Beach Boys: Veja o trailer de Love and Mercy, cinebiografia de Brian Wilson
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
O cantor e compositor norteamericano Brian Wilson, líder da lendária banda The Beach Boys, ganhará em breve uma cinebiografia: Love and Mercy e o trailer do longametragem foi lançado esta semana. Veja abaixo: https://youtu.be/uAPWh9O6DHI
Em Love and Mercy, acompanhamos a vida de Brian Wilson em dois momentos distintos da carreira: na juventude, em pleno auge criativo dos Beach Boys, entre 1965 e 1967; e anos mais tarde, quando já era um semiaposentado músico doente e decadente, e conhece uma mulher chamada Melinda, no meio dos anos 1980. O filme intercala os dois momentos, no qual o compositor é vivido por Paul Dano (jovem) e John Cusack (mais velho). O elenco ainda conta com Elizabeth Banks (de Jogos Vorazes) como Melinda e Paul Giamatti (de Sideways) como o Dr. Eugene Landy. A direção é de Bill Pohlad (produtor de 12 Anos de Escravidão) e o lançamento oficial é em 10 de julho nos EUA e 06 de agosto no Brasil. A obra já foi exibida no Festival de Cinema de Toronto.
Brian Wilson nasceu na Califórnia, nos EUA, em 1942, filho de um famoso compositor de trilhas para o cinema; e ainda adolescente montou com os irmãos Carl (guitarra) e Dennis (bateria) os Beach Boys, agregando o primo Mike Love (vocais) e o vizinho Al Jardine (guitarra), em 1961. A banda tocava músicas despretensiosas na temática “praia, garotas, carros” típicas da Califórnia e foi sucesso imediato naquele estado, embora não em nível nacional. O grupo só se tornou realmente famoso após a Invasão Britânica, liderada pelos Beatles, em 1964. A partir de então, os Beach Boys se tornaram a principal banda “made in USA” a fazer frente ao sucesso vindo do outro lado do Atlântico. Influenciado pelo rock mais elaborado dos britânicos, Brian Wilson deixou de se apresentar ao vivo – com Bruce Johnson (baixo) assumindo seu lugar – para se dedicar exclusivamente à composição e às gravações da banda. Com isso, o som dos Beach Boys ficou ainda mais harmonioso e complexo, atingindo ainda mais sucesso, cujo ápice foi o álbum Pet Sounds, em 1966, e o single Good Vibrations. Por essas obras, a banda se tornou uma das mais importantes da história do rock e a qualidade de suas gravações é impressionante. Veja este vídeo de Brian Wilson conduzindo a gravação de Good Vibrations:
E Depois disso, a obsessão em ser melhor e perfeccionista, o uso de drogas pesadas e uma série de traumas psicológicos causaram um surto psicótico em Wilson, do qual nunca mais se recuperou totalmente. Desde então, vive à sombra do que foi no passado. Saiba mais sobre a vida de Brian Wilson clicando aqui e sobre a carreira dos Beach Boys aqui.
50 Anos de Invasão Britânica: Beatles conquistaram os EUA e deram início ao movimento
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
Há exatos 50 anos era dada a largada para um dos maiores (senão o maior) fenômenos da música popular do século XX: a Invasão Britânica, movimento no qual as bandas britânicas de rock tomaram de assalto as rádios (e as TVs) dos Estados Unidos e espalharam pelo mundo a segunda e mais importante disseminação global do rock. Liderada pelos pioneiros The Beatles, a Invasão Britânica revelou ao mundo alguns grupos mais famosos, importantes e lendários do rock, como Rolling Stones, The Who e Pink Floyd.
Para celebrar a data, o HQRock traz um post especial sobre a Invasão Britânica, sua importância e seu legado.
Então, deixe seu cabelo crescer, plugue sua guitarra, faça o público gritar até perder a voz e detone uma música forte, distorcida e pujante!
A Invasão!
O mundo não estava esperando. Não estava preparado. Os Estados Unidos nem viram o que lhe atingiu…
Em 07 de fevereiro de 1964, a banda britânica The Beatles (que tinha surgido menos de dois anos antes e fazia grande sucesso na Europa) aportou nos EUA pela primeira vez, para fazer uma mini-turnê. Sem esperar, os EUA foram virados de cabeça para baixo. Literalmente da noite para o dia, os Beatles se transformaram no maior fenômeno popular de música que aquele país (e o mundo) já vira. Milhares de jovens invadiram o Aeroporto Internacional JFK, em Nova York; suas canções monopolizaram as rádios de costa a costa; seus discos atingiram cifras de vendagens jamais vistas; sua primeira aparição na TV nortemaericana – no programa The Ed Sullivan Show (dois dias depois) – marcou uma audiência recorde (que demorou décadas para ser batida), com 73 milhões de telespectadores.
Era algo que carecia de definição. Era uma loucura. Uma mania. A beatlemania!
E o pior: apesar de ser o maior de todos os fenômenos, os Beatles foram apenas o começo. Depois do choque inicial e do público degustar violentamente a música do quarteto de Liverpool, descobriram que a Grã-Bretanha produzia dezenas de bandas com aquela nova sonoridade, um rock enérgico, levado nas guitarras elétricas e reforçado com vozes fortes e harmônicas. Por isso, logo, logo, vários outros grupos ingleses passaram a dividir a atenção do público e da mídia: The Animals, The Hollies, The Dave Clark Five, The Rolling Stones… E parecia que não parava nunca: The Yardbirds, The Who, The Manfred Mann…
A Invasão Britânica criou não apenas um fenômeno social, musical, cultural. Ela criou o rock que conhecemos hoje. Definiu as bases de um gênero musical que, muito mais do que apenas música, é um estilo de vida.
Como aconteceu?
Claro, todo mundo sabe: o rock não surgiu na Inglaterra. O rock nasceu nos Estados Unidos: é fruto de um grande intercâmbio de gêneros musicais “de raiz”, ou seja, populares, que se combinaram nos interiores do país e se popularizaram nos grandes centros urbanos. Blues, Rhythm and Blues, Country and Western, Folk Song se combinaram para formar um novo gênero que devia elementos a todos esses, mas criava uma combinação única em sua diferença: era frenética, forte, violenta, sensual, polimorfa. Era o rock and roll.
Ao longo dos anos 1950, o rock and roll foi se popularizando, cativando um público cada vez maior; e das pequenas gravadoras independentes saltou para as grandes gravadoras, as rádios nacionais, a TV e o sucesso internacional. Artistas como Bill Harley and his Comets, Elvis Presley, Little Richard, Chuck Berry, Buddy Holly, Jerry Lee Lewis fizeram a transição e viraram ídolos. Conquistando a mídia a partir de 1954, o rock se torna um fenômeno mundial em 1956.
Mas tão rápido e intenso eles brilharam, tão logo desapareceram. Depois de 1959, aqueles ídolos simplesmente não conseguiram mais atingir o mesmo sucesso e desapareceram da grande mídia. O rock, assim, parecia mais uma daquelas efêmeras modinhas musicais que surgem de tempos em tempos, como o Twist. E a música dos EUA do início da década de 1960 parecia mostrar que seria sempre assim.
Mas não.
Do outro lado do Oceano Atlântico, na Grã-Bretanha, o rock and roll também fez sucesso a partir de 1956. Mas causou um efeito diferente. A Inglaterra era um país muito diferente dos EUA. Ainda sofrendo as consequências da II Guerra Mundial disputada em seu quintal, com racionamento, pobreza, falta de perspectiva, um enorme esforço estatizador e uma juventude desiludida, sem perspectivas, à procura de algo em que se agarrar.
O rock era o que eles precisavam. Mas na Grã-Bretanha não se tinha o grande aparelho de mídia que existia nos EUA. A TV era estatal, controlada pela BBC. O rádio também. A programação radiofônica era restrita ao que o governo julgasse “digno” de ser ouvido. Rock era considerado ofensivo. Não tocava no rádio. Só existiam quatro gravadoras de discos e não havia gravadoras independentes.
O jovem quer fazer música? Ótimo! Mas quem tem dinheiro para comprar uma guitarra elétrica importada (a Inglaterra não produzia esse instrumento) numa terra em que até açúcar era difícil conseguir?
Por tudo isso, o rock foi um movimento muito mais marginal e subversivo na Grã-Bretanha do que nos EUA. Especialmente no início da década de 1960, vai se criando todo um cenário rock no país, mas extremamente marginal. Foi preciso chutar a porta para ganhar espaço.
Ali, o rock também bebeu em outras fontes: na música sinfônica europeia; na música popular anglo-saxônica… Ali o Jazz e o Blues faziam muito sucesso entre os intelectuais; e a combinação do blues rural com sua herança popular deu origem ao Skiffle, um gênero tipicamente inglês: rápido, rústico, rascante. A base fundamental que fez o rock inglês ser diferente do rock americano.
Após alguns ensaios de roqueiros ingleses – com Cliff Richards and the Shadows, por exemplo – no início dos anos 1960, logo em seguida, uma verdadeira cena roqueira explode capitaneada pelos Beatles. O quarteto formado em Liverpool, no norte do país (uma região considerada caipira, atrasada, provinciana e pobre) precisou de muita insistência e perseverança para romper a barreira imposta pelo sul (onde ficava Londres), mas conseguiu e a partir do lançamento de seu primeiro disco, em 1962, torna-se um grande fenômeno de vendas no país. E não demora para o sucesso escoar pelo resto da Europa.
O sucesso dos Beatles chamou a atenção das gravadoras e abriu o caminho para toda uma horda de bandas que estavam esperando para estourar. Num primeiro momento, a própria região de Liverpool providenciou uma enorme gama de artistas, como Garry and the Peacemakers, Billy J. Kramer and the Dakotas, The Fourmost, Cilla Black, The Hollies etc.
Paralelamente, a capital Londres começara a gestação de uma outra cena musical, mais pautada na influência do R&B. Mas o sucesso dos Beatles abriu as portas para eles também, então, The Animals, The Rolling Stones, The Yardbirds, The Manfred Mann também estouraram nas paradas, entre 1963 e 1964.
O som de Beatles, Stones e Cia. era bastante diferente do rock and roll americano dos anos 1950, e se transformou na principal referência para todo o rock que veio a seguir. Inclusive aquele feito nos EUA. Por isso, o rock tal qual o conhecemos hoje – com as bandas que ouvimos atualmente – é muito mais um fruto da Invasão Britânica do que daquele primeiro movimento dos anos 1950.
Conquistando o mundo
Apesar dessas bandas serem de grande sucesso na Europa, todos sabiam que para conquistar o mundo era preciso dominar os EUA. E os ianques não estavam afim.
Nunca os EUA precisaram dar bola ao show business britânico. Nunca um artista musical britânico havia feito sucesso nos EUA antes. Afinal, eram eles quem ditavam os sucessos do mundo.
Para se ter uma ideia, a gravadora dos Beatles era a poderosa EMI, a maior da Inglaterra. A subsidiária da EMI nos EUA era a Capitol Records. E esta se negava a lançar os discos dos Beatles nos EUA por puro desinteresse. Mesmo com a banda fazendo sucesso na Europa, coube inicialmente a pequenas gravadoras independentes lançarem os primeiros discos dos Beatles naquele país. Foi preciso uma pressão da matriz para obrigar a Capitol a lançar os discos dos Beatles.
A Capitol reclamou, mas fez. O resultado? O compacto I want to hold your hand chegou ao primeiro lugar das paradas dos EUA e se transformou no maior fenômeno de vendas que o país já vira. Com o n.º 1 nos EUA, então, os Beatles decidiram ir ao país se apresentar.
A Tomada dos EUA
Curiosamente, devido ao pouco tempo, os Beatles agendaram apenas uma mini-turnê aos EUA, que envolvia apenas dois concertos (no Colliseum de Washington, DC e no Carnegie Hall em Nova York) e três apresentações no programa de Ed Sullivan.
A primeira aparição no Ed Sullivan, em 09 de fevereiro de 1964, foi a primeira vez que os Beatles tocaram nos EUA e é um marco histórico.
A Reação Americana
Durante o ano de 1964, as paradas de sucessos dos EUA foram dominadas pelas bandas britânicas. Mas isso também ensejou uma reação. Logo, as gravadoras investiram em bandas de rock nacionais, algumas já existindo outras novinhas em folhas. Assim, em 1965, bandas “made in USA” fizeram grande sucesso, como The Beach Boys, The Byrds, Simon & Garfunkel, The Mamas and the Papas e muitas outras.
O cantor Bob Dylan já fazia sucesso antes dos Beatles. Mas NÃO FAZIA rock! Tocava música folk: canções calmas, acústicas, no violão. E foi influenciado pelos Beatles que ele empunhou uma guitarra elétrica e criou o folk rock, misturando os dois estilos. Causou a revolta dos puristas do folk, mas se transformou em um ídolo internacional. E um dos maiores compositores da história!
O advento de um cenário de rock também nos EUA deixou o rock ainda mais colorido e fortaleceu o gênero. Contudo, foram mesmo os britânicos quem dominaram o rock ao longo de toda a década de 1960.
Depois da Reação
Apesar da grande qualidade do material dos artistas norteamericanos, os britânicos continuaram a despejar um rock impressionante pós-1965, em bandas como The Yardbirds, The Who, The Spencer Davis Group e Them.
Os Beatles dominavam o mundo com uma sequência matadora de álbuns de sucesso (Please, Please Me; With the Beatles; A Hard Days Night; Beatles For Sale; Help! e Rubber Soul, foram lançados entre 1963 e 1965). Os Rolling Stones mostravam um rock mais sujo, em sucessos como The las time, Satisfaction, Get off my cloud. Os Yardbirds colocavam a guitarra no centro do palco (primeiro com Eric Clapton, depois com seu substituto, Jeff Beck), popularizando os efeitos de distorção e feedback. O The Who faziam um som poderoso, com guitarra, baixo e bateria muito altos e muito fortes, cantando letras que eram hinos, como My Generation, que lançou o lema “espero morrer antes de envelhecer”.
Além disso, o The Who inaugurou a era da destruição dos instrumentos no palco!
Apesar de suas diferenças culturais e estéticas, a Invasão Britânica e a Reação Americana se uniram em 1966 para formar o Psicodelismo, a estética marcada pelas cores abundantes, a música experimental, o elogio às drogas e nascedouro do movimento hippie.
Contudo, apesar da importância de artistas como Jefferson Airplane e The Doors (indiscutíveis), a maior parte dos grandes nomes do Psicodelismo veio da Grã-Bretanha: Pink Floyd, Cream (a nova banda de Eric Clapton), Traffic… Sem falar na adesão de artistas “veteranos”, como os Rolling Stones.
E sem esquecer por um único minuto que o apogeu sonoro do psicodelismo é o álbum Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, lançado em 1967.
Outro grande nome do Psicodelismo é americano: Jimi Hendrix. Mas o guitarrista só conseguiu sucesso depois que emigrou para a Inglaterra e formou uma banda com dois britânicos: The Jimi Hendrix Experience, que virou um grande fenômeno.
O psicodelismo encanta ouvintes até hoje, com seus sons viajadões, capas coloridas e muita experimentação sonora. Abriu os rumos para o rock progressivo que se desenvolveria em seguida, em bandas como Pink Floyd, Yes, Jethro Tull e Emerson, Lake & Palmer.
Os anos 1960 eram muito intensos, por isso, as bandas produziam muito e duravam pouco. Pioneiros como Animals, Yardbirds, Hollies etc. mal sobreviveram a 1967, encerrando as atividades ou desaparecendo da grande mídia. Alguns artistas eram tão notáveis que conseguiram sucesso em várias empreitadas diferentes: Eric Clapton saiu dos Yardbirds em 1965; entrou para os Bluesbreakers de John Mayall; fundou o Cream em 1966; mudou-se para o Blind Faith em 1969; e fundou o Derek and the Dominos em 1970! O superastro-mirim Steve Winwood (que só tinha 15 anos em 1965), após o sucesso com The Spencer Davis Group; formou o Traffic em 1967; uniu-se a Eric Clapton no Blind Faith em 1969; e voltou ao Traffic em 1970!
Por isso, em 1968 e 1969, já havia toda uma nova cena musical. As bandas que sobreviveram à passagem do tempo – Beatles, Stones, The Who – já produziam uma sonoridade totalmente diferente, mais madura e ousada (veja White Album e Abbey Road dos Beatles; Beggars Banquet e Let it Bleed dos Rolling Stones; e Tommy, do The Who, todos lançados entre aqueles anos). Foi a era dos grandes festivais e que rendeu o lendário Festival de Woodstock, em 1969, que revelou ao mundo nomes como Joe Cocker e Crosby, Stills, Nash & Young; além de contar com apresentações de Jimi Hendrix, Janis Joplin e The Who.
Os norteamericanos continuaram a produzir boas bandas – The Band, Creedene Clearwater Revival, Grateful Dead – mas os britânicos pareciam continuar a dominar a cena, com o surgimento de toda uma nova leva de artistas pós-1969, com Led Zeppelin, Black Sabbath, Deep Purple, David Bowie, Elton John e muitos outros.
Legado
A importância da Invasão Britânica sequer pode ser medida. Ela definiu o que conhecemos como rock hoje. E é a referência-mor para todos os grandes artistas do gênero.
A inversão do polo artístico musical global trouxe uma mudança radical à música do século XX e o surgimento de um dos momentos mais importantes da história da música, com a revelação de artistas que estão entranhados no DNA musical das gerações posteriores.
E pensar que tudo isso explodiu há 50 anos, quando um quarteto cabeludo pôs os pés nos Estados Unidos pela primeira vez.
Publicado em Beach Boys, Beatles, Black Sabbath, Eric Clapton, Pink Floyd, Rock Clássico, Rolling Stones
“Love Will Tears Us Apart” do Joy Division é eleita a melhor canção dos últimos 60 anos na Inglaterra
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
Rankings e listas muitas vezes são previsíveis, mas outras são surpreendentes. Ontem, a revista musical britânica New Musical Express (NME), uma das mais tradicionais da Europa, revelou o resultado de sua enquete com o público para escolher a melhor canção dos últimos 60 anos, em comemoração às seis décadas da publicação. E o resultado surpreendeu no bom sentido: a fantástica Love will tears us apart do Joy Division foi eleita a número 01!
O Joy Division se formou em 1976 em Salford, na Grande Manchester, no norte da Inglaterra, e foi uma das bandas expoentes da segunda fase do movimento punk britânico, que é marcado por bandas menos pesadas e mais melancólicas, que abriram os rumos para o que se chamaria depois de new wave ou pós-punk. Seus membros eram: Ian Curtis (vocais e guitarra ocasional), Bernard Summer (guitarra e teclados), Peter Hook (baixo e backing vocals) e Stephen Morris (bateria e percussão). As depressivas letras de Ian Curtis e a sonoridade não-usual da banda logo chamaram a atenção no circuito local, resultando na contratação da banda pelo selo Factory Records, do jornalista Tony Wilson, que se tornaria famoso por revelar vários dos grandes nomes do pós-punk alternativo britânico, como Happy Mondays.
O primeiro lançamento da banda, o EP An Ideal for Living não foi um sucesso de massa, mas muito bem recebido por público e crítica. Rapidamente, o Joy Division se tornou a mais apreciada banda alternativa da Inglaterra, o que se confirmou com o lançamento, em 1979, do single Transmission e de seu primeiro álbum, Unknown Pleasures, que trouxe clássicos como She’s lost control.
A popularidade do grupo começou a aumentar na Europa e a chegar aos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que a vida de Ian Curtis ia se tornando cada vez mais complicada. Garoto meio disfuncional, casado e sofrendo de epilepsia, o rapaz não conseguia administrar o que pareciam dois mundos totalmente distintos: o de estrela incendiária do rock e a vida caseira doméstica do subúrbio de uma grande cidade industrial do norte da Inglaterra. Dicotomia essa explorada com maestria no belo filme Control, que conta a vida do artista.
Após uma turnê pelo Reino Unido entre setembro e outubro de 1979, a banda virou uma sensação, o que foi posto à prova com o lançamento do single Love will tears us apart em abril de 1980, que começou a subir nas paradas de sucesso. Infelizmente, Ian Curtis cometeu suicídio por enforcamento em maio.
Com sua morte, o single e o subsequente álbum Closer se transformaram em grande sucesso, atingindo o 13º e 3º lugares, respectivamente. O álbum também seria escolhido como o melhor do ano pela NME.
Não fazia sentido prosseguir o Joy Division sem Curtis, então, Summer, Hook e Morris formaram outra banda, o New Order, que ganhou um direcionamento mais eletrônico e se tornaria uma das bandas mais populares da Inglaterra nos anos 1980.
Curiosamente, a lista das 20 melhores canções dos últimos 60 anos da NME também traz uma canção do New Order, Blue mondays, em quinto lugar!
Veja a lista:
1. Joy Division – “Love Will Tear Us Apart” (ouça aqui)
2. Pulp – “Common People”
3. David Bowie – “Heroes”
4. The Beach Boys – “Good Vibratons”
5. New Order – “Blue Monday”
6. The Stone Roses – “She Bangs The Drums”
7. The Smiths – “There Is A Light That Never Goes Out”
8. The Specials – “Ghost Town”
9. Dizzee Rascal – “Fix Up, Look Sharp”
10. Oasis – “Wonderwall”
11. The Rolling Stones – “Sympathy For The Devil”
12. The Ronettes – “Be My Baby”
13. Michael Jackson – “Billie Jean”
14. Sex Pistols – “God Save The Queen”
15. The Beatles – “A Day In The Life”
16. The Cure – “Boys Don’t Cry”
17. Bob Dylan – “Like A Rolling Stone”
18. The Beach Boys – “God Only Knows”
19. Madonna – “Like A Prayer”
20. The Stone Roses – “I Am The Resurrection”
A maior curiosidade da lista é a grande presença do pós-punk, com Joy Division, New Order, The Smiths e Stone Roses, estes com duas canções no ranking. Além destes, apenas os Beach Boys aparecem com duas canções na lista, com God Vibrations em 4º e God only knows em 18º.
Outros artistas clássicos como Rolling Stones (Sympathy for the devil, 11º), Beatles (A day in the life, 15º) e Bob Dylan (Like a rolling stone, 17º) só aparecem uma vez na lista. Nomes como Pink Floyd e Eric Clapton estão ausentes dos 20 primeiros lugares. Outros grandes hits dos anos 1980 – época do Joy Division e do pós-punk – como Michael Jackson (Billy Jean, 13º) aparecem abaixo na lista. David Bowie aparece em terceiro lugar, com Heroes, canção de sua fase “Berlim”, no final dos anos 1970, enquanto o segundo lugar está com outra banda pós-punk, The Pulp, com Common people, canção de sua fase tardia, em 1995.
Por fim, artistas mais contemporâneos não tiveram espaço no ranking. O mais recente é a banda Oasis (1994-2009), que aparece com a canção Wonderwall, de 1995, em 10º lugar.
Publicado em Beach Boys, Beatles, Biografias: Rock, Os Melhores, Rankings, Rock Clássico, Rock Contemporâneo, Rolling Stones, Vídeos
Beach Boys lançarão novo álbum em junho
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
O membro dos Beach Boys, uma das mais importantes bandas do rock clássico nos Estados Unidos, Bruce Johnston, confirmou que lançarão um novo álbum de estúdio com canções inéditas em junho deste ano, para comemorar os 50 anos da banda!
Qualquer notícia sobre novas gravações da banda é boa, mas é de se esperar que pelo menos algo da qualidade que os fez famosos se mantenha. O cantor e baixista afirmou à revista Billboard (aquela que mantém a mais confiável parada de sucessos do mundo):
É tudo totalmente novo. Há muito do som que você esperaria ouvir de Brian [Wilson]
Brian Wilson é não apenas o fundador da banda, mas foi o seu principal compositor e produtor nos anos áureos. Contudo, na segunda metade dos anos 1960, o músico sofreu um grave colapso nervoso que o afastou da banda, da qual só se aproxima eventualmente, desde então. Wilson voltou à atividade nos últimos anos e em 2006 lançou o álbum duplo Smile, a recriação de uma obra que seria lançada pelos Beach Boys em 1967, mas foi descontinuada por causa dos problemas de saúde do compositor. A nova versão foi aclamadíssima pela crítica e o músico realizou uma turnê mundial que passou até pelo Brasil, no Tim Festival.
As novas composições, inclusive, segundo Johnston, estão sendo produzidas por Brian Wilson e Mike Love, a mesma dupla que realizou a maioria dos grandes sucessos do grupo. Love é primo de Wilson e era o principal vocalista da banda em seus tempos áureos. Johnston comenta:
É legal saber que ainda existe um Mike Love e um Brian Wilson para escreverem juntos.
A primeira prova dessa reunião é o single That’s Why God Made the Radio, que já foi parcialmente divulgado. Veja um vídeo com a canção e cenas de bastidores do novo disco:
Porém, não haverá apenas canções inéditas. O próprio Bruce Johnston afirma que estão resgatando uma canção mais antiga, chamada Wave of love, que trará a voz de Carl Wilson, irmão de Brian Wilson, cantor e guitarrista que morreu em 1998. A canção é de autoria do outro guitarrista da banda, Al Jardine, e foi gravada por Carl Wilson como demo e jamais terminada nem lançada. Seria uma homenagem a Carl, outro membro original e que, para muitos críticos, tinha a mais bela entre as vozes dos Beach Boys. É de Carl Wilson os vocais principais de clássicos comoGood vibrations e God only knows.
[A canção Wave of love] me lembra o disco Sunflower[de 1970], que provavelmente foi um dos nossos menos vendidos, mas que tem algumas canções maravilhosas. Esse álbum meio que tem elementos de tudo. E agora não temos mais a EMI e a Capitol [gravadoras da banda] agindo da maneira como agiam quando eu entrei na banda [em 1965], tão paranóicos, dizendo “Nós precisamos ter hits! Nós precisamos ter hits! Qual é, isso não é um hit!”. Eles ficavam indo nas gravações e te torturando. Dessa vez, eles ouviram o material e disseram, “Uau, isso é bem legal”.
De fato, o disco Sunflower está fora do período áureo do grupo, mas muitos críticos o adoram por suas qualidades não-óbvias.
Outra canção não exatamente nova que pode entrar no disco é uma composição do próprio Bruce Johnston, de 1985, chamada She believes in love again:
Eu peguei uma gravação que fizemos em 1985 e tirei a instrumentação, deixei mais suave e finalmente ela ficou perfeita. Não faço ideia se vai entrar ou não. A gravadora escolhe as músicas, não eu.
Também há a faixa Do it again, de 1968, que a banda regravou e liberou na forma de vídeo no ano passado. Porém, nem a banda sabe se essas outras canções estarão na versão final do disco.
Os Beach Boys surgiram na Califórnia nos Estados Unidos, em 1961, formado por três irmãos, Brian (baixo e vocais), Carl (guitarra e vocais) e Dennis Wilson (bateria), mais o primo Mike Love (vocais) e o amigo Al Jardine (guitarra e vocais). Já no ano seguinte, o grupo alçou uma popularidade relativa em seu Estado, porém, foi em 1964, com a Invasão Britânica liderada pelos Beatles, que os Beach Boys foram realmente lançados às alturas, se tornando a banda de rock dos EUA de maior sucesso da época.
As composições de Brian Wilson e Mike Love (este, principalmente como letrista) destacavam o estilo de vida “praia, garotas e carros” da ensolarada Califórnia e foram apreciadas no mundo todo, criando um imaginário social fortíssimo sobre o lugar e disseminando a “cultura do surfe” pelo globo. A banda também era a única no mundo com porte o suficiente para disputar com os Beatles pela hegemonia nas paradas de sucesso, um posto que os Rolling Stones só alçaram depois que a carreira dos Beach Boys evanesceu.
Tudo começou em dezembro de 1964, quando a pressão das turnês e do sucesso levaram ao cantor, baixista, pianista, compositor e produtor Brian Wilson sofrer um primeiro colapson nervoso. Daí em diante, o músico deixou de se apresentar ao vivo com a banda para se dedicar exclusivamente ao processo de composição e gravação. Seu lugar nos palcos foi ocupado primeiramente por Glen Campbell, que seguiu uma carreira country de sucesso, e ainda em 1965, por Bruce Johnston. Enquanto a banda seguia nos shows, Brian Wilson começou a usar outros músicos para fazer gravações e os Beach Boys entraram em sua fase de melhor qualidade e maior sucesso, culminando no lançamento do aclamadíssimo álbum Pet Sounds, em 1966, que trazia clássicos como God only knows. Pouco depois, veio o compacto com Good vibrations, o maior sucesso da banda em sua carreira.
Porém, em meio às gravações de Smile (que jamais seriam terminadas pela banda), em 1967, Brian Wilson sofreu outro colapso nervoso e se afastou quase em definitivo da composição e das gravações. Carl e Dennis Wilson, Love, Jardine e Johnston seguiram com a banda, mas a qualidade caiu e o grupo não conseguiu voltar às paradas de sucesso. Ainda assim, alguns críticos gostam de trabalhos como os álbuns Sunflower e Surf Up, de 1970 e 1971, respectivamente, por revelarem outros lados da banda.
Em 1976, Brian Wilson voltou a tocar com os Beach Boys, mas o grupo não era mais o mesmo, nem ele. A banda prosseguiu gravando até os anos 1980, porém, se nunca voltar à qualidade de seu material original. O baterista Dennis Wilson terminou morrendo afogado em 1983 e a banda teve seu último hit em 1989 com Kokomo, faixa usada no filme Coquetel, com Tom Cruise. Carl Wilson morreu de ataque cardíaco em 1998. Até o ano passado, Mike Love permanecia tocando com uma banda chamada Beach Boys enquanto Brian Wilson se apresentava a solo. Mas o grupo se reuniu no início deste ano para comemorar os seus 50 anos.
A reestreia em público do quinteto com Brian Wilson, Mike Love, Al Jardine, Bruce Johnston e David Marks (guitarrista que tocou com os Beach Boys entre 1962 e 1963, substituindo Jardine) se deu na festa de entrega dos prêmios Grammy, em Los Angeles. em fevereiro deste ano. O novo álbum ainda não tem título oficial.
Foo Fighters leva cinco prêmios Grammy
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
O Grammy Awards está longe de ser o mais respeitável da música internacional. Isso porque, em sua longa trajetória, sempre privilegiou a “música de massa” em detrimento de uma real apreciação estética. Por isso, nomes como Michael Jackson são recordistas nessa premiação, enquanto outros, de infinita qualidade superior, ganharam bem menos.
Porém, desde os anos 1990, a premiação que é chamada pela imprensa de “o Oscar da música” tenta se aproximar do rock, um gênero que sempre subestimou. Por isso, desde então, foram dadas grandes quantidades de prêmios a nomes clássicos como Eric Clapton ou Bob Dylan, que anteriormente não tinham ganhado nada ou muito pouco. E passaram a dar mais atenção a coisas contemporâneas, como U2 ou Oasis ou The Strokes.
A premiação do Grammy 2012 ocorreu ontem em Los Angeles e foi marcada por homenagens. As falecidas Amy Winehouse e Whitney Houston foram homenageadas, bem como a banda norteamericana de rock clássico Beach Boys, que está comemorando 50 anos de atividades e irá, este ano, gravar um novo álbum e fazer uma nova turnê.
As bandas Maroon 5 e Foster the People tocaram duas canções da banda, Surfer girl e Wouldn’t it be nice?, enquanto os veteranos em si, apresentaram a clássicaGood vibration, com os membros dos anos 1960, Brian Wilson, Mike Love, Al Jardine e Bruce Johnson.
O ex-Beatle Paul McCartney terminou tendo papel de destaque na noite, com a apresentação de sua canção My valentine de seu novo disco Kisses on the Bottom, na qual homenageia a música de estilo crooner dos anos 1940 e 50; além de encerrar a festa com uma curta apresentação em que tocou o célebre medley dos Beatles com Golden slumbers/ Carry that weight/ The End, sendo acompanhado por sua banda e, na última, pelas guitarras de convidados, entre os quais Dave Grohl.
Falando neste, no campo do rock, o Foo Fighters foi o grande destaque da noite do Grammy. Das seis indicações que tinha, ganhou cinco prêmios: Melhor Performance de Rock (“Walk”), Melhor Performance de Hard Rock/Metal (“White Limo”), Melhor Canção de Rock (“Walk”), Melhor Álbum de Rock (“Wasting Light”) e Melhor Filme Musical em Longametragem (“Foo Fighters: Back And Forth”).
É um ótimo incentivo para quem pretende ver o Foo Fighters, que tocará no Brasil em 07 de abril deste ano, no Festival Lollapalooza Brasil, em São Paulo.
A banda ainda apresentou no palco da festa a canção Walk, premiada na noite.
A única categoria em que a banda não levou foi a de Melhor Álbum do Ano, vencida por Adele, que foi a grande estrela da noite, com seis prêmios.
Por fim, uma nota importante para o Brasil no Grammy 2012: o compositor Antonio Carlos Jobim foi premiado pelo conjunto de sua obra.
Há mais de 40 anos, no Grammy 1968, Tom Jobim levou o prêmio de Melhor Canção porGarota de Ipanema, vencendo os favoritos da noite: os Beatles com Penny Lane. Viva o Brasil!
Beach Boys fará show na entrega do Grammy 2012
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
Há pouco tempo, os Beach Boys – uma das mais importantes bandas de rock dos Estados Unidos na década de 1960 – anunciaram que fariam uma turnê comemorativa dos 50 anos de atividades do grupo, que culminará na gravação de um novo álbum.
A grande novidade mesmo é que o compositor Brian Wilson vai estar juntos deles. Wilson fundou a banda em 1961 e foi seu líder e principal compositor por anos. Ele sofreu um colapso nervoso em 1964 e abandonou os palcos, passando a se dedicar apenas ao trabalho de composição e gravação, enquanto a banda excursionava sem ele. Mas Wilson sofreu outro grave colapso, potencializado pelo abuso de drogas, em 1967, que lhe afastou da banda.
Desde então, apenas contribuiu esporadicamente com a banda, chegando a voltar aos palcos em 1976, apenas para mostrar que era uma mera sombra do passado.
Os Beach Boys já perderam dois ex-membros, Dennis e Carl Wilson, ambos irmãos de Brian Wilson, falecidos nos anos 1980 e 1990. Atualmente a banda mantém, além de Wilson, os membros originais Mike Love e Al Jardine, mais Bruce Johnson (que substituiu Brian Wilson nos palcos em 1965) e o “novato” David Marks.
E o primeiro show da banda reunida será na entrega dos prêmios Grammy, que ocorrerá este domingo, 12 de fevereiro, em Los Angeles, nos EUA.
A cerimônia pretende chamar a atenção com uma lista enorme de atrações, entre as quais: Adele, Bruce Springsteen, Coldplay, Foo Fighters, Katy Perry, Paul McCartney, Rihanna e Glen Campbell (cantor que também tocou nos Beach Boys nos anos 1960).
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Cinebiografia de Dennis Wilson contrata atriz
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
O HQRock já havia comentado de leve que está em produção uma cinebiografia de Dennis Wilson, o baterista dos Beach Boys. O protagonista já está contratado há tempos: Aaron Eckhart, que viveu Harvey Dent em Batman – O Cavaleiro das Trevas; mas agora, ganha uma companhia feminina: Vera Farmiga (de Amor sem Escalas e Contra o Tempo), que deverá interpretar a esposa do músico.
O roteiro do filme está a cargo da dupla Randall Miller e Jody Savin (de Baila Comigo) e não há um diretor contratado ainda. Mesmo assim, Eckhart está tendo aulas de bateria, piano e canto para viver o músico.
O filme se chamará The Drummer (o baterista) e focará os últimos seis anos da vida do músico. Também está em curso uma cinebiografia de Brian Wilson, o maior expoente da banda.
Dennis Wilson nasceu em 1944, em Los Angeles, nos EUA, e formou os Beach Boys em 1961 com os irmãos Brian (baixo e vocais) e Carl (guitarra e vocais), mais o primo Mike Love (vocais) e o amigo Al Jardine (guitarra e vocais). A banda primeiramente fez sucesso local, depois expandiu para a California como um todo e se tornou uma febre nacional em 1964, como uma resposta norteamericana à invasão britânica dos Beatles. Por dois anos, as duas bandas monopolizaram as paradas de sucesso até o esgotamento nervoso de Brian Wilson, o principal compositor.
Os Beach Boys continuaram sua carreira ao longo dos anos 1970, embora longe das paradas de sucesso.
Dennis Wilson teve uma importância singular para a história da banda. Primeiramente, ele era o único “beach boy” genuíno do grupo, ou seja, o único que não apenas surfava como tinha um estilo de vida pautado no trinômio praia, carro, garotas que estavam onipresentes nas canções da banda no início da carreira, mas era meramente uma idealização para o recatado Brian Wilson.
Outro capítulo controverso de sua biografia foi o envolvimento com o assassino Charles Manson. Dennis conheceu o na época compositor e líder messiânico Manson em Los Angeles e ficou fascinado por ele e pelo grupo que o seguia, chamado “A Família“/ The Family, formado principalmente por belas garotas. A Family passou a morar na casa de Wilson, inclusive, com ele bancando todas as despesas. Além disso, o baterista cuidou para que se arranjassem gravações para as composições de Charles Manson.
Os Beach Boys gravaram uma canção do guru, Never learn not to love, naquele ano, e Dennis conseguiu gravações para Manson com o prestigiado produtor Terry Melcher (dos Byrds). Contudo, o crescimento do comportamento agressivo e violento de Manson e seu grupo começou a assustar o baterista, que os expulsou de sua casa. Cerca de um ano depois, em 1969, a Family invadiu a casa que tinha sido de Melcher e agora era ocupada pelo diretor Roman Polanski e matou a esposa dele, a atriz Sharon Tate, grávida de sete meses, e mais dois empregados, todos barbaramente torturados, deixando escritos com sangue nas paredes. Manson queria incentivar uma guerra racial entre brancos e negros, que geraria um apocalipse.
Charles Manson e a Family foram presos logo em seguida, mas Dennis Wilson carregou um sentimento de culpa para o resto da vida.
Musicalmente falando, Dennis não era um bom baterista, por isso, quando os Beatles surgiram, o competitivo e perfeccionista Brian Wilson passou a usar Jim Gordon e outros músicos para gravar a bateria e a percussão nos álbuns, mas Dennis continuou contribuindo com voz e percussão ocasional, bem como executando o instrumento nos shows ao vivo. No fim dos anos 1960, com o fim da fase mais popular da banda, Dennis Wilson começou a contribuir mais como cantor, pianista e compositor nos discos.
A fase entre 1968 e 1973 não foi de sucesso para os Beach Boys, mas é adorada pelos fãs da banda, porque os discos trazem uma sonoridade singular, sem a surf music típica da primeira fase, mais voltada à melancolia e a experimentos psicodélicos. Várias composições dele estão nos discos 20/20, Sunflower, Carl and the Passions e Holland, lançados em 1969, 1970, 1972 e 1973, respectivamente. Inclusive, o álbum Sunflower traz a canção de sua autoria Forever, que é considerada por muitos como a mais bela canção da banda, embora não seja um de seus sucessos.
Após machucar a mão seriamente em 1972, Dennis Wilson passou a atuar mais como vocalista e pianista nos shows dos Beach Boys, enquanto as baquetas ficaram a cargo de Ricky Fataar. Em 1974, Dennis foi coautor (junto ao tecladista Billy Preston) da canção You are so beautiful, lançada com grande sucesso pelo cantor Joe Cocker. Desde então, Dennis também passou a cantar a canção nos shows dos Beach Boys.
Em 1977, Dennis Wilson lançou seu único álbum solo: Pacific Ocean Blue, que apesar de ter ficado apenas na 96ª posição dos mais vendidos do ano (ainda assim à frente do disco dos Beach Boys daquele ano, Love You), foi amplamente aclamado pela crítica e é até hoje uma obra cult.
Entretanto, a estagnação na carreira levou ao abuso de bebidas e drogas, o que destruiu a sua voz. Em 1983, Dennis Wilson terminou morrendo afogado em Marina Del Rey, em Los Angeles, após beber o dia inteiro, em 28 de dezembro.
Os Beach Boys continuaram a carreira por mais alguns anos e até voltaram brevemente às paradas em 1989.
O disco de Dennis Wilson foi relançado em CD em 2008 e foi novamente aclamado pela crítica, inclusive, sendo escolhido como o Melhor Relançamento do Ano tanto pela revista Rolling Stone quanto pela Mojo, duas das mais importante de música no mundo.
Beach Boys farão álbum e turnê com Brian Wilson em 2012
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
A banda norteamericana The Beach Boys vai comemorar os seus 50 anos de atividades em 2012. E vai comemorar da melhor maneira possível: o conjunto – que ainda faz shows pelo mundo – vai se reunir ao fundador e maior compositor, Brian Wilson. Será a primeira vez em 20 anos que o compositor de hits como Good vibration, God only knows e California girls vai se juntar à banda que fundou com seus irmãos Carl e Dennis Wilson. Os outros dois irmãos Wilson já faleceram, mas os Beach Boys seguem na ativa por seus outros membros originais, Mike Love e Al Jardine, mais Bruce Johnson (que entrou para a banda em 1965) e David Marks.
A gravadora Capitol anunciou que a banda voltará aos palcos em 2012 e gravará um novo álbum. Inclusive, liberou um curto vídeo da banda gravando a canção Do it again que integrará o novo disco. Esta canção já foi lançada pela banda em 1967 e, portanto, não se sabe se o material do álbum será de canções inéditas ou regravações.
Veja o vídeo abaixo:
Recentemente, a banda voltou à mídia com o lançamento do álbum Smile, um audacioso projeto que não chegou a ser concluído em 1967, o que ocasionou no afastamento de Brian Wilson do grupo. O compositor lançou sozinho uma versão “acabada” do disco em um álbum duplo de 2006, mas agora a gravadora Capitol lançou o material das gravações originais em uma edição especial.
Além disso, há produções cinematográficas em curso sobre a banda, uma das mais importantes da história do rock nos Estados Unidos e a única do país que foi capaz de bater de frente com os Beatles em meados dos anos 1960. Além de um filme sobre Brian Wilson, também está sendo planejado um filme sobre o baterista Dennis Wilson, que, inclusive, pode ser interpretado por Aaron Eckhart (o Harvey Dent de Batman – O Cavaleiro das Trevas).
Beach Boys: Data de “Smile” no Brasil
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O álbum Smile, gravado pela banda norteamericana The Beach Boys entre 1966 e 1967 e jamais terminado, será lançado este ano a partir do resgate das fitas masters originais, de um trabalho de remasterização e da edição das faixas pelos três membros vivos da banda – o líder, compositor e produtor Brian Wilson; o vocalista Mike Love; e o guitarrista Al Jardine. (Os outros dois membros, já falecidos, eram os irmãos do primeiro, Carl e Dennis Wilson, que tocavam guitarra e bateria, respectivamente).
A data do lançamento do disco no Brasil foi anunciada: dia 31 de outubro, onde sai como CD duplo com o que seria o álbum original e material de bônus. Lá fora, além dessa versão, o disco – que terá do nome oficial de The Smile Sessions – terá versões ampliadas com cinco CDs e livro de 60 páginas contando a história da banda e do álbum, das quais 12 páginas serão apenas com fotografias raras ou inéditas.
O HQRock já publicou um post detalhado sobre o álbum e sua história, confira!
Biografia de Brian Wilson vai virar filme
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O fundador, líder e principal compositor da banda norteamericana The Beach Boys, um dos maiores sucessos do rock dos anos 1960, Brian Wilson terá sua vida transformada em filme. Não se sabe qual será a tônica da produção, que será tocada pela River Road Entertainment: poderá ser um documentário ou uma cinebiografia com atores.
O roteirista da produção será Oren Moverman, o mesmo da cinebiografia de Bob Dylan, Eu Não Estou Lá. Ele prometeu uma abordagem não usual ao filme. Em Eu Não Estou Lá, a vida de Dylan não é retratada diretamente, mas por meio de metáforas e com vários personagens diferentes manipulando aspectos específicos da personalidade do astro, com atores como Christian Bale (o Batman), Heath Ledger (o Coringa), Richard Gere e até Cate Blanchett.
Qual será a abordagem, agora, da vida e da loucura de Brian Wilson?
O compositor nasceu na Califórnia, em 1942, filho de Murrey Wilson, também compositor, de Hollywood. Na adolescência, Brian se uniu aos seus irmãos, Carl (guitarra) e Dennis (bateria) e fundou os Beach Boys, juntamente ao primo Mike Love (vocais) e ao amigo Al Jardine (guitarra). Com seu canto a várias vozes e falsetes, letras sobre garotas, carros velozes e praias e canções melodiosas, a banda começou a fazer sucesso na Califórnia já em sua estreia, em 1961.
Galgando lentamente as paradas nacionais, os Beach Boys se transformaram em um fenômeno após a Invasão Britânica, quando Beatles, Rolling Stones e companhia tomaram as paradas norteamericanas de assalto, em 1964. Emergindo como a “resposta americana aos Beatles”, os irmãos Wilson se transformaram em uma potência de vendas e passaram a emplacar dezenas de hits seguidos.
Para dar conta do novo status, Brian Wilson decidiu se afastar dos palcos e se dedicar exclusivamente ao processo de composição e gravação das músicas da banda, enquanto seus irmãos e outros membros prosseguiam fazendo shows pelo país. A tática deu certo e, entre 1965 e 1966, os Beach Boys alcançaram o ápice de sua produção e sucesso, culminando com o álbum Pet Sounds e o single Good Vibration.
Entretanto, o alto nível da produção dos Beatles (com os álbuns Revolver e principalmente Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band) mais uma mistura de estresse, estafa e abuso de drogas levou Brian a um colapso nervoso do qual nunca mais se recuperou. Interrompendo a gravação do álbum Smile, em 1967, ele se afastou da banda e caiu no ostracismo, enquanto seus irmãos e amigos tentavam levar adiante a banda e seu sucesso.
Agora liderados por Carl Wilson, os Beach Boys até fizeram alguns trabalhos interessantes entre 1967 e 1972, mas jamais conseguiram voltar à popularidade e ao sucesso de outrora. Brian Wilson voltou a contribuir efetivamente com a banda em 1976, saindo até em turnê, mas não era mais o mesmo de antes, visivelmente abalado mentalmente pelo sofrimento que passou.
Nos anos seguintes, os Beach Boys se desintegraram, tendo que lidar com as mortes de Dennis Wilson por afogamento e de Carl Wilson por ataque cardíaco, embora ainda tenham lançado um último hit em 1989 com Kokomo.
Desde então, Mike Love controla o nome “Beach Boys” e continua excurcionando com alguns dos outros ex-membros da banda, enquanto Brian Wilson apresenta-se a solo. O músico chamou a atenção da mídia internacional ao lançar, em 2004, pela primeira vez, uma versão atual finalizada do álbum Smile, aquele que não terminou. O fato gerou até uma turnê mundial que passou pelo Brasil, naquele ano, com uma apresentação no Tim Festival.
Há alguns meses também se anunciou que as gravações originais de Smile, datadas de 1967, serão reunidas no lançamento da versão dos Beach Boys para o disco.