma versão, cabendo ao leitor escolhê-las. Genial.
A brutal cena com Barbara Gordon...
A brutal cena com Barbara Gordon, por Moore e Bolland.
A Piada Mortal teve um impacto enorme nos quadrinhos e iniciou uma onda de ataques pessoais do Coringa ao homem-morcego. E também teve como consequência Barbara Gordon ficar paralítica, terminando sua carreira como Batgirl, fato que aparentemente, o Coringa até desconhecia. A moça, então, passou a usar suas habilidades de hacker sob a identidade de Óraculo, auxiliando os heróis e a Liga da Justiça, condição que durou até o reboot da DC em 2011.
A Piada Mortal foi recentemente adaptada como um desenho animado em longametragem com Censura 18 anos e fez um grande sucesso de público e crítica.
A cena brutal da morte de Robin na arte de Jim Aparo.
A cena brutal da morte de Robin na arte de Jim Aparo.
Em 1988, nas revistas mensais do cavaleiro das trevas, outra tragédia: Batman 426 a 429,trazem a saga Morte em Família, com texto de Jim Starlin e arte de Jim Aparo, na qual o Coringa assassina Jason Todd, o Robin II. Nas histórias daquela década, o Robin (Dick Greyson) havia abandonado essa identidade em 1984 para se tornar o Asa Noturna, uma forma de mostrar maturidade e se desvencilhar do Batman. Assim, o homem-morcego treinou Jason Todd para substituí-lo.
O personagem, porém, não agradou os leitores da DC e houve grande aversão ao segundo Robin. Por isso, a DC criou a história Morte em Família, na qual uma votação por telefone definiu se Todd deveria morrer ou não. O “sim” ganhou por uma margem pequena de votos e assim foi feito.
A morte do Robin II por Starlin e Aparo: clássico dos anos 1980.
A morte do Robin II por Starlin e Aparo: clássico dos anos 1980.
Na trama, Todd se tornou um adolescente arredio, violento e descuidado, o que leva a uma briga com o Batman. Ao mesmo tempo, o jovem descobre que sua verdadeira mãe está viva, pois pensava que era órfão (mas era adotado). Seguindo as pistas, o novo Robin vai parar no Oriente Médio, onde cruza o caminho com o Coringa e é assassinado violentamente pelo vilão: espancado com um pé de cabra e deixado à mercê de uma bomba relógio. O palhaço do crime estava vendendo armas na região e termina contratado pelo Irã para ser Delegado do país nas Nações Unidas (!), o que lhe dá imunidade diplomática e o impede de ser preso. O que não impede o Batman de persegui-lo, claro.
A morte de Jason Todd teve uma grande consequência nas HQs do Batman, com o herói atormentado por anos por essa falha em sua carreira. O retrato do Coringa também se tornava mais psicopata, migrando para as revistas mensais com esse comportamento. Infelizmente, o vilão é dado como morto ao fim da trama e passou alguns anos desaparecido ou sem grandes histórias nas revistas de linha.
Poderoso painel de Breyfoglem em Detective Comics 617.
Poderoso painel de Breyfogl em em Detective Comics 617.
Uma exceção curiosa foi em Detective Comics 617, de 1990, dentro da ótima fase de Alan Grant e Norm Breyfogle. Enquanto as revistas do homem-morcego rodavam uma trama em que o herói ia encontrando evidências de que o Coringa ainda estava vivo, a dupla decidiu criar uma trama na qual, enquanto persegue essas pistas, o cavaleiro das trevas relembra um confronto do passado com o vilão, a oportunidade para a dupla explorar rapidamente a relação dos dois personagens. É também oportunidade única de ver o palhaço do crime retratado na fantástica arte de Breyfogle, com suas linhas retas e tom sombrio.
ausência nas revistas mensais não queria dizer que o vilão não continuasse a protagonizar contos de terror, como Batman: Asilo de Arkham, a graphic novel de Grant Morrison e Dave McKean, publicada em 1989, mostrando uma alucinada história em que os presos tomam conta do Asilo e Batman é obrigado a entrar sozinho e encarar seus piores inimigos, com destaque ao Coringa, claro. Não é uma aventura de ação, mas um terror psicológico muito bem escrito e com um visual aterrador, sendo a primeira obra magma de Morrison, que seria um dos grandes nomes das HQs nas décadas seguintes.
Claro, dá para notar que a premissa básica da história foi usada anos depois na série de videogames Arkham Asylum e Arkham City, embora as tramas não tenham praticamente nada a ver.
Aparição Triunfal nos Cinemas
Jack Nicholson como o Coringa.
Jack Nicholson como o Coringa.
A incrível sequência de histórias espetaculares do Batman no anos 1980 – como Cavaleiro das Trevas, Ano Um, A Piada Mortal etc. – tornaram o homem-morcego um dos personagens mais famosos do mundo e abriram o caminho para que chegasse finalmente aos cinemas, com bom orçamento e tratamento sério. Batman – O Filme, de 1989, foi dirigido por Tim Burton e protagonizado por Michael Keaton, e foi um sucesso enorme de bilheteria, dando início a uma verdadeira batmania.
Mas o grande destaque do filme é a interpretação impressionante de Jack Nicholson como o Coringa. À época, um dos atores mais bem sucedidos e bem pagos de Hollywood, com uma carreira longeva que incluía clássicos absolutos como Easy Rider – Sem Destino; e O Iluminado, de Stanley Kubrick, além de um Oscar de Melhor Ator por O Estranho no Ninho, Nicholson relutou bastante em pegar o papel, que passou pelas mãos de gente como David Bowie e Willem Dafoe, e quase foi aceito por Robin Williams, mas foi convencido pelos produtores. O ator emprestou toda a sua capacidade interpretativa e entregou uma versão psicótica do Coringa tal qual os quadrinhos da época, num retrato incrível. Não à toda, foi novamente indicado ao Oscar (de Melhor Ator Coadjuvante, mas não ganhou) e recebeu o maior cachê da história do cinema até então, por um acordo de participação na bilheteria.
O Batman de Tim Burton e Michael Keaton: sombrio e gótico.
O Batman de Tim Burton e Michael Keaton: sombrio e gótico.
trama do filme usa ligeiramente a ideia por trás de Quem é o Capuz Vermelho e A Piada Mortal, mas o vilão ganha um nome pela primeira vez: Jack Napier é um gangster veterano comum que quer dar um golpe no seu chefe e cai no tanque de produtos químicos enquanto é perseguido pelo Batman. O filme também adotou uma medida polêmica, definindo que Napier também é o assassino dos pais de Bruce Wayne, e  não Joe Chill, como é nas HQs. Essa questão de fechamento de ciclo até funciona para o filme, mas tirou uma das características interessantes da origem do Batman que é a causalidade da tragédia causada por um bandido comum.
Aparição Triunfal nos Desenhos
O Coringa do desenho.
O Coringa do desenho, com voz de Mark Hamill.
Com o megassucesso de Batman – O Filme e com Batman – O Retorno prestes a estrear, a Warner Bros. decidiu fazer um novo desenho animado do homem-morcego. Porém, dessa vez, mirando no tom sério das HQs e dos filmes, embora mantendo a capacidade de ser assistido por crianças. O artista Bruce Timm e o escritor Paul Dini criaram a obra-prima chamada Batman – The Animated Series, em 1992, que fez bastante sucesso na TV e duraria quatro temporadas.
A Série Animada tomava de empréstimo a ambientação meio gótica dos filmes de Burton, mas numa atmosfera muito fiel aos quadrinhos, usando seus episódios para adaptar as grandes histórias do personagem nas décadas de 1970 e 80. O elenco também era um primor: Kevin Conroy fez um Batman sensacional, com uma voz forte e grave para o herói e outra mais suave para Bruce Wayne, enquanto Mark Hamill – mais conhecido como o Luke Skywalker de Star Wars – fez uma versão sensacional do Coringa em cartoon, misturando um toque de humor (o programa era livre), mas adicionando muitos elementos malévolos e sombrios. Sua risada histérica também ficou na história.
O vilão encontra sua cara metade: a Arlequina.
O vilão encontra sua cara metade: a Arlequina.
Para completar, a série criou uma parceira para o Coringa na figura da Arlequina: Harley Quinzel, (que passa a usar o nome de Harley Quinn, trocadilho com Harlequin ou Arlequina em português) uma psiquiatra do Asilo de Arkham que termina se apaixonando loucamente pelo vilão e vira sua namorada e companheira de crimes. A personagem estreou no episódio 22 da Primeira Temporada e ficou extremamente popular e, por isso, terminou depois adicionada às HQs.
A Máscara do Fantasma.
A Máscara do Fantasma.
A Série Animada também teve spin-offs na figura de longametragens lançados diretamente no mercado de homevideo, e um dos melhores é A Máscara do Fantasma, no qual o Batman precisa enfrentar o retorno de um criminoso mascarado que existiu 20 anos no passado. O Curioso é que há uma subtrama sobre a máfia que insinua importantes pistas sobre o passado do Coringa, aproximando-se da história de Batman – O Filme.
A Série animada teve duas temporadas de grande sucesso, entre 1992 e 1994, e depois, adotou um tom um pouco mais infantil (com um novo título The New Batman Adventures e um design ligeiramente diferente) por outras duas, encerrando em 1996, quando deu lugar a Superman – The Animated Series, produzida pela mesma equipe. O homem de aço não funcionou tão bem, mas em 2000 estreou Justice League – The Animated Series, que fez um sucesso estrondoso também em quatro temporadas. Conroy continuou sendo o Batman e Hamill fez algumas participações como o Coringa.
Os Anos 90
Advogado do Diabo: culpa ou inocente?
Advogado do Diabo: culpa ou inocente?
O Coringa continuou como um personagem muito popular na década de 1990, embora não tenha tido histórias tão bombásticas como da década anterior. Ainda assim, o vilão teve uma participação importante, mesmo breve, na saga A Queda do Morcego,de 1993, na qual Batman é vítima de um plano do vilão Bane, que liberta todos os presos do Asilo de Arkham, causando o total esgotamento físico do cavaleiro das trevas. O Coringa e o Espantalho dão o toque final ao sequestrarem o prefeito de Gotham City e obrigarem Batman a uma caçada desesperada contra o relógio.
Em 1994, Paul Dini e Bruce Timm adaptaram os episódios de A Série Animada na graphic novel Louco Amor, narrando a origem da Arlequina em quadrinhos pela primeira vez, uma história que fez bastante sucesso e foi premiada com o prêmio Eisner, o Oscar dos quadrinhos, de melhor história.
O Coringa na arte de Graham Nolan.
O Coringa na arte de Graham Nolan.
Mas o grande destaque da época foi a graphic novelAdvogado do Diabo, de Chuck Dixon e Graham Nolan, de 1996, que mostra uma trama inusitada: uma série de assassinatos é atribuída ao Coringa e quando Batman prende o vilão, um juiz consegue revogar o diagnóstico de insanidade do palhaço do crime, levando-o à execução na cadeira elétrica, porém, o cavaleiro das trevas termina descobrindo evidências de que o Coringa não é culpado dos crimes e, agora, precisa decidir se salva ou não seu maior inimigo.
Coringa e Arlequina... juntos agora nas HQs! Arte de Mike Deodato Jr.
Coringa e Arlequina… juntos agora nas HQs! Arte de Mike Deodato Jr.
Outro evento foi a transposição da Arlequina definitivamente para os quadrinhos: a personagem foi introduzida em Batman 570, de 1999, por textos de Bronwyn Charlton e arte do brasileiro Mike Deodato Jr., então, um dos artistas mais famosos das HQs, numa trama similar à do desenho animado. A vilã repetiria a fama e popularidade nesta mídia também.
Voltaremos a falar sobre o Coringa em Terra de Ninguém, contudo, não custa nada ressaltar que o sucesso da Arlequina foi tão grande que a personagem chegou a ter histórias próprias: sua revista teve 38 edições publicadas entre 2001 e 2003. Depois, ela seria integrada à revista Birds of Prey (Aves de Rapina), que mostrava um time de heroínas lideradas por Oráculo.
Anos 2000
Outra década com o vilão ganhando algumas histórias importantes. O primeiro destaque foi na conclusão da longa saga Terra de Ninguém, publicada em Detective Comics 741, em 2000, com textos de Greg Rucka e Devin Greyson e arte de Damion Scott, na qual o Coringa sequestra todos os bebês de Gotham City, levando a uma caça desesperada de Batman e da força policial da cidade. No fim das contas, a detetive Sarah Essen, esposa do Comissário Gordon já há alguns anos, descobre que as crianças estão no porão da delegacia da cidade e confronta sozinha o palhaço do crime.
A morte de Sarah Essen...
A morte de Sarah Essen…
Numa cena horripilante, o Coringa joga um dos bebês para o alto e Essen larga a arma e tenta salvá-lo. Depois disso, o Coringa simplesmente dá um tiro na cabeça dela. Porém, aparentemente, até o insano vilão percebeu o quanto cruel e vazio foi seu ato: o desenho mostra o palhaço não sorrindo, mas cabisbaixo ao deixar o cadáver para trás.
...parece que não teve graça nem para o Coringa.
…parece que não teve graça nem para o Coringa.
Também houve a história Dark Detective, de 2005, uma minissérie que resgata a histórica dupla Steve Englehart e Marshall Rogers de volta ao cenário que criaram nos anos 1970: em meio a uma eleição municipal conturbada em Gotham City, o Coringa tenta se candidatar a prefeito. O duo repete o magistral retrato do vilão ao mesmo tempo em que resgata também personagens clássicos da época que não foram usados por outros autores, especialmente o amor de Bruce Wayne, Silver St. Cloud.
O Coringa Definitivo?
A versão de Christopher Nolan e Christian Bale em "Batman Begins".
A versão de Christopher Nolan e Christian Bale em “Batman Begins”.
A franquia cinematográfica do cavaleiro das trevas começou superbem: Batman – O Filme (1989) fez um sucesso incrível; Batman – O Retorno (1992) fez um sucesso um pouco menor, mas a maioria concorda que é até um filme melhor. Porém, o clima sombrio e assustador do diretor Tim Burton estava preocupando a Warner Bros., que usou a desculpa da bilheteria menor para pressionar o cineasta a diluir o tom e fazer películas mais “família”. Burton não topou e o diretor Joel Schummacher assumiu o comando, produzindo os filmes Batman Eternamente (1995) e Batman & Robin (1997), que geraram um cenário colorido, alegre, fanfarrão para o mundo do homem-morcego, dando um resultado final muito, mas muito ruim, especialmente no último.
Cena entre Gordon e Batman em "Begins" replica o final de "Ano Um".
Cena entre Gordon e Batman em “Begins” replica o final de “Ano Um”.
Como resultado, a franquia entrou em hiato e o estúdio passou anos tentando produzir um novo filme ou um novo começo (leia um post sensacional do HQRock sobre essas tentativas, clicando aqui). Demorou, mas deu certo.
Em 2005, o diretor Christopher Nolan (de Amnésia) lançou Batman Begins, estrelado pelo ator galês Christian Bale apresentando uma versão magistral do homem-morcego: uma história de origem do herói (que nunca tinha sido mostrada no cinema, por incrível que pareça) em um tom realista e com uma cinematografia fantástica, cinema de verdade, arte! Foi sucesso de público e de crítica, todos encantados com essa abordagem.
E um bom detalhe: a cena final de Begins imita exatamente a mesma da clássica história Batman: Ano Um, de Frank Miller e David Mazzuchelli, publicada em 1987. Gordon (promovido a capitão na HQ e no filme) e Batman conversam no telhado e o policial lhe dá uma dica a seguir: uma carta de baralho, indicando que o Coringa vem a seguir.
A já icônica versão de Heath Ledger para o Coringa.
A já icônica versão de Heath Ledger para o Coringa.
E ainda ficaria melhor: a sequência veio em 2008, com Batman – O Cavaleiro das Trevas,provavelmente, o melhor filme de super-heróis já feito. Na trama, o Coringa lança um ataque devastador a Gotham City, mergulhando a cidade no caos. O palhaço do crime ganha uma interpretação avassaladora nas mãos de Heath Ledger, ator australiano que estava em ascensão na época, com uma indicação ao Oscar de Melhor Ator por O Segredo de Brokeback Montain. O roteiro entregava um vilão anárquico, assustador e incrivelmente astuto, criando um grande plano que envolve os principais personagens do longa (Batman, Comissário Gordon, Promotor Harvey Dent, a máfia…) em uma trama, lançando uns contra os outros e fazendo tudo parecer acaso. Ao mesmo tempo, Ledger criou uma voz própria, elaborou maneirismos (gestos com as mãos, a língua lambendo os lábios), resultando num personagem intenso e irresistível.
Coringa versus Batman em um filme excepcional.
Coringa versus Batman em um filme excepcional.
Ajustado ao tom realista do filme, este Coringa não tem a pele branca e os cabelos verdes tais quais nas HQs (e no filme de 1989), fruto de um banho em um tanque de produtos químicos. Nesta versão, o criminoso simplesmente usa maquiagem para assustar seus inimigos. Ele detém horríveis cicatrizes no rosto, que parecem formar um sorriso, mas nunca sabemos a origem delas. O filme não revela nada de seu passado e o Coringa conta versões diferentes para como ganhou as marcas.
Infelizmente, Ledger faleceu alguns meses antes do lançamento do filme, aparentemente de uma overdose de drogas. O mundo ficou embasbacado por sua performance em O Cavaleiro das Trevas, que lhe rendeu o póstumo Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, situação que ocorreu apenas duas vezes na história de Hollywood. É também o único Oscar das categorias principais a ter sido ganho por um filme de super-heróis até hoje!
Influências do Cinema
O Coringa de Lee Bermejo.
O Coringa de Lee Bermejo.
Claro que uma versão tão forte do personagem nos cinemas criou um grande impacto nas outras mídias. Nas HQs, o reflexo disso foi uma série de histórias que procuraram aproximar o vilão daquela versão das telonas, a mais célebre sendo a graphic novelCoringa, lançada também em 2008, com texto de Brian Azarello e arte de Lee Bermejo.
No ano seguinte, chegou o videogame Batman: Asilo de Arkham, trazendo outra grande versão do vilão, embora com visual mais calcado nas HQs mesmo.
Psicótico Extremo
As décadas de 1990 e 2000, trouxeram uma série de abordagens estonteantes do vilão, mas também, uma sensação de cansaço do personagem, que funcionava de modo excepcional em algumas situações, mas ruins na maioria das outras vezes. Na década atual, o vilão ganhou um número mais econômico de aparições, a maioria dentro de uma linha de trama única, que lhe beneficiou.
O Coringa horripilante de Greg Capullo, com a própria pele arrancada do rosto!
O Coringa horripilante de Greg Capullo, com a própria pele arrancada do rosto!
Em 2010, já na reta final de sua longa e aclamada temporada à frente do Batman nas HQs (que durou de 2006 até 2011), o escritor Grant Morrison criou uma “revanche” do Robin contra o Coringa. Na revista Batman and Robin 13, o novo Robin (Damian Wayne, filho do Batman com a vilã Talia Head) dá uma surra no vilão com um pé de cabra, tal qual a situação inversa de 22 anos antes.
Porém, o grande destaque mesmo foi a abordagem extrema criada pelo escritor Scott Snyder. Na revista Detective Comics 880, de 2011, Batman sofre um surto psicótico e dá uma grande surra no Coringa. O vilão, então, delira numa viagem que explora seus sentimentos de amor (!) e ódio pelo homem-morcego! Mas isso era só o começo. Ao assumir a revista Batman, naquele mesmo ano – mas já dentro da nova fase da DC Comics, Os Novos 52 – Snyder e o desenhista Greg Capullo criaram uma longa fase em que o criminoso vai às últimas consequências. Primeiro, numa trama mostrada em Detective Comics 01 (a revista teve a numeração zerada), o palhaço do crime simplesmente pede a outro vilão para arrancar a pele do próprio rosto!
Joker death of the family
Coringa: visual repugnante.
Nas histórias, o vilão passa um ano desaparecido e, então, retorna com um visual ainda mais aterrador: o rosto completamente deformado, com os músculos à mostra, e usando a antiga pele do rosto como um tipo de máscara. E também tem um plano elaborado na qual pretende matar todos os aliados do Batman, como Asa Noturna, Robin, Robin Vermelho e Capuz Vermelho (este, Jason Todd), no arco Morte da Família,publicada em Batman 13 a 17,em 2012.
trama de Scott Snyder traz um tipo de crítica subtendida: o Coringa quer matar os aliados do Batman porque estes o deixariam “molenga”, diferente dos “velhos tempos”, quando o cavaleiro das trevas agia sozinho e era mais durão, o que é um reflexo da própria opção de escritores e editora em investirem em um universo de personagens cada vez mais amplo ao redor do herói. A história também brinca com a possibilidade do Coringa saber a identidade secreta do Batman, algo que foi aventado pela primeira vez ainda na distante Morte em Família, de 1988. No fim, a resposta à pergunta parece caber mais ao leitor do que ao próprio homem-morcego.
Morte da Família é a melhor história do Batman pós-Os Novos 52 e traz um bom roteiro de Snyder, que faz o suspense aumentar cada vez mais, embora como de costume no seu caso, algumas vezes achamos que ele estica demais algumas coisas. A arte de Greg Capullo é intocável, repleta de expressividade. Também é incrível o efeito que ele gera ao mostrar a decomposição da pele do rosto do Coringa ao longo da história: de uma face meio rígida no início, vai se tornando mais flácida e rodeada de moscas ao longo da trama, passando uma imagem repugnante do Coringa como nunca antes.
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Ano Zero: Nova origem.
Em 2013, no arco de histórias Batman: Ano Zero (Batman 21 a 33), Snyder e Capullo exploram o passado do homem-morcego em uma grande batalha contra o Capuz Vermelho, numa trama que procura mostrar que, ao contrário do que vimos em A Piada Mortal, o Coringa era o Capuz Vermelho desde o início: um criminoso extremamente audaz e inteligente.
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A nova face do Coringa em Fim de Jogo.
Voltamos ao presente com o arco EndGame (Fim do Jogo),  publicado entre Batman 35 e 42, em 2015, o Coringa volta disposto a pôr um fim em sua longa história com o homem-morcego. Dessa vez, após mais um tempo desaparecido, o rosto do Coringa nasceu novamente, e agora, ele conta com um visual mais limpo, dotado até de alguma elegância.
A história brinca com a possibilidade do vilão ser, na verdade, um ser imortal (o que com certeza ajudaria a explicar como ele sobreviveu a todas as pretensas mortes que teve desde que surgiu nas HQs), pois teria sido “contaminado” por uma substância chamada Elisium, que lhe faria ter centenas de anos de idade, à moda de Rã’s Al Ghul, embora mais uma vez, Snyder e a DC prefiram deixar a coisa “no ar”, sem uma resposta definitiva.
No fim, Endgame termina com uma batalha épica entre herói e vilão, que culmina na aparente morte de ambos! (O cavaleiro das trevas, claro, passaria alguns meses desaparecido, mas retornou depois).
Contudo, Snyder e Capullo brinca com a possibilidade do Coringa também ter, claro, sobrevivido. Nas tramas que mostravam o Comissário Jim Gordon assumindo o lugar do Batman como um vigilante, Bruce Wayne reaparece, sem memórias de suas aventuras e barbado, estabelecendo um noivado com Julie Madison, uma antiga ex-namorada. Numa cena, o milionário está em um parque em Gotham City e é acompanhado em um banco por um sujeito aparentemente normal, mas que é a cara do Coringa.
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Batman pergunta o nome do Coringa e a resposta o surpreende.
Por fim, recentemente, a DC Comics moveu algumas peças em direção ao futuro, apontando para novas surpresas envolvendo o Coringa. Na primeira, em uma aventura da Liga da Justiça, escrita por Geoff Johns, e publicada em Justice League 42 (em meio ao arco The Darkseid War) o Batman toma posse da Poltrona Moebius, que pertencia a Metron, dos Novos Deuses. O artefato dá ao seu usuário acesso a todo o conhecimento que existe no Universo. A primeira coisa que o cavaleiro das trevas faz ao se apossar do instrumento é perguntar qual o nome verdadeiro do Coringa. O leitor não obtém a resposta, mas o herói exclama um “não é possível!”.
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Batman revela a resposta!
O mistério prosseguiu por alguns meses, mas Justice League 50 veio a resposta: numa conversa com o Lanterna Verde, Batman revela que, na verdade, não há um nome vinculado ao Coringa, mas que ele era na verdade três pessoas diferentes. O quê? Isso mesmo, é a mesma reação de todo mundo.
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Batman e os três Coringas. 
Por fim, a informação é confirmada na edição especial DC Rebirth, que abre uma nova fase da editora, encerrando Os Novos 52 após cinco anos. A edição que abre a empreitada revela que o Coringa na verdade, são três pessoas diferentes e os quadros revelam, aparentemente, estes sendo o Coringa original dos anos 1940 (de Bob Kane, Bill Finger e Jerry Robinson); a versão mais psicótica de A Piada Mortal (de Alan Moore e Brian Bolland); e a versão de Os Novos 52,desenvolvida por Scott Snyder e Greg Capullo.
Se são três indivíduos agindo ao mesmo tempo ou três pessoas que se sucederam nesse papel não está claro. Também não sabemos qual a implicação disso e, principalmente, como Batman sendo o maior detetive do mundo nunca percebeu isso.
Retorno aos Cinemas
A Origem da Justiça reuniu Superman, Mulher-Maravilha e Batman.
A Origem da Justiça reuniu Superman, Mulher-Maravilha e Batman.
Após o fim da fase de Christopher Nolan com o Batman nos cinemas (com Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge, de 2012), a DC Comics e a Warner Bros. se reuniram para tentar criar o Universo DC nos cinemas, algo que jamais fora feito, apesar do estúdio ser dono da editora desde 1969!
Enquanto isso, em 2008, a Marvel usou seu Marvel Studios para lançar ela mesma (com total controle criativo) seus heróis nas telonas, numa série de filmes bem sucedidos de público e crítica, como Homem de Ferro (2008) e Capitão América – O Primeiro Vingador (2011), com cada filme criando pequenas conexões uns com os outros. Por fim, em 2012, a Marvel lançou Os Vingadores, que unia os personagens que já tinham aparecido em filmes-solo: Homem de Ferro, Capitão América, Hulk e Thor. Resultado: um sucesso estrondoso e a terceira maior bilheteria da história até então.
O Coringa acompanhado de Arlequina em Esquadrão Suicida.
O Coringa acompanhado de Arlequina em Esquadrão Suicida.
A DC ficou para trás. Mas tentou revidar. Em 2013, lançou Superman – O Homem de Aço, filme controverso que não fazia nenhum esforço sério em criar um universo integrado. Porém, sua sequência veio com tudo em 2016: Batman vs. Superman – A Origem da Justiça não somente unia os dois heróis do título, como também trazia uma participação importante da Mulher-Maravilha e rápidas participações especiais de Flash e Aquaman. Pronto, um Universo DC nos Cinemas.
O passo seguinte foi ainda mais ousado: Esquadrão Suicida, um filme sobre o time de vilões, cujo um dos personagens principais é o Coringa, agora vivido por Jared Leto, o vocalista da banda de rock 30 Seconds to Mars, mas que é um ator de alto calibre, ganhador do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por Clube de Compras Dallas, em 2015.
Harley Quinn de Margot Robbie parece ser um dos destaques.
Harley Quinn de Margot Robbie parece ser um dos destaques.
A trama parece promissora: Em Esquadrão Suicida, após os eventos de Superman – O Homem de Aço e Batman vs. Superman – A Origem da Justiça, o Governo dos EUA decide criar a Força-Tarefa X, uma operação secreta que envolve colocar supercriminosos em missões suicidas, em troca de diminuições de penas, contra ameaças impossíveis de combater. A ideia é da durona Amanda Waller, que põe como líder de campo o coronel Rick Flag, que seleciona um time com alguns dos mais habilidosos criminosos: Pistoleiro, Arlequina, Capitão Bumerangue, El Diablo, Crocodilo, Slipknot, e a heroína Katana. Aparentemente, a primeira missão do Esquadrão Suicida será deter a ameaça da arqueóloga June Moon, que foi possuída por uma força mística maligna, conhecida apenas como Magia. Enquanto isso, o Coringa elabora um plano de retomar o controle sobre Arlequina, sua ex-amante. Batman e Flash farão participações especiais.
Ficará para a história o Coringa de Jared Leto?
Ficará para a história o Coringa de Jared Leto?
Os vídeos mostram uma abordagem também psicótica do Coringa nas mãos de Leto, claro, procurando se distanciar do retrato anterior de Ledger. A nova versão é a cara do século XXI: com muitas tatuagens e próteses nos dentes, além de um visual mais próximo dos quadrinhos: com pele branca e cabelos verdes “naturais”. Os relatos das filmagens, e os trailers, mostram um vilão sádico e assustador, mas também um pouco mais sociável, que terá laços com o crime organizado. Por outro lado, tal qual seu antecessor, Leto incorporou o personagem de modo profundo nas gravações, com relatos como o de Will Smith (que faz o Pistoleiro) dizendo que passou seis meses com o Coringa e, por isso, ainda não conhece Leto (!) ou as assustadoras histórias de que ele presenteou a atriz Margot Robbie (a Arlequina) com um rato vivo no meio das filmagens. Como isso se reflete no longametragem veremos em breve.
Falando nisso, Esquadrão Suicida também traz a estreia da Arlequina no cinema, personagem que, mais uma vez, deve roubar a cena!
Será a primeira vez que o Coringa aparecerá em um filme que não seja do Batman – embora o cavaleiro das trevas faça uma participação (aparentemente pequena) especial – e será muito curioso ver como isso se desenvolve.
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O Coringa foi criado por Bob Kane, Bill Finger e Jerry Robinson, aparecendo pela primeira vez na revista especial Batman 01, de 1940, lançada um ano após a estreia do herói. Desde então, o personagem é o principal oponente do homem-morcego e um dos principais vilões do Universo da editora DC Comics. Nos dias atuais, é ainda um dos mais icônicos vilões multimídia, inclusive, no cinema.
Batman foi criado pelo cartunista Bob Kane e o roteirista Bill Finger,estreando na revista Detective Comics 27, de 1939 e desde então é publicado pela DC Comics.

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