Desta vez, a história real que é contada na série é outra. Foca-se nos atentados dos Jogos Olímpicos de Atlanta.
Foi em 2017 que estreou “Manhunt: Unabomber”, a série que contava a terrível (e intrigante) história real sobre o terrorista Ted Kaczynski, que ficou conhecido como Unabomber por enviar bombas através do correio para as suas vítimas.
A produção, que contava com Sam Worthington no papel principal de um especialista psicológico do FBI — um profiler — acompanhava a longa investigação das autoridades na busca por este perigoso criminoso. Em Portugal, a série está disponível na Netflix.
Três anos depois, chegou a segunda temporada do projeto — trata-se de uma série antológica, ou seja, todas as temporadas contam uma história real diferente, com novas personagens. Desta vez, são os atentados dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, que estão em destaque.
A produção chama-se “Manhunt: Deadly Games” e estreou a 3 de fevereiro no serviço de streaming americano Spectrum. Ainda não há confirmação de quando vai chegar a Portugal ou se irá mesmo ser transmitida na Netflix, tal como a primeira temporada.
Andrew Sodroski mantém-se o criador e responsável pelo projeto, sendo que esta temporada tem dez episódios com cerca de uma hora. Acaba por se focar na mesma história que o filme de Clint Eastwood, “O Caso de Richard Jewell”, que estreou em Portugal a 2 de janeiro e está nomeado para um Óscar.
Richard Jewell era um segurança que trabalhava nos Jogos Olímpicos de Atlanta quando descobriu uma mala suspeita. Jewell, que tinha trabalhado como polícia e segurança de um campus universitário, identificou a mochila perto do seu posto de trabalho no estádio. Estava a acontecer um concerto, mas, suspeitando do pior, Jewell e a polícia tentaram evacuar a área. Foi difícil e aconteceu de forma lenta, porque os jovens que assistiam ao espetáculo teimavam em não sair dali.
Poucos minutos depois, a mala explodiu. Uma bomba recheada com pregos rebentou, matando uma pessoa e ferindo mais de outras 100. Sem Richard Jewell, a tragédia teria sido muito maior. Na altura, o segurança teve direito aos seus 15 minutos de fama, com entrevistas na CNN e no programa “Today Show”. Até lhe terá sido proposto um contrato para se escrever um livro sobre a história. Mas tudo estava prestes a mudar.
As autoridades procuravam um suspeito e Richard Jewell acabou por ser o alvo escolhido. Foi considerado o principal suspeito na investigação do FBI. Terá sido o antigo empregador de Jewell, com quem ele se tinha desentendido, que terá deixado implícito que ele poderia muito bem ter sido o culpado, para que ficasse com o papel de herói.
Vários órgãos de comunicação social noticiaram que Jewell poderia ter sido o culpado e montaram as câmaras à frente da casa do segurança, que vivia com a mãe. Tornou-se um caso completamente mediático.
No processo em tribunal, Jewell contou com a ajuda de um antigo amigo, o advogado Watson Bryant, que tinha sido seu patrão há cerca de uma década — quando este fazia trabalho de escritório. O advogado estava mais focado no ramo imobiliário mas, furioso com as acusações das autoridades, fez de tudo para ajudar o amigo.
Três meses depois, e após uma imagem pública completamente desgraçada, Richard Jewell foi absolvido. Ele e o advogado processaram a NBC e a CNN, entre outros meios de comunicação, em casos que foram resolvidos em acordos fora de tribunal.
O verdadeiro bombista só foi condenado em 2003 — Eric Robert Rudolph estava fugido do FBI há cinco anos e tinha sido o culpado de outros três bombardeamentos. Confessou tudo. “Manhunt: Deadly Games” conta a história de Richard Jewell, da negligência das autoridades e do sistema judicial, mas também da investigação e da perseguição a Eric Robert Rudolph.
O elenco inclui Cameron Britton, Jack Huston, Judith Light, Gethin Anthony, Carla Gugino, Arliss Howard e Kelly Jenrette, entre outros.
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