Perdido em Marte (The Martian) – Andy Weir
Ficha Técnica do Livro:
- Título: Perdido em Marte (The Martian)
- Nome do autor: Andy Weir
- Nome da editora: Arqueiro
- Tradutor: Marcello Lino
- Lugar e data da publicação: Brasil, 10/07/2014
- Número de páginas: 336 páginas;
- Gênero: Ficção Científica Hard;
- Nota: ★★★★ (4)
Perdido em Marte (The Martian) é um romance de ficção científica do subgênero Hard, que é um estilo de ficção focada na precisão científica. Foi originalmente publicado pelo próprio autor em 2011, sendo que em 2014 os direitos foram adquiridos por uma grande editora (Crown Publishing) que republicou o livro com grande sucesso. O livro ganhou projeção após ser divulgado que Ridley Scott irá filmar a estória, com Matt Damon no papel principal, e o lançamento será ainda neste ano! Para mais informações confira este link para o IMDB.
Post atualizado, agora já temos o trailer! (19/08/2015)
O livro conta a estória do astronauta Mark Watney, um botanista e engenheiro mecânico que é deixado para trás logo no início da terceira missão tripulada à Marte, a Ares 3, que foi forçada a evacuar devido a uma forte tempestade. Seus companheiros o julgaram morto devido a uma antena ter perfurado seu traje EVA, o que foi confirmado pelos monitores de dados vitais de seu traje. Na verdade seu ferimento não foi muito grave, e o traje foi capaz de vedar o vazamento antes de perder muita pressão. Watney acaba ficando para trás, sem comunicação com o resto da equipe ou com a NASA, precisando contar apenas com suas habilidades técnicas e científicas para sobreviver com os recursos limitados que dispõe até a próxima missão Ares, e assim ter alguma chance de resgate.
Mark Watney revela-se uma pessoa cheia de recursos, com uma criatividade e capacidade de lidar com adversidades totalmente fora dos padrões. Ele é uma espécie de MacGyver que é capaz de consertar qualquer coisa com um pouco de fita adesiva, pedaços de lixo e o que mais conseguir obter.
O autor pretendeu mostrar um personagem que nunca se deixa abater, com um bom humor tão fora do padrão quanto suas habilidades para sobreviver. Mas, na minha opinião, aqui o autor exagera um pouco, e mostra o diário de Watney mais como um blog nerd do que um drama de sobrevivência. Praticamente não existe nenhum momento traumático, e o tempo todo o astronauta faz trocadilhos e piadinhas infantis, como substituir uma unidade de medida de energia que considera sem graça por “pirata-ninja”, faz piadinhas com emoticons ao fazer contato com a NASA (veja só, um par de peitos! (.Y.)). Sinceramente, as piadas são mais embaraçosas do que engraçadas. Não importa o tamanho da desgraça, ou quanto a situação seja desesperadora, Watney insiste em fazer piadas e comentários ridículos, minimizando o tempo todo a tensão que seria característica em um livro de sobrevivência. Watney é um personagem unidimensional, sem nenhuma profundidade psicológica, mesmo passando por situações traumáticas como quase morrer várias vezes e ter sido abandonado em outro planeta.
Apesar disso, Andy Weir é um excelente escritor técnico, bastante detalhista ao descrever as ações de Watney para criar e reciclar água e ar, para criar solo para cultivar batatas, e adaptar o veículo espacial e o habitat para os mais diversos fins. No subgênero Ficção Científica Hard essa familiaridade com a ciência é muito importante, e sem dúvida é o ponto forte do livro.
Talvez o autor tenha tentado aproximar o livro da linguagem dos jovens, ou facilitar a leitura, mas considero muito desagradável um personagem fazer algum comentário sarcástico e logo depois explicar: sim, isso é sarcasmo. Uma piada que precisa de legenda ou trata-se uma piada ruim ou o autor considera que o leitor não possui inteligência suficiente para entende-la. É lamentável.
Mesmo assim ainda assim considero esse livro uma gratificante novidade na ficção científica, e recomendo sua leitura. Apenas considero que teria sido um livro bem melhor se fosse um pouco menos nerd e um pouquinho mais dramático.
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