Membros do Pink Floyd falam em nova reunião da banda
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
Seguindo uma (boa) tendência dos últimos tempos, a lendária banda britânica Pink Floyd, uma das mais importantes e de sucesso da história do rock, também inaugurará uma exposição temática sobre sua carreira. David Bowie foi pioneiro na ação e, desde então, outras lendas como Rolling Stones e até o ex-membro do Pink Floyd, Syd Barrett, ganharam suas próprias exposições. Mas agora, a banda encantou milhões com álbuns como Darkside of the Moon e The Wall vai ter uma mostra para chamar de sua. E melhor: no lançamento oficial da iniciativa, os ex-membros Roger Waters e Nick Mason até falaram em uma reunião do grupo no futuro!
Waters (baixo) e Mason (bateria) foram cofundadores do Pink Floyd – ao lado do tecladista Richard Wright e do guitarrista Syd Barrett, ambos já falecidos – em 1965, e viraram heróis da cena alternativa e psicodélica de Londres, mas o grupo só chegou às gravações profissionais em 1967, com o compacto Arnold Layne, que foi um grande sucesso e expôs o colorido underground londrino ao mainstream.
A exposição do grupo, chamada Pink Floyd – Their Mortals Remains (em referência à letra de One of my turns, de The Wall), celebrará justamente isso, com sua abertura coincidindo com o 50º aniversário daquele single. Na coletiva à imprensa que apresentou a mostra, que estará em breve aberta ao público no The Victoria and Albert Museum, Waters e Mason foram interpelados pelo jornal The London Telgraph se estariam dispostos a seu reunirem para mais um evento especial, como o Festival de Glastonbury, que é o maior e mais tradicional da Inglaterra. (Em tempo: a última vez que o Pink Floyd se reuniu foi em 2005 em um evento especial, o Live 8). A dupla deu uma resposta surpreendente!
Mason disse:
Seria legal adicionar algo à lista de coisas. Eu nunca toquei em Glastonbury. Seria divertido fazer isso.
E Waters emendou:
Eu toquei em Glastonbury uma vez, eu acho. Estava realmente muito frio, mas havia um monte de gente lá e estavam realmente muito felizes e eu gostei. Sim, eu faria de novo.
Mas os dois músicos logo encararam a realidade, com Waters memorando:
O que eu soube é que David [Gilmour] está aposentado.
Enquanto Mason emendou com uma pequena luz de esperança:
Eu ouvi que ele tava aposentado, mas parece que ele “desaposentou”.
Ambos sabem que David Gilmour é o grande obstáculo de uma reunião do grupo. E explicamos: quando Syd Barrett simplesmente enlouqueceu de tanto tomar LSD, os membros do Pink Floyd tiveram a difícil decisão de afastá-lo do grupo; e para que o evento fosse o menos traumático possível, Roger Waters convidou David Gilmour para substituí-lo, que era um velho amigo deles de Cambridge cidade natal de Barrett, Waters e Gilmour. A transição se deu já no segundo álbum do Pink Floyd, A Saucerful of Secrets, de 1968, que possui gravações com os dois guitarristas, o velho e o novo. (Barrett tentou seguir uma carreira solo, mas seus problemas mentais permitiram que tivesse apenas dois álbuns lançados e, depois, seguisse uma vida reclusa em Cambridge, longe da música).
Dali em diante, David Gilmour cumpriu a importante posição de guitarrista e principal vocalista do Pink Floyd, enquanto Roger Waters era, de certo modo, o líder do grupo, pois era o principal compositor e quem bolava a maior parte dos conceitos aos quais envolviam os discos da banda. Porém, na medida em que o tempo foi passando, o ego de Waters foi aumentando cada vez mais e sua música ficando cada vez mais pessoal, o que gerou atritos no grupo, resultando na demissão do tecladista Richard Wright, em 1980, após as gravações de The Wall. Depois de um álbum como trio, Waters decidiu encerrar o grupo, em 1985, mas Gilmour e Mason entraram com um processo judicial contra o ex-parceiro pelos direitos de controle do nome e da marca Pink Floyd. A dupla ganhou o processo e Gilmour, Mason e Wright se reagruparam e continuaram a ser o Pink Floyd ao longo dos anos 1980 e 1990. Waters seguiu em carreira solo.
O Pink Floyd encerrou oficialmente as atividades em 1996, mas houve alguns capítulos posteriores. Em 2005, por ocasião do Live 8 – um megaconcerto beneficente contra a Reunião do G8 e a favor de que os países ricos perdoem as dívidas dos países pobres – Gilmour e Waters concordaram em reunir o grupo uma única vez. Então, Waters, Gilmour, Wright e Mason realizaram o último concerto do Pink Floyd.
Em 2006, Syd Barrett morreu vítima de um câncer e dois anos depois foi a vez de Rick Wright ter o mesmo destino. Na ocasião, Gilmour foi enfático de que nunca haveria um Pink Floyd sem Wright. Em 2013, a banda até lançou um álbum inédito, The Endless River, composto, contudo, com gravações realizadas 20 anos antes ainda na presença do tecladista.
Nesse meio tempo, Gilmour lançou dois álbuns solo de sucesso, On an Island (2006) e Rattle That Lock (2015), inclusive, realizando uma grande turnê mundial com este último e tocando pela primeira vez no Brasil.
Maiores opositores na época do litígio legal, Gilmour e Waters nunca resolveram de verdade seus problemas. Em uma entrevista de 2015, citada pelo The Consequence of Sound, Gilmour falava sobre o fim da banda:
Eu estive 48 anos no Pink Floyd, um pouco desses anos no comecinho, com Roger [Waters]. E naqueles anos que agora são considerados o nosso apogeu, estávamos 95% musicalmente preenchidos e divertidos e cheios de alegria e risadas. Eu certamente não quero deixar que os outros 5% embotem minha visão do que é um longo e fantástico tempo juntos.(…). Roger e eu não nos damos bem, particularmente falando. Ainda nos falamos. É melhor do que já foi [no passado, pós-processo]. Mas não funcionaria [trabalharmos juntos]. As pessoas mudam. Roger e eu superamos um ao outro e seria impossível, para nós, trabalharmos juntos em qualquer base realista.
O que enche os fãs de alguma esperança é o fato de que, apesar dessa fala dura, Gilmour e Waters já tocaram juntos duas vezes desde o Live 8. A primeira, em 2011, numa participação especial na abertura da The Wall Tour de Roger Waters (em que o compositor apresentou o homônimo disco do Pink Floyd ao vivo em apresentações solo); a segunda, no ano posterior, em um evento beneficente.
Tomando a fala de Gilmour, talvez seja impossível – e mesmo desnecessário – o Pink Floyd sair em uma grande turnê mundial. Porém, não seria possível uma outra reunião especial, tal qual o Live 8, no Festival de Glastonbury? Só uma última vez com Gilmour, Waters e Mason, a mesma formação que gravou o álbum The Final Cut, de 1983?
Sabe qual é o maior sonho do organizador do Festival de Glastonbury? Ter o Pink Floyd no headline do evento!
Cruze os dedos!
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Pink Floyd: Banda ganha retrospectiva em amostra a ser exibida em Londres em 2017
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
A lendária banda britânica Pink Floyd, uma das mais importantes da história do rock, está bastante em evidência nos últimos tempos. Além de relançar sua obra em vinil e pôr no mercado um incrível pacote de 27 discos (!) entre CDs, DVDs e Blu-ray com materiais inéditos de áudio e vídeo (veja aqui), o espólio do grupo organiza agora uma grande exposição que será aberta ao público em 2017, comemorando os 50 anos do lançamento do primeiro disco da banda.
A exposição The Pink Floyd Exhibition: Their Mortal Remains acontecerá entre maio e outubro de 2017, no Vitoria and Albert Museum, em Londres, e segue o estilo das consagradas e recentes amostras sobre o mundo do rock, que focaram em artistas como David Bowie e Rolling Stones. Their Mortal Remains – que tira seu título de um verso da canção Nobody home do álbum The Wall, de 1979 – trará todo o tipo de objeto relacionado à banda, como o porco inflável gigante que está na capa do disco Animals (1977), as máscaras de argila usadas pelos músicos na turnê de The Wall, cartazes, peças de figurino, instrumentos musicais etc.
Não há informes ainda se a exposição sairá em turnê pelo mundo tal qual as outras duas citadas o fizeram, mas é bem possível.
O Pink Floyd surgiu em Londres, em 1965, a partir da união de dois amigos de infância (Barrett e Waters) vindos da cidade de Cambridge. O grupo se tornou um dos maiores exponentes do Movimento Psicodélico com seu primeiro disco, em 1967. Era formado por Syd Barrett (vocais e guitarra), Roger Waters (baixo e vocais), Richard Wright (teclados e vocais) e Nick Mason (bateria), mas após pouco tempo, Barrett desenvolveu sérios problemas mentais, fruto da combinação de esquizofrenia e abuso de drogas como o LSD e foi afastado do grupo. Foi substituído por David Gilmour, em 1968, que também era um velho conhecido de Cambridge.
Sem Barrett, Roger Waters se consolidou como o líder do Pink Floyd, além de seu principal compositor, mesmo que os vocais fossem realizados em sua maioria por David Gilmour. Permanecendo no circuito alternativo por alguns anos, o Pink Floyd se tornou uma das bandas de maior sucesso do mundo em 1973, com o lançamento do álbum Darkside of the Moon. A carreira de sucesso prosseguiu ao longo dos anos 1970, com discos como Wish You Were Here (1975) e The Wall (1979). Após uma série de brigas e crises, Roger Waters deixou a bandaem 1985, mas Gilmour, Wright e Mason continuaram com a banda sem ele até 1996, quando encerraram as atividades oficialmente. Depois disso, ocorreram apenas algumas reuniões rápidas e o lançamento do álbum The Endless River, em 2014, formado a partir de sessões de gravação dos anos 1990.
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Pink Floyd: Banda lançará box com 27 discos com material inédito, faixas raras e shows ao vivo
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
A lendária banda britânica de rock progressivo e psicodélico Pink Floyd fez um anúncio impressionante este fim de semana: será lançado um box-set com 27 discos (CDs e DVDs) recheados de material inédito, faixas raras e shows ao vivo, cobrindo o início da carreira do grupo e, portanto, trazendo canções novas da época em que eram liderados pelo cantor e compositor Syd Barrett, que largou o conjunto logo no início. Pink Floyd: The Early Years 1965-1972 cobre tudo e traz 11 horas de áudio e 14 horas de vídeos. É simplesmente um sonho para os fãs.
O material traz desde demos do início da carreira do grupo (antes de conseguirem um contrato com a gravadora EMI) e finalmente oficializa faixas que já eram conhecidas pela pirataria, mas nunca lançadas comercialmente, como Scream thy last scream, Vegetable man e The benchwood, gravadas com Syd Barrett em 1967. Também há as sessões para a rádio BBC, onde executavam as canções ao vivo, gerando novas versões das canções de seus primeiros álbuns.
A caixa também cobre as faixas oficiais do período, trazendo remasters de seus primeiros compactos.
É um material inacreditável, com praticamente tudo o que se já ouviu falar que existia. E não apenas áudio, mas há uma série de gravações de vídeo com o grupo tocando ao vivo, inclusive, com Syd Barrett, cujos registros de vídeo são muito poucos. Segue aqui um resumo com os destaques da caixa, tirados a partir do site Consequences of the Sound:
- O Disco 1 traz as demos da banda gravados em 1965 (Lucy Leave, I’m king bee), e outras que foram gravadas profissionalmente visando entrar em singles ou álbuns e ficaram de fora, em 1967 (Scream thy last scream, Vegetable man e In the benchwood).
- O Disco 2 traz um show ao vivo em Estocolmo, em 1967, com Syd Barrett, com faixas como Matilda mother, Scream thy last scream, Sets the controls to the heart of the sun e See emily play, além de gravações na rádio BBC de música instrumental aleatória.
- O Disco 3 traz vídeos, com os clipes de Arnold Layne e Jugband blues, um novo vídeo para Chapter 24, performances ao vivo de See Emily play, The scarecrow, Astronomy domine e Interstellar overdrive, todos com Syd Barrett.
- O Disco 4 traz as versões oficiais das canções da banda lançadas apenas em single em 1968 – como Point me at the sky e It would be so nice – que marcam o início da fase em que Barrett foi substituído por David Gilmour, além de apresentações na rádio BBC de canções desse período.
- O Disco 5 é de vídeos, trazendo apresentações da banda, já com David Gilmour, em 1968, em locais como Paris, Bruxelas e Roma, além do programa de TV Bauton Rouge, da França.
- O Disco 6 traz as faixas gravadas para a trilha sonora do filme More, de 1969, e que não estão no álbum homônimo, como Hollywood e Embryo, além de apresentações na rádio BBC de faixas desse disco (Green is the colour, Cymbaline) e do álbum Ummagumma; e um concerto em Amsterdã.
- O Disco 7 traz uma apresentação ao vivo em Amsterdã, em 1969, na qual a banda apresenta a peça The Man & The Journey, um tipo de ópera rock que unia parte do repertório do grupo da época com algumas canções inéditas, mas nunca foi lançado nesse formato antes fora da pirataria.
- O Disco 8 traz vídeos, com apresentações de 1969 em Paris, Londres (com um trecho de The Man & The Journey), Essen na Alemanha, e na Bélgica.
- O Disco 9 traz a apresentação da banda no Festival de Montreux, em 1970 (com Atom heart mother) e mais uma sessão na BBC, incluindo esta mesma faixa acompanhada por uma orquestra.
- O Disco 10 traz faixas não usadas na trilha sonora do filme Zabriskie Point, de 1970.
- O Disco 11 traz o vídeo (em DVD) do famoso programa de TV de 1970, One Hour With Pink Floyd, feita para uma TV de San Franscico, nos EUA, além de uma versão em áudio do álbum Atom Heart Mother em 4.0 quadriofônico.
- O Disco 12 também traz vídeos, com a apresentação no Festival de San Tropez, na França, de 1970; um trecho do grupo fazendo a trilha sonora para o Roland Pettit Ballet, na França; e a canção Atom heart mother, com orquestra completa executada no Hyde Park de Londres.
- O Disco 13 traz uma versão preliminar Echoes e mais uma sessão ao vivo na BBC, ambos em 1971.
- O Disco 14 é uma miscelânea de vídeos, que incluem trechos de Atom heart mother e Saucerful of secrets executadas ao vivo, em 1971, com documentários e entrevistas da época.
- O Disco 15 é uma versão remixada do álbum Obscure by Clouds, de 1972.
- O Disco 16 traz mais vídeos, com um documentário sobre as gravações de Obscure by Clouds, e entrevistas da época; um clipe novo montado a partir de fotos para a canção Wots… up the deal, daquele álbum de 1972; trechos de um concerto em Brighton, na Inglaterra; novos trechos do Rolland Pettit Ballet, em 1972; e uma nova versão do filme Live At Pompeii, com remix em 5.1.
- O Disco 17, por algum motivo, dá uma volta atrás na cronologia e traz uma série de apresentações na BBC, duas em 1967 (com Syd Barrett) e uma com David Gilmour, em 1968; além da trilha sonora que a banda produziu para o pouso do homem na Lua, em 1969, que foi transmitido ao vivo na TV do Reino Unido; e uma versão ao vivo de Echoes, em 1974, em Wembley.
- O Disco 18 é uma miscelânea de vídeos: versões alternativas para clipes da banda, como Arnold Layne e Corporal Clegg;trechos avulsos de apresentações ao vivo em 1970 e 1972; e o filme The Commitee, de 1968, cuja trilha sonora é do Pink Floyd e permanecia inédita até hoje, inclusive, na pirataria.
- O Disco 19 traz mais vídeos, com os filmes More (1969) e La Valleé (1972), cujas as trilhas sonoras são criadas pela banda e renderam os álbuns homônimo e Obscure by Clouds, respectivamente.
- Os demais discos são cópias em vinil dos primeiros compactos da banda: Arnold Layne/ Candy and a currant bun (1967); See Emily play/ The scarecrow (1967); Apples and oranges/ Paintbox (1967); It would be so nice/ Julia dream (1968); Point me at the sky/ Careful with that axe, Eugene (1968).
Como se pode ver, o material da coleção é colossal, mas também o é o preço: em média, a caixa com os 27 discos custará US$ 500,00! Somente os mais ricos poderão ter acesso a este vasto material de áudio e vídeo.
Os fãs comuns podem se contentar com uma versão mais simples da coleção: um CD duplo trazendo o melhor da coleção, que custará US$ 15,98.
Como se pode notar, Pink Floyd: The Early Years 1965-1972 cobre a fase menos conhecida do Pink Floyd, quando foram os heróis do rock psicodélico britânico dos anos 1960 e voltaram à condição de banda cult underground por um tempo; antes de atingirem o sucesso magistral pós-1973. Portanto, é uma ótima oportunidade ao grande público de se permitir conhecer esse lado mais obscuro, sombrio, aleatório, confuso e assustador de uma das bandas mais famosas do mundo.
Quem embarcar na aventura, irá conhecer uma coleção de canções não-usuais, fora do padrão ortodoxo, mas dotadas de melancolia e um sentimento de beleza estranha sensacional. Boa viagem!
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O Pink Floyd surgiu em Londres, em 1965, a partir da união de dois amigos de infância (Barrett e Waters) vindos da cidade de Cambridge. O grupo se tornou um dos maiores exponentes do Movimento Psicodélico com seu primeiro disco, em 1967. Era formado por Syd Barrett (vocais e guitarra), Roger Waters (baixo e vocais), Richard Wright (teclados e vocais) e Nick Mason (bateria), mas após pouco tempo, Barrett desenvolveu sérios problemas mentais, fruto da combinação de esquizofrenia e abuso de drogas como o LSD e foi afastado do grupo. Foi substituído por David Gilmour, em 1968, que também era um velho conhecido de Cambrigde.
Sem Barrett, Roger Waters se consolidou como o líder do Pink Floyd, além de seu principal compositor, mesmo que os vocais fossem realizados em sua maioria por David Gilmour. Permanecendo no circuito alternativo por alguns anos, o Pink Floyd se tornou uma das bandas de maior sucesso do mundo em 1973, com o lançamento do álbum Darkside of the Moon. A carreira de sucesso prosseguiu ao longo dos anos 1970, com discos como Wish You Were Here (1975) e The Wall (1979). Após uma série de brigas e crises, Roger Waters deixou a banda em 1985, mas Gilmour, Wright e Mason continuaram com a banda sem ele até 1996, quando encerraram as atividades oficialmente. Depois disso, ocorreram apenas algumas reuniões rápidas e o lançamento do álbum The Endless River, em 2014, formado a partir de sessões de gravação dos anos 1990.
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Pink Floyd: David Gilmour se apresenta em Pompeia depois de 45 anos
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
O guitarrista britânico David Gilmour se apresentou nas duas últimas noites no sítio histórico do Anfiteatro de Pompeia, na Itália, voltando ao local 45 anos depois de ter feito um célebre concerto com o Pink Floyd nas ruínas da cidade romana destruída pelo Vulcão Vespúcio, no ano 79. As apresentações foram gravadas para serem lançadas em um DVD em breve.
Gilmour era membro do Pink Floyd quando a banda realizou um concerto ao vivo, sem plateia, nas ruínas do Anfiteatro de Pompeia em 1971, evento que foi filmado e lançado como um célebre filme no ano seguinte: Live at Pompeii, dirigido por Adrian Maben. O efeito da música psicodélica do quarteto juntamente com as imagens arrebatadora da cidade e suas ruínas, bem como os poços de lava fervente, resultaram em uma experiência fantástica.
Agora, 45 anos depois, Gilmour está de volta ao local para apresentar um concerto da turnê de promoção de seu mais recente álbum solo, Rattle That Lock, lançado ano passado. O guitarrista fez uma turnê europeia totalmente focada em sítios arqueológicos, como o Circo Máximus em Roma, mas a grande cereja do bolo foi Pompeia.
O set list das noites dos dias 07 e 08 de julho foi a seguinte (segundo informação do site Whiplash):
5 A.M.
Rattle That Lock
Faces of Stone
What Do You Want from Me
The Blue
The Great Gig in the Sky
A Boat Lies Waiting
Wish You Were Here
Money
In Any Tongue
High Hopes
One of These Days
Shine On You Crazy Diamond (Parts I-V)
Fat Old Sun
Coming Back to Life
On an Island
The Girl in the Yellow Dress
Today
Sorrow
Run Like Hell
Time
Breathe (Reprise)
Comfortably Numb
Qualquer fã antenado do Pink Floyd irá logo atentar à ausência de Echoes, cuja a interpretação em Pompeia, em 1972, ficou lendária. Mas a ausência é justificável: há alguns anos, Gilmour declarou que não tocaria mais Echoes ao vivo, porque não faria sentido apresentá-la sem Richard Wright, o tecladista da banda.
Na versão original da canção, Wright e Gilmour fazem um belo dueto vocal. Após ser executada esporadicamente nas últimas turnês do Pink Floyd, Echoes ganhou uma última redenção em 2006 e 2007, quando Gilmour apresentou a faixa na turnê de seu disco solo anterior, On an Island. Na ocasião, Richard Wright serviu como músico acompanhante tanto no disco quanto na turnê e os dois repetiram o dueto. Mas Wright morreu de câncer em 2008.
Além da ausência de Echoes, o repertório da noite repete somente uma canção dentre aquelas executadas em Pompeia há 45 anos: a instrumental One of these days. No mais, o set lista traz clássicos do Pink Floyd (Time, Confortably numb, Wish you were here), alguns números obscuros (Fat old sun), representantes da fase tardia da banda (High hopes, Coming back to life), faixas da carreira solo de Gilmour, tanto do disco anterior (On an island) quanto do novo (Rattle that lock, Today), e pelo menos uma surpresa: The great gig in the sky, canção de autoria de Richard Wright, presente no álbum Darkside of the Moon, do Pink Floyd, de 1973.
A turnê de David Gilmour passou pelo Brasil no ano passado e apresentou um repertório bastante similar, com muita beleza e show repleto de emoção. Ver tudo isso emoldurado nas ruínas iluminadas de Pompeia deve ser estonteante. De novo!
***
David Gilmour nasceu no bairro de Grantchester, na cidade de Cambridge, na Inglaterra, em 1946, e conheceu Syd Barrett e Roger Waters ainda na adolescência. Estes dois formariam, em Londres, em 1965, a banda Pink Floyd. Após estourarem com um disco de sucesso, Barrett apresentou problemas mentais e Gilmour terminou substituindo o amigo na banda a partir de 1968. A partir de então, Gilmour se transformou na voz, guitarra e no rosto da banda, enquanto Waters era a grande força criativa nas composições. Depois de anos como uma das mais importantes bandas do underground do Reino Unido, o Pink Floyd estourou para o sucesso mundial em 1973, com o álbum Darkside of the Moon.
Com o passar dos anos, a tensão entre Waters e Gilmour foi aumentando até Waters abandonar o grupo em 1985. Gilmour comandou a última encarnação do Pink Floyd até 1996, quando encerraram as atividades. Depois disso, ocorreram apenas algumas reuniões rápidas e o lançamento do álbum The Endless River, em 2014, formado a partir de sessões de gravação dos anos 1990.
Gilmour segue em carreira solo atualmente.
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Pink Floyd: Banda relançará toda a sua discografia em vinil
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
A banda britânica Pink Floyd, uma das mais importantes da história do rock e uma das criadoras do rock progressivo, anunciou que irá relançar toda a sua discografia em em discos de vinil, ou seja, em LP. É uma grande notícia para os puristas e apreciadores do som único e encorpado desse formato.
Segundo o anúncio, a banda lançará a discografia em lotes de quatro álbuns, mais ou menos no mesmo formato que o Led Zeppelin utilizou recentemente em esforço semelhante. A primeira fornada sairá em 03 de junho e reunirá os quatro primeiros discos do Pink Floyd, com a fase mais experimental e menos conhecida do grupo, com The Piper at the Gates of Dawn (1967), A Saucerful of Secrets (1968), a trilha sonora de More (1969) e Ummagumma (1969), que reúne um disco ao vivo e outro em estúdio.
O lançamento é uma parceria da Pink Floyd Records com a gravadora Columbia e prosseguirá em intervalos ao longo do ano até atingir todos os 17 álbuns da banda. O Pink Floyd relançou sua obra em CD com qualidade superior há alguns anos.
O Pink Floyd surgiu em Londres, em 1965, a partir da união de dois amigos de infância (Barrett e Waters) vindos da cidade de Cambridge. O grupo se tornou um dos maiores exponentes do Movimento Psicodélico com seu primeiro disco, em 1967. Era formado por Syd Barrett (vocais e guitarra), Roger Waters (baixo e vocais), Richard Wright (teclados e vocais) e Nick Mason (bateria), mas após pouco tempo, Barrett desenvolveu sérios problemas mentais, fruto da combinação de esquizofrenia e abuso de drogas como o LSD e foi afastado do grupo. Foi substituído por David Gilmour, em 1968, que também era um velho conhecido de Cambrigde.
Sem Barrett, Roger Waters se consolidou como o líder do Pink Floyd, além de seu principal compositor, mesmo que os vocais fossem realizados em sua maioria por David Gilmour. Permanecendo no circuito alternativo por alguns anos, o Pink Floyd se tornou uma das bandas de maior sucesso do mundo em 1973, com o lançamento do álbum Darkside of the Moon. A carreira de sucesso prosseguiu ao longo dos anos 1970, com discos como Wish You Were Here (1975) e The Wall (1979). Após uma série de brigas e crises, Roger Waters deixou a banda em 1985, mas Gilmour, Wright e Mason continuaram com a banda sem ele até 1996, quando encerraram as atividades oficialmente. Depois disso, ocorreram apenas algumas reuniões rápidas e o lançamento do álbum The Endless River, em 2014, formado a partir de sessões de gravação dos anos 1990.
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Confirmado o Super-Festival que vai reunir Rolling Stones, Bob Dylan, Paul McCartney, The Who, Neil Young e Roger Waters
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
Há alguns dias surgiram na internet os rumores de que haveria um superfestival reunindo algumas das maiores estrelas “clássicas” do rock em atividade. Ontem, a produtora Goldenvoice confirmou: ocorrerá nos EUA o Desert Trip Festival, que reunirá Rolling Stones, Bob Dylan, Paul McCartney, The Who, Neil Young e Roger Waters. É o festival dos sonhos de quem gosta de rock.
A produtora Goldenvoice é a mesma que realiza o Coachella, outro importante festival, e o megaevento ocorrerá no mesmo local: no Empire Polo Club, na cidade de Indio, na Califórnia, na Costa Oeste dos EUA. A data será em 07, 08 e 09 de outubro de 2016.
Além de reunir as maiores lendas vivas do rock, o Desert Trip também inova no formato: serão apenas dois shows por dia em dois palcos diferentes, de modo que os artistas possam apresentar suas obras com toda a qualidade e potência possível. A Goldenvoice quer com isso evitar o maior problema dos festivais tradicionais: como são muitas as apresentações, os shows (à exceção do headline do dia) são mais curtos (variando entre 20 ou 40 minutos apenas) e a produção de palco é enxuta, para facilitar as trocas entre as bandas ao fim de cada concerto.
Assim, o Desert Trip inicia no dia 07 de outubro com Bob Dylan e Rolling Stones; segue no dia 08 com Neil Young e Paul McCartney; fechando no dia 09 com The Who e Roger Waters. Os ingressos iniciam a partir de US$ 199,00 (aproximadamente R$ 700,00) sem lugar marcado para um dia de festival. Os mais ricos podem pagar US$ 1.599,00 (R$ 5.600,00) pelos três dias em uma área próxima ao palco.
A ideia da AEG Live, empresa que é dona da Goldenvoice, é vender esse mesmo formato para outras cidades americanas a partir do ano que vem. Curiosamente, imediatamente iniciaram rumores de que o Brasil iria promover uma versão do mesmo evento, mas nada foi confirmado. Porém, tendo em vista o poderio da marca Rock In Rio (que tem edições internacionais) não seria impossível uma parceria.
De qualquer modo, o Desert Trip é vendido como uma experiência única, afinal, a possibilidade de reunir de novo essas seis lendas do rock em um mesmo evento é quase impossível.
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Os Rolling Stones surgiram em Londres em 1962 e estrearam em disco no ano seguinte, rapidamente se tornando uma das bandas mais importantes da história do rock. O grupo sobreviveu a todas as intempéries possíveis e atravessou as décadas com ousadia, qualidade e persistência, completando 50 anos de carreira em 2012, e acabando de encerrar uma longuíssima turnê mundial, que passou pelo Brasil em fevereiro último. A formação atual da banda reúne os originais Mick Jagger (vocais), Keith Richards (guitarra) e Charles Watts (bateria), além de Ron Wood (guitarra, que ingressou em 1975).
Bob Dylan começou a carreira nos clubes de música folk em Nova York, nos EUA, em 1961, chegando às gravações no ano seguinte. Rapidamente aclamado por seu estilo pungente de cantar e relaxante de tocar, o músico também mostrou-se um compositor de incrível talento, tornando-se uma celebridade em 1963 por causa de suas canções. Influenciado pela música dos Beatles, Dylan trocou o violão pela guitarra e os instrumentos elétricos, mergulhando no rock em 1965, num movimento que causou a ira dos puristas, mas aumentou ainda mais a popularidade do compositor. Dylan prosseguiu as décadas com sua música forte e evocativa, promovendo outras mudanças, mas sempre se mantendo relevante.
Paul McCartney nasceu em Liverpool, na Inglaterra, e ingressou na banda de garagem de John Lennon em 1957, que se transformaria no grupo The Beatles e lançaria seu primeiro disco em 1962. De sucesso imediato na Grã-Bretanha, a música da banda também conquistou rapidamente a Europa, os EUA e o mundo, em 1964, se tornando o maior fenômeno musical do século XX, além de ser aclamada como a maior banda de todos os tempos. A força motriz dos Beatles eram as composições da dupla Lennon & McCartney, mas as tensões internas foram minando o grupo, que se separou em 1970. McCartney seguiu em carreira solo, assim como todos os outros membros e todos conseguiram sucesso. McCartney foi o que melhor conseguiu dialogar com as massas e se manter como um cantor popular e relevante ao longo das décadas.
Neil Young nasceu no Canadá e atingiu o sucesso como membro da banda de folk rock The Buffalo Springfield, em 1967. A banda teve duração curta e Young se lançou como um cantor solo cult já em 1968. No ano seguinte, ingressou no supergrupo Crosby, Stills and Nash, formado por ex-membros de bandas famosas, que passou a se chamar Crosby, Stills, Nash & Young, se apresentou no Festival de Woodstock e se transformou num fenômeno de vendas impressionante. O CSNY continuou a se reunir esporadicamente ao longo dos anos, enquanto Young seguiu sua carreira solo com grandes composições, atingindo grande sucesso a partir de 1972. Embora nem sempre sob os holofotes, a música crítica e existencialista de Young prossegue com grande importância nos dias de hoje.
A banda The Who se formou em Londres, em 1964, com Roger Daltrey (vocais), Pete Townshend (guitarra), John Entwistle (baixo) e Keith Moon (bateria), fazendo um som explosivo que embalava letras críticas e humorísticas sobre o cotidiano juvenil. De grande sucesso na Inglaterra desde o início, o grupo teve dificuldades de dialogar com o público do mundo, rompendo a barreira apenas em 1969 com o lançamento da ópera-rock Tommy, que fez sucesso no mundo todo e os levou a tocar no Festival de Woodstock. O The Who prosseguiu o sucesso nos anos 1970 e 1980, mas perdeu Moon, que morreu em 1978. Após uma série de voltas ocasionais, o grupo retomou as atividades de forma constante nos anos 2000 e continuou mesmo após a morte de Entwistle em 2001. Atualmente apenas com Daltrey e Townshend, o The Who comemorou 50 anos de atividades e está em meio a uma turnê mundial, anunciada como a sua última.
Roger Waters (vocais e baixo) nasceu na Inglaterra e fundou a banda Pink Floyd, em Londres, em 1965, ao lado do amigo de infância Syd Barrett. O grupo se tornou uma sensação no circuito underground no ano seguinte e chegou aos discos em 1967, fazendo grande sucesso em meio ao movimento psicodélico. Barrett era o líder, mas teve sérios problemas mentais causados pelo excesso de drogas e terminou expulso da banda em 1968, cabendo a Waters, a partir de então, a liderança e a responsabilidade de compor a maior parte do material. De volta ao circuito underground, o Pink Floyd prosseguiu com uma obra extremamente experimental e relevante, mas conseguiu progressivamente dialogar com as massas até lançar o álbum Darkside of the Moon, de 1973, que foi um sucesso enorme no mundo inteiro e um grande fenômeno cultural. A banda continuou como uma das mais populares do planeta nos anos seguintes, mas as tensões internas levaram Waters a sair do grupo em 1985, que continuou sem ele, com David Gilmour (guitarra e vocais), Richard Wright (teclados e vocais) e Nick Mason (bateria) até 1996. Waters desenvolveu uma carreira solo em que continuou a trazer composições fortes, grandes temas e crítica social, embora não tenha feito tanto sucesso assim. Nos últimos anos, vêem reencenando nos palcos suas grandes obras com o Pink Floyd, como a The Wall Tour, que correu o mundo entre 2011 e 2013 e passou pelo Brasil.
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Pink Floyd: Escolhido o monumento a Syd Barrett em Cambridge
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
Meses atrás noticiamos que a cidade de Cambridge, na Inglaterra, iria homenagear o cantor e compositor Syd Barrett, fundador e primeiro líder da lendária banda Pink Floyd (clique aqui para ler), por meio de um monumento. Barrett e outros dois membros seminais da banda – Roger Waters e David Gilmour – são naturais da cidade.
Segundo anunciou o jornal Cambridge News, o Conselho Municipal decidiu qual dos projetos apresentados de monumento foi escolhido para ser executado: uma roda de bicicleta, numa analogia à canção Bike que Barrett gravou com o Pink Floyd no primeiro álbum da banda The Piper at the Gate of Dawn, de 1967. O monumento será criado pelos artistas plásticos Clare Palmier e Spadge Hopkins, com financiamento de 10 mil Libras advindos do Cambridge Live, instituição de entretenimento da cidade, e será erguido no Corn ExChange, espaço que coincidentemente abrigou o último concerto no qual o músico se apresentou, em 1972.
Ouça Bike com o Pink Floyd abaixo:
Roger “Syd” Barrett nasceu em Cambridge, em 1946, e conheceu Roger Waters e David Gilmour na infância e adolescência, respectivamente. Os três estudaram juntos e faziam parte de um grupinho de adolescentes que gostavam de rock e tocavam violão. Barrett e Waters combinaram de montar uma banda no futuro e, de fato, se reencontraram em Londres – onde estudavam Belas Artes e Arquitetura, respectivamente – em 1964 e montaram uma banda que teria vários nomes, mas terminaria conhecida por Pink Floyd no ano seguinte. Com sonoridade R&B no início, o grupo evoluiu para um rock psicodélico cheio de efeitos sonoros, improvisações, barulho e longas passagens instrumentais, fazendo bastante sucesso no circuito alternativo da capital britânica. O renome levou a uma procura de gravadoras pelo conjunto, até assinarem com a EMI (a gravadora dos Beatles), que lançou seus primeiros singles e álbum em 1967, fazendo bastante sucesso.
A exposição pública, contudo, fez mal a Barrett, que abusava demais de drogas psicotrópicas, especialmente do LSD. O compositor terminou adotando um comportamento selvagem, irracional, errático e imprevisível, num caminho rumo à loucura. Terminou expulso da banda em 1968, e substituído pelo amigo David Gilmour, que se tornou não apenas o guitarrista, mas o principal vocalista do Pink Floyd. Sem Barrett, a banda retornou ao circuito alternativo, mas continuou frequentando as paradas de sucesso nos anos seguintes, até que estourou internacionalmente em 1973, com o álbum Darkside of the Moon, que se tornou um dos mais famosos da história do rock. Daí para frente, o Pink Floyd se transformou numa das principais e mais influentes bandas de rock do planeta.
Enquanto isso, Syd Barrett investiu em uma carreira solo, na qual lançou dois álbuns – ambos produzidos por David Gilmour – lançados em 1970, Madcap Laughts e Barrett, repletos de canções não-tradicionais, mas incrivelmente boas e impactantes. Contudo, a loucura do músico o impediu de se comunicar com o grande público e ir adiante na carreira. Ele terminou regressando a Cambridge e teve uma última incursão no mundo musical em 1972, quando montou a banda The Allstars, com amigos da cidade e fez suas últimas apresentações ao vivo.
A loucura e o exílio totalmente longe dos holofotes transformaram Barrett em uma das mais lendárias e misteriosas figuras do rock, sendo adorado pelas gerações seguintes como uma figura cult. Vivendo uma vida comum em sua cidade-natal, o ex-músico terminou morrendo de câncer em 2006.
Sem Barrett, o Pink Floyd prosseguiu a carreira de sucesso ao longo dos anos 1970, com discos como Wish You Were Here (1975) e The Wall (1979). Após uma série de brigas e crises, Roger Waters deixou a banda em 1985, mas Gilmour, Wright e Mason continuaram com a banda sem ele até 1996. Depois disso, ocorreram apenas algumas reuniões rápidas e o lançamento do álbum The Endless River, ano passado, formado a partir de sessões de gravação dos anos 1990.
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Pink Floyd: David Gilmour irá tocar em Pompeia após 45 anos
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
O guitarrista britânico David Gilmour, famoso pela participação na lendária banda Pink Floyd, irá tocar em Pompeia, na Itália, nas ruínas da cidade romana destruída pela erupção vulcânica do Vespúcio no século I AC. Será o retorno do músico ao local após 45 anos.
Em 1971, pouco antes das gravação do seminal álbum Dark Side of The Moon, o Pink Floyd fez um histórico show no Anfiteatro das ruínas de Pompeia. Mesmo sem a presença de público, a música abstrata da banda e o visual estonteante da cidade submersa na lava renderam um vídeo espetacular.
O concerto foi lançado em vídeo em 1972 com o título de Live at Pompeii, unindo seções do show com gravações do disco citado. Veja abaixo um trecho famoso do filme, com a execução da primeira parte de Echoes, canção então recém-lançada no álbum Meddle.
Agora, David Gilmour volta em carreira solo a tocar no histórico sítio. Desde o lançamento de seu último álbum, Rattle That Lock, no ano passado, vem dando espaço em sua turnê para shows em espaços históricos.
Quem deu a notícia foi o Ministério da Cultura da Itália, divulgando que serão dois concertos nos dias 07 e 08 de julho, mas desta vez haverá público e, portanto, não ocorrerão no Anfiteatro, mas nos arredores.
Rattle That Lock é o sucessor de On A Island, lançado em 2006, e é o quarto álbum solo de David Gilmour, que foi o guitarrista e principal vocalista do Pink Floyd de 1968 até o fim oficial do grupo, em 1996. Nos últimos anos, o músico tem estado bem ativo, tendo lançado, junto ao Pink Floyd, o álbum instrumental The Endless River, em 2013, a partir de sessões de gravação dos anos 1990.
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David Gilmour nasceu em Grantchester, na Inglaterra, e cresceu em Cambridge, cidade na qual conheceu Syd Barrett e Roger Waters ainda na adolescência. Estes dois formariam, em Londres, em 1965, a banda Pink Floyd. Após estourarem com um disco de sucesso, Barrett apresentou problemas mentais e Gilmour terminou substituindo o amigo na banda a partir de 1968. A partir de então, Gilmour se transformou na voz, a guitarra e no rosto da banda, enquanto Waters era a grande força criativa nas composições. Depois de anos como uma das mais importantes bandas do underground do Reino Unido, o Pink Floyd estourou para o sucesso mundial em 1973, com o álbum Darkside of the Moon.
Com o passar dos anos, a tensão entre Waters e Gilmour foi aumentando até Waters abandonar o grupo em 1985. Gilmour comandou a última encarnação do Pink Floyd até 1996, quando encerraram as atividades. Depois disso, ocorreram apenas algumas reuniões rápidas e o lançamento do álbum The Endless River, ano passado, formado a partir de sessões de gravação dos anos 1990.
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Pink Floyd: Cidade natal de Cambridge terá monumento em homenagem à Syd Barrett e à banda
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
Uma queixa comum aos fãs da lendária banda britânica Pink Floyd, uma das mais importantes da história do rock, que visitam a cidade de Cambridge é a ausência de qualquer marco ou lembrança na cidade de que a banda nasceu lá. Isso vai mudar. O Conselho Municipal de Cambridge aprovou um orçamento de 10 mil Libras para a construção de um monumento à banda e à Syd Barrett, seu fundador.
Segundo o jornal Cambridge News, a decisão foi discutida a partir de outubro e aprovada no início desse mês. O memorial a Barrett será executada pela Cambridge Live, a organização de caridade responsável por esse tipo de obra cultural na cidade e será exposta no Corner Exchange, o mesmo local onde o compositor realizou o seu último concerto, em 1972, já anos após ter saído do Pink Floyd. A homenagem não foi definida enquanto forma, o que será discutido à posteriori. Pode ser uma escultura, monumento, pintura, painel ou mesmo uma plaquinha azul do National Trust (a organização que faz tombamento cultural de edifícios particulares) a ser colocada na casa em que o compositor nasceu.
O público foi questionado sobre que tipo de monumento deveria ser erguido e surgiram várias sugestões, dentre as quais, uma estátua da banda em uma praça ou parque públicos; um busto de Syd Barrett; uma estátua de uma bicicleta na localidade de Greatchester Meadows (em homenagem à canção Bike, de autoria de Barrett, presente no primeiro álbum da banda); a instalação de um porco inflável gigante acima da cidade (para referenciar o álbum Animals, de 1977); e uma escultura com tijolos de um muro (para referendar o álbum The Wall, de 1979). Estes dois últimos não teriam ligação com a figura de Barrett, pois são de obras posteriores à sua saída da banda, e portanto, não serão realizados.
Neil Jones, Diretor de Operações do Cambridge Live disse à revista Uncut:
Syd Barrett é uma parte importante da herança musical da cidade. Sua contribuição ao som inicial psicodélico do Pink Floyd é imensa e nós desejamos celebrar sua vida e seu trabalho e lembrar o fato de que ele tocou ao vivo pela última vez aqui no Cambridge Corn Exchange.
Ainda segundo a Uncut, Rosemary Been, a irmã de Barrett e representante legal de seu espólio, irá supervisionar os trabalhos.
Syd Barrett é uma figura mítica não apenas pela riqueza de sua (curta) carreira musical, mas também, pelas lendas (e verdades) de sua biografia.
Roger “Syd” Barrett nasceu em Cambridge em 1946, filho de um renomado médico, estudioso de doenças tropicais. Ainda criança, conheceu o vizinho Roger Waters, com quem ia à escola, apesar de deste ser dois anos mais velho. Os dois ficaram muito amigos e descobriram a música e o rock and roll juntos, compraram violões e passaram a sonhar em montar uma banda quando terminassem os estudos. Na turma da adolescência dos dois, também se incluiu David Gilmour, alguém que ajudou bastante Barrett a aprender a tocar guitarra. Com o fim da adolescência, Water e Barrett foram para Londres, estudarem em colégios de Belas Artes e do reencontro realmente surgiu uma banda, em 1965, que passou por vários nomes até adotar o título de Pink Floyd, com Syd Barrett (vocais e guitarra), Roger Waters (baixo), Richard Wright (teclados e vocais) e Nick Mason (bateria).
Inicialmente, tocavam R&B, porém, as composições de Barrett levaram o grupo a uma sonoridade mais experimental e abstrata. Em 1966, a banda se tornou conhecida no circuito de bares de Londres, onde aderiu ao movimento psicodélico que surgia na época e se tornou o seu principal expoente no underground londrino. O renome levou a uma procura de gravadoras pelo conjunto, até assinarem com a EMI (a gravadora dos Beatles). Lançado no início de 1967, o primeiro single, Arnold Layne, causou um grande impacto por sua sonoridade e pela letra arrebatadora sobre um esquisito que roubava roupas íntimas femininas em um varal para vesti-las diante de um espelho! O segundo compacto, See Emily play, fez ainda mais sucesso e chegou ao 6º lugar das paradas; o que abriu caminho para que o primeiro álbum do grupo, The Piper at the Gates of Dawn, fosse um grande sucesso de público e crítica.
Porém, a engrenagem do sucesso afetou Syd Barrett profundamente. A pressão do estrelato, a vontade de ser mais livre artisticamente e o uso incrivelmente abusivo de drogas psicotrópicas, em especial do LSD, transformaram a psiquê do compositor, que simplesmente ficou louco. O Pink Floyd ainda fez um esforço para manter o guitarrista no grupo, mas seu comportamento errático e imprevisível arruinou tudo. No início de 1968, a banda decidiu afastar Barrett das apresentações ao vivo, mas dispostos a mantê-lo como compositor e músico de estúdio, numa posição semelhante àquela então ocupada por Brian Wilson nos Beach Boys. Para substituí-lo nos palcos foi trazido o velho amigo David Gilmour, agora um experiente guitarrista em Cambridge. O Pink Floyd ainda se apresentou ao vivo como um quinteto e fez algumas gravações neste formato, mas logo, a loucura de Barrett se tornou impossível e ele foi definitivamente expulso da banda.
Sair da roda viva do Pink Floyd foi benéfico para o guitarrista e Barrett até enfrentou alguma melhora. Após algum tempo, começou a trabalhar em um disco solo, mas novamente seu comportamento inviabilizou tudo. Num esforço de reparação, Waters e Gilmour assumiram um compromisso com a EMI e se dedicaram a finalizar o disco do ex-líder, lançando no início de 1970 o álbum The Madcap Laugh, que não fez sucesso comercial, mas foi aclamado pela crítica. Barrett até se apresentou ao vivo na rádio BBC e, logo, Gilmour voltou à mesa de produtor para gravar o segundo álbum solo do compositor, chamado apenas Barrett e lançado ainda em 1970, novamente sem sucesso, mas aclamado.
Daí para frente, o comportamento de Barrett se tornou cada vez mais excêntrico e impossível de lidar. O músico voltou para Cambridge e tentou montar uma nova banda, chamada All-Star, que promoveu alguns ensaios e até se apresentou ao vivo algumas vezes, culminando com seu último show no Cambridge Corner Exchange, em 1972. O guitarrista ainda tentou gravar um terceiro disco, mas estava tão alterado mentalmente que não foi possível.
Barrett voltou a viver em Londres, pintando constantemente, mas sem nenhuma atividade propriamente dita. No início dos anos 1980, retornou novamente a Cambridge, onde viveu de modo recluso até sua morte vítima de câncer em 2006, aos 59 anos.
Sua loucura e reclusão ajudaram Syd Barrett se tornar uma lenda. Um herói caído do rock. Alguém que poderia ter sido, mas não foi. Contudo, sua carreira é brilhante. Suas composições com o Pink Floyd são grandes clássicos da Era Psicodélica, enquanto suas canções da carreira solo (mais afetadas por seu estado mental) são irregulares, mas guardando uma beleza estranha, não convencional e, simplesmente, sensacionais. Seu legado – especialmente a banda que fundou e inspirou – também são enormes, com o músico sendo uma influência marcante para artistas como David Bowie, REM e todo o movimento Punk. O próprio Pink Floyd foi incrivelmente tocado por sua música e biografia, criando vários momentos-homenagem ao seu velho líder, como o álbum Wish You Were Here, as canções Shine on you crazy diamond e Have a cigar, além do conceito do roqueiro louco por trás da ópera-rock The Wall.
A cidade de Cambridge reconhecer essa rica herança musical seria muito bom. É um grande legado. E explorar as raízes do Pink Floyd nesta cidade poderia criar um polo de turismo especializado bastante rentável, como o é aquele dedicado aos Beatles em Liverpool.
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Sem Barrett, o Pink Floyd permaneceu no circuito alternativo por alguns anos, porém, se tornou uma das bandas de maior sucesso do mundo em 1973, com o lançamento do álbum Darkside of the Moon. A carreira de sucesso prosseguiu ao longo dos anos 1970, com discos como Wish You Were Here (1975) e The Wall (1979). Após uma série de brigas e crises, Roger Waters deixou a banda em 1985, mas Gilmour, Wright e Mason continuaram com a banda sem ele até 1996. Depois disso, ocorreram apenas algumas reuniões rápidas e o lançamento do álbum The Endless River, ano passado, formado a partir de sessões de gravação dos anos 1990.
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Pink Floyd: Banda lança EP especial com suas primeiras gravações
Posted by hqrock - Irapuan Peixoto
O Pink Floyd, uma das mais importantes bandas de rock da história, surpreendeu o mundo ao lançarem discretamente na Black Friday do Record Store Day, na Grã-Bretanha, um EP (compacto duplo) com seis canções que são as primeiras gravações realizadas pela banda, em 1965, dois anos antes do grupo alçar a fama como um dos maiores expoentes do Psicodelismo britânico. O disquinho foi lançado à moda antiga: dois compactos em vinil de 7 polegadas e o título é justamente 1965: Their Firsts Recordings.
O lançamento foi surpresa e muita gente (inclusive este que vos escreve) pensou se tratar de um material pirata, mas o Pink Floyd confirmou que o EP é um lançamento oficial na última terça-feira.
1965: Their Firsts Recordings foi gravado como uma demo da banda ainda em seus estágios bem iniciais, quando o grupo sequer se chamava Pink Floyd ainda e usava nomes como Sigma 6 (eram um sexteto) ou Abdabs. A sonoridade ainda é um R&B bastante herdeiro dos Rolling Stones e muito distante do psicodelismo e do rock progressivo pelo qual o grupo seria famoso no futuro. O grupo também era um pouco diferente: além do quarteto original – Syd Barrett (vocais e guitarra), Roger Waters (backing vocais e baixo), Richard Wright (teclados) e Nick Mason (bateria) – havia ainda um segundo guitarrista na figura de Rado Klose e a participação da vocalista Juliette Gale, que em pouco tempo seria a esposa de Wright.
As faixas do disco são as seguintes (com seus respectivos compositores):
- Lucy Leave (Syd Barrett) – a mais conhecida dessas canções, já há algum tempo circula pela pirataria;
- Double O’Bo (Syd Barrett);
- Remember Me (Syd Barrett);
- Walk with Me, Sydney (Roger Waters) – esta canção é cantada por Juliette Gale, que chegou a ser vocalista oficial do grupo por um tempo;
- Buttlefly (Syd Barrett)
- I’m a King Bee (Slim Harpo).
É interessante notar que este registro traz não somente as primeiras composições de Syd Barrett, como também a primeira de Roger Waters, que se tornou o líder do grupo após a partida do primeiro.
1965: Their Firsts Recordings foi lançado como uma edição especial de apenas mil cópias. O tradicional colaborador, Andy Jackson (do Tube Mastering), foi o responsável pela masterização das fitas originais, ao lado de Ray Staff (do AIR Studios). A capa é de autoria da empresa Hipgnosis, que criou a maioria dos álbuns originais do grupo e foi baseada numa fotografia do diretor daquela, Aubrey Powell, que também está com o grupo desde o início. Em comunicado oficial, o Pink Floyd garantiu que o EP terá algum tipo de lançamento físico ao grande público antes do fim do próximo ano.
O Pink Floyd surgiu em Londres, em 1965, a partir da união de dois amigos de infância (Barrett e Waters) vindos da cidade de Cambridge. O grupo se tornou um dos maiores exponentes do Movimento Psicodélico com seu primeiro disco, em 1967. Era formado por Syd Barrett (vocais e guitarra), Roger Waters (baixo e vocais), Richard Wright (teclados e vocais) e Nick Mason (bateria), mas após pouco tempo, Barrett desenvolveu sérios problemas mentais, fruto da combinação de esquizofrenia e abuso de drogas como o LSD e foi afastado do grupo. Foi substituído por David Gilmour, em 1968, que também era um velho conhecido de Cambrigde.
Sem Barrett, Roger Waters se consolidou como o líder inconteste do Pink Floyd, além de seu principal compositor, mesmo que os vocais fossem realizados em sua maioria por David Gilmour. Permanecendo no circuito alternativo por alguns anos, o Pink Floyd se tornou uma das bandas de maior sucesso do mundo em 1973, com o lançamento do álbum Darkside of the Moon. A carreira de sucesso prosseguiu ao longo dos anos 1970, com discos como Wish You Were Here (1975) e The Wall (1979). Após uma série de brigas e crises, Roger Waters deixou a banda em 1985, mas Gilmour, Wright e Mason continuaram com a banda sem ele até 1996. Depois disso, ocorreram apenas algumas reuniões rápidas e o lançamento do álbum The Endless River, ano passado, formado a partir de sessões de gravação dos anos 1990.